Andre Luiz 29/04/2012
Sobre a Graça
A sequência de tragédias – assalto dos sabeus e caldeus – e acidentes naturais – fogo no céu e vento forte – nos mostram a coordenação da ação terrorista espiritual do mal.
Tendo permissão – Satanás pode intervir tanto nos psiquismos coletivos (sabeus e caldeus) – quanto também na natureza – (fogo do céu e ventos fortes).
Jó não lia o livro de Jó. Ele era a “história” e nada é pior do que ser “a própria história”. Normalmente, quando isso acontece, tem-se que ser vítima de juízos e certezas equivocadas por muito tempo. Os amigos de Jó não dispunham daquela visão em dois tempos. Eles viam apenas o cenário imediato e suas tragédias. Eles nada sabiam sobre a “demanda” de Satanás acerca do homem melhor, pois apenas se impressionaram com a história do melhor homem.
Pense em como você “responde” aos sofrimentos simultâneos que as pessoas sofrem. E pense se sua primeira tendência não é cogitar se há algo errado em seu próximo!
Sem o conhecimento da “cena celestial” seríamos capazes de excluir o aspecto moral de sua interpretação? Seria capaz de pensar que aquela tragédia nada tinha a ver com a “maldade” do homem, mas provavelmente, com a bondade dessa pessoa? Seria você capaz de ver amor e graça naquela calamidade?
Sem saber, os amigos de Jó, na prática cumpriram um papel mais satânico que o do diabo na história do drama de Jó.
Uma das formas mais demoníacas de possessão é a absorção da individualidade humana, de tal modo, que “o comido” já não é ele mesmo, pois vive para satisfazer os desejos do outro.
Quanto mais cristão o “diabo” for, mais sutil será seu engano. Nada ficou mais distante de Cristo do que aquilo que oficialmente tenteou representá-lo na Terra.
A oferta feita pela serpente se baseava numa “fome” a ser satisfeita. Fome de saber e de possuir tudo o que Deus possuía, era a obsessão do diabo.
O mais antigo e ardiloso de todos os enganos – a falácia de que a árvore do conhecimento de Bem e do Mal nos deu, de fato o conhecimento do bem e do mal. Mas este é o engano: ela nos deu apenas a presunção conceitual do conhecimento do bem e do mal, pois tal conhecimento, apenas Deus o possui. Quando essa arrogância toma conta do coração, Satanás não precisa mais aparecer.
Elifaz – Uma teologia sem a presença da Graça, num discurso “piedosamente” perverso. “Ilusórios preceitos” das teologias morais de causa e efeito.VERDADE-MENTIRA, SÍNDROME DA RESPOSTA PRONTA. Para Elifaz o justo não poderia sofrer.
Um dos mais terríveis argumentos de “verdade-mentira” é aquele que absolutiza uma “pseudo-verdade” a partir de experiências místicas. Ex: um arrepio.
Os amigos de Jó eram discípulos de Lei moral. Enquanto que Jó era filho da Graça. Exprimindo sua perplexidade sem medo.
Suas razões para viver cessaram quando os amigos se tornaram adversários piores que a perplexidade.
Jó não advogava a sabedoria de suas palavras, apenas o direito de expressar sua dor e sua total perplexidade. Um sábio sem emoções é uma máquina de dados frios.
Quando na vida a pior coisa que se acontece é a morte, quer-se viver, mas quando, subitamente, a pior coisa que pode nos acontecer é estar vivo, nesse diam quer-se morrer.
As consequências do pecado na atingem a Deus, mas àquele que o pratica. Desagrega e destrói o pecador.
Jó é Enoque ao contrário. Justificados pela mesma fé: Enoque – Arrebatado para não ver a morte enquanto que Jó foi esmagado até ver e sentir o hálito da morte. Ambos experimentaram amizade com o mesmo Deus. Sl 139:8 – Se subo aos céus tu estás – Enoque e Abismo tu lá estás – Jó.
Discernir graça na des-graça é a maior de todas as graças.
E como é comum, tais pessoas servem mais aos propósitos do apedrejamento imediato que às orações pacientes dos que dizem: que será que o amor de Deus reserva a Ele?
O aprendizado de um homem será tanto mais rico em dores e perplexidade, quanto mauis profunda for sua capacidade de sentir e seu desejo de conhecer as entranhas de Deus e da vida.
Quem se enxerga não tem como não agir misericordiosamente com o outro.
Sl 139 – Nos estimula ao auto-conehcimento. “Sonda-me” - Ora, a sonda de Deus pode perfurar, através de diferentes instrumentos. E o resultado é passarmos a saber quem somos. Não trata-sede um capricho de Deus Ele não precisa nos sondar pois nos conhece.
Um homem que sabe que Deus é Deus, não conversa com o diabo. A fé na soberania absoluta de Deus desconhece Satanás e só trata de sua dor diante de Deus.
Qualquer justiça que se pretenda maior que a misericórdia se transforma imediatamente em iniquidade.
Advogar a causa de Deus é algo muito perigoso de se fazer na Terra. Talvez seja a mais ingênua de todas armadilhas da alma.
O último estágio da fé não é a crença nos milagres do Deus disponível. Seu último estágio é o mergulho no escuro e na mais absoluta indisponibilidade de Deus.
A disponibilidade de Deus não é maior sinal de Sua presença, assim também, sua indisponibilidade não fala de sua ausência.
O sinal mais evidente de que um ser humano tem uma consciência, é que ele não a negocia nunca, nem que seja para transformar os amigos auto-enganados em solidários intercessores. Se jó tivesse confessado o pecado desejado, seus amigos teriam parado as acusações.
É apenas no dia em que o antes “homem-bom-poderoso” perde tudo, que ele são proporcionais às falsas adulações antes recebidas.
Para a vítima da tragédia toda “interpretação” é sempre zombaria.
A consciência da Graça não explica a tragédia, mas a descatastrofiza, pois faz crer que se o bem é imericido, então, atrás de todo mal, se oculta também um bem imerecido.
A graça é que faz de todo o dia um dia de “oportunidade”.
O homem não tece a teia da vida é apenas uym fio dessa teia. O que ele fizer para a teia, estará fazendo para si mesmo.
Todo o trabalho do homem, alterando o ecossistema não lhe conduz à sabedoria, mas apenas ao poder.
A natureza nos faz, na melhor das hipóteses, seres “conquistadores” ou cintificamente curiosos, mas não nos ensina a viver.
Conhecer a Terra é apenas uma possibilidade do aventureiro ambicioso. Mas conhecer o coração humano em suas maiores profundidades é uma tarefa impossível para outro que não seja Deus.
Se os princípios de Jesus fossem semelhantes aos do universo físico, não haveria Graça e nem perdão.
Cada dor é um mundo incomunicável.
A espécie humana é a única espécie onde cada indivíduo é um mundo à parte.
O povo não lembra da bondade. O povo se alimenta de imagem e poder.
Ninguém, por melhor e mais consciente que sejam faz o bem apenas e tão somente pelo bem. Ainda que inconscientemente, a alma nutre alguma forma de autor-glorificação naquilo que o ser realiza-
Sem os dois capítulos iniciais, o livro de Jó é apenas a revelação da presunção, do juízo humano sobre o mal que acomete o próximo.
A graça é a calamidade do diabo.
Sem fartura de pão normalmente as pessoas não enxergam benção.
O mandamento para não fazer imagens de escultura tem sua raiz mais profunda na necessidade humana de associar as Graças da divindade a materialização de algum tipo.