white_castle 24/10/2020
Mudou, mas não para bom.
Quando pensamos em Agatha Christie, imediatamente nos vem à cabeça narrativas longas e instigantes, com bom tempo para contemplá-las, refletir sobre os suspeitos e tirarmos nossas conclusões. Neste livro, no entanto, Agatha faz uma abordagem diferente. Há, no lugar do romance comumente, doze contos, ou mais precisamente, doze casos de Hercule Poirot resolvidos um por um em cada capítulo. A mudança foi corajosa, e a premissa me pareceu interessante (na verdade, a presença do Detetive Poirot sempre desperta meu interesse), porém acabei ficando um tanto frustrado com o novo modelo "repartido". Li os oito primeiros contos com relativo interesse e os quatro restantes apenas para dizer que finalizei a obra. Em "Os trabalhos de Hércules" toda narrativa longa, bem construída, e com muitos personagens suspeitos, típica da autora, é substituída por uma série de contos em que tudo se destrincha muito rapidamente, com poucos personagens, ambientações poucos imersivas e as resoluções de caso mais esquecíveis (quando comparadas com as de outras obras). Nem a presença ilustre do meu detetive favorito salvou a experiência :/