Vidas secas

Vidas secas Graciliano Ramos




Resenhas - Vidas Secas


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Alexandre663 09/11/2024

Incrível
Essa foi a minha primeira leitura de um livro brasileiro clássico por assim dizer.

Criei o hábito de leitura a pouco tempo.

Como primeiro livro brasileiro que leio , tenho a dizer que o livro tomou forma em minha mente , é verossímil e palpável aos olhos de nós brasileiros.

Os personagens com a seu conhecimento extremamente limitado , nos intrigam e impressionam em muitas partes do livro.

Por exemplo : A forma como Fabiano se enxerga e se denomina ao longo do livro é gradual e evolui ao longo dos capítulos, porém o vigor principal de sua personalidade se mantém.


Vemos que ao longo do livro que por mais que as aspirações dele durante algumas partes sejam ruins , ele nos recompensa no final com compaixão e bondade ao entender a pequenez do outro perante ele.

Mas mantém a sua personalidade quando pensa e se arrepende depois de não ter esbofeteado aquele ser.

Ele é um homem bom , porém entende muito pouco e é bruto na maior parte do tempo.

Entendemos muito sobre a mente dos personagens , porque o livro é escrito a partir do pensamento deles.

Um livro maravilhoso.
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xavierrr 08/11/2024

As duas securas.
Genialidade de Graciliano Ramos.

Vidas secas se trata da secura meteorológica do Nordeste e de uma sociedade seca. Esses 2 antagonismos da história causam sofrimento para a família retratada.

Como é bom apreciar a literatura nacional e poder reconhecer o talento de Graciliano ao escrever esta obra.

Uma família de analfabetos e marcada de incertezas, sofrimentos, fugas e desejos. Retrata bem o sofrimento do pobre trabalhador em detrimento de uma sociedade desigual e latifundiária.

Recomendo a qualquer brasileiro ou brasileira que esteja interessado(a) a conhecer ainda mais a realidade de seu povo e a graciosidade da escrita brasileira.

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Carla.Parreira 07/11/2024

Vidas secas (Graciliano Ramos). Fabiano e sua família vivem em uma região árida do nordeste do Brasil, enfrentando a seca e a fome. Eles se abrigam em uma fazenda abandonada, onde Fabiano encontra água, alimentando a esperança de dias melhores. No entanto, a felicidade é breve, pois são expulsos pelo dono da fazenda. Fabiano, lutando para sustentar sua família, reflete sobre sua condição e a vida difícil que leva. Durante uma ida à feira, ele se irrita com a qualidade dos produtos e acaba preso após uma discussão com um soldado. Na cadeia, ele questiona se ter uma família é um peso ou uma bênção. Enquanto isso, Siná Vitória expressa sua insatisfação com as condições em que vivem e anseia por uma cama confortável. Ela também se sente sobrecarregada pelas responsabilidades, enquanto Fabiano se mostra insensível às suas queixas. Os filhos, por sua vez, vivenciam suas próprias desventuras; o filho mais novo tenta imitar o pai em atividades de vaqueiro, mas acaba se machucando, enquanto o filho mais velho é intrigado pela palavra "inferno" e busca respostas para suas curiosidades, enfrentando o desprezo dos adultos. A família se reúne em torno de uma fogueira para se aquecer, compartilhando histórias heroicas criadas por Fabiano. O ambiente se torna uma mistura de esperança e desespero, enquanto a chuva traz um alívio temporário, assumindo a forma de um momento de tranquilidade que contrasta com os temores da seca que pode retornar a qualquer momento. Fabiano tem medo que a chuva cause uma inundação na casa onde estão. Ele continua contando suas histórias heroicas inventadas, mas quando um dos filhos questiona a veracidade de uma delas, ele muda os detalhes, instigando desconfiança no filho mais velho, Baleia, que já demonstrava desinteresse. Na festa de Natal na cidade, a família se veste com suas melhores roupas, mas a caminhada longa torna-se sufocante, levando Fabiano a retirar os sapatos, seguido por todos os outros. Ao chegarem, lavam os pés no rio e, enquanto as crianças se amedrontam com a multidão, Fabiano tenta se manter próximo à família, mas sente-se incomodado. Fabiano recorda a humilhação que sofreu do soldado Amarelo e, ao se afastar para beber pinga, perde a sobriedade, tornando-se mais ousado e pensamento em se vingar do soldado. Ele acaba dormindo no chão, enquanto Siná Vitória, preocupada com Fabiano e as crianças, busca um momento para si. O estado de Baleia, a cachorra da família, deteriora, levando Fabiano a decidir sacrificá-la. Apesar da resistência dos meninos, a decisão é tomada, e após um tiro, Baleia se arrasta em agonia, despertando tristeza na família. Fabiano enfrenta constantes dificuldades financeiras, recebendo pouco pelo que cria e acumulando dívidas com seu patrão. Ele tenta vender alguns porcos, mas logo se vê cobrando impostos. Sente-se enganado e impotente, resignando-se ao ciclo de exploração que perpassa sua família há gerações. As lembranças de Baleia marcam sua reflexão sobre a vida e sua condição de retirante, levando-o a desejar uma mudança. A seca se torna mais severa, trazendo aves que ameaçam o gado. Fabiano tenta proteger o que resta com sua espingarda, mas cada tiro o faz lembrar da dor pela morte de Baleia. A falta de nuvens e a escassez o fazem querer deixar aquele lugar. Quando chega o momento de fugir, Fabiano sacrifica o último bezerro que poderia servir de alimento durante a viagem. A partida é marcada pela lembrança de Baleia, fazendo Siná Vitória chorar ao relembrar a cachorra. Enquanto viajavam, Falando sobre um futuro melhor na cidade, ambos ponderam sobre a vida que poderiam ter longe da seca, sonhando com um destino que proporcionasse oportunidades para seus filhos. A incerteza os anima a seguir em frente, em busca de um novo lar. A obra explora a realidade cruel de sua existência, revelando as injustiças sociais e as misérias enfrentadas por retirantes, evidenciando uma narrativa marcada pelo regionalismo modernista que se concentra nos desejos e sofrimentos de seus personagens. A obra estabelece uma conexão profunda entre a experiência de Baleia, a cadela, e a vida da família de Fabiano, apresentando uma crítica social incisiva. A narrativa revela como os pensamentos de Baleia são descritos de maneira semelhante aos dos humanos, destacando que o sofrimento é tão intenso que muitos preferem não refletir sobre sua realidade dura. Os capítulos são fragmentados, resultando em uma temporalidade não linear que reflete um ciclo interminável de adversidades enfrentadas pelo povo. Essa estrutura revela um clima de tensão constante, que nunca se desfaz, ressaltando uma abordagem seca e direta que caracteriza a realidade daquela comunidade. A repetição de dificuldades cotidianas expõe a instabilidade da vida no sertão, onde a esperança é continuamente testada. As descrições vívidas dos personagens e de suas interações com o ambiente criam um retrato contundente da luta pela sobrevivência. A forma como os personagens lidam com suas limitações e aspirações ilustra uma crítica atemporal às condições sociais e econômicas que perpetuam o sofrimento. Fabiano, por mais que tente se afirmar e proteger sua família, é constantemente arrastado por um sistema que o oprime e desumaniza. O sentimento de impotência se torna ainda mais evidente na relação com seu entorno e na forma como ele e a família são tratados pelos mais poderosos. Esse ciclo de opressão, representado por doenças, seca e exploração, se reflete na saúde física e mental da família, mostrando como a luta diária molda suas identidades e relações. As experiências vividas em conjunto revelam um senso de coletividade entre aqueles que compartilham o mesmo destino, numa busca constante por dignidade e um futuro melhor. Essa luta pela sobrevivência e a esperança por mudanças, apesar das circunstâncias adversas, mantém viva uma luz de resistência. A obra se transforma assim em um manifesto sobre a resiliência e os desafios enfrentados por milhões de pessoas, tornando-se um eco da realidade vivida por muitos até hoje.
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Wagner 07/11/2024

Largada em desvantagem.
Neste livro você percebe e mergulha em um mundo à parte, mas não tão distante que infelizmente até hoje existe. Um mundo em que muitos crescem sem saber que podem ser o que eles quiserem. Hoje vivemos sempre " competindo" com alguém, seja para conseguir entrar na universidade, conseguir trabalho ou concurso, mas se está ruim para nós, imagina para essas pessoas que não tem acesso a informação e nem sonha que existe essa possibilidade de "competição". Eles pensam: aqui está ruim, mas isso é normal, eu nasci para isso! Triste realidade de muitos brasileiros...
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Simoneliza 07/11/2024

Para refletir
Livro de 1938 mas não poderia ser mais atual. É triste saber que ainda existem pessoas (e não só no Brasil) que passam pela dificuldade de muitas vezes não ter água, saneamento básico, alimentação adequada, educação e muitas vezes nem documentação (exemplo no livro dos meninos que não tem seus nomes citados), e que sofrem violência de todas as formas possíveis e mesmo assim apesar de tudo, elas lutam dia a dia pela sobrevivência e um futuro melhor se não para elas, por seus filhos.

Verdade nua e crua jogada na nossa cara de como existe um abismo de desigualdade que perdura até hoje. E nos faz refletir em que tipo de pessoas queremos no poder para que políticas públicas possam ser criadas e mantidas afim de alcançar essas pessoas menos favorecidas.

E por fim mas não menos importante, quem leu a parte da Baleia e não sentiu nada já está morto por dentro.
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Felipe1503 06/11/2024

Livro
Leitura boa, tem umas palavras meio difíceis e chatinhas de entender mas não atrapalha muito não. Conta a história de uma família de tadinhos, o mais tadinho sendo o personagem principal Fabiano.

É mt doido ver como todo mundo passa a perna e se aproveita dele por conta da sua falta de escolaridade, ele mesmo se acha inferior aos outros e se trata de tal forma, chega a dar pena.

O mais interessante é acompanhar que mesmo ele sabendo que está sendo passado para trás ele é conivente com o que ocorre, pois como acredita ser inferior ele apenas segue sua vida acumulando angústias.

Esse livro é muito bom no sentido de descrever o que imagino que seria a vida de uma família que sempre morou muito no interior e não tem muita perspectiva de sair de lá, tem um capítulo onde os protagonistas vão a cidade para um evento, botam roupas diferentes para seguir etiqueta, não se aguentam nas roupas e tiram elas até chegarem ao evento. Os protagonistas se sentem muito desconectados de toda a vida na cidade, de pessoas letradas e que sabem coisas que eles nem tem palavras para explicar, o mais marcante para mim foi os filhos do casal, o modo do qual eles descrevem a cidade como se fosse obra de alienígenas, o jeito que eles se comportam sem chamar muita atenção de toda aquela gente que parece de outro mundo.

Em vários momentos a leitura se torna de certa forma angustiante, pois vc acha que em algum momento o personagem vai se dar bem mas isso nunca acontece, então chega um momento em que vc apenas se prepara para quando der m*rd* e ver como o personagem irá reagir ante a situação apresentada.

Não sabia muito o que esperar antes de começar a ler mas saio dessa leitura muito satisfeito.
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Beatriz de Alcântara 06/11/2024

Um dos melhores nacionais!
Li Vidas Secas uns três meses atrás.
Livro marcante e impressionante, você sente o desespero dos personagens através da leitura. Com certeza é um complemento essencial na vida de um estudante e brasileiro o que se aprende lendo esse livro. Sem contar que é um ótimo repertório.
Fiquei agoniada lendo a morte de Baleia, vendo o sofrimento do pai. Livro fantástico!
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sallina 06/11/2024

Homem bicho
Vidas Secas já no título te apresenta ao seu conceito principal: a conexão da humanidade com a natureza de forma a deixar árido o próprio conceito de humanidade.

Acompanhamos Fabiano, que se declara bicho e só se vê como homem quando sente ódio; e Sinhá Vitória, que apesar de "ter miolos" não sabe expressá-los a não ser com grunhidos animalescos, assim como Fabiano, escassos de palavras e conceitos.

O casal tem dois filhos que nem sequer são nomeados, vivem na lama e recebem cascudos ao questionar. A cachorra Baleia, por sua vez, faz o caminho inverso e ao narrar seu destino pelos seus próprios sentidos nos aproxima do animal. Arrisco dizer que ela foi a responsável pelo meu maior choro literário até aqui.

Acompanhamos a trajetória da família em meio à seca e como todas as áreas dessas vidas secam junto com os leitos de rio. Os acontecimentos, a narração, tudo reflete a lentidão, a seca e a injustiça. O foco fica no interno, o narrador nos leva aos olhos de todos os personagens, inclusive aos dos meninos sem nome.

Fabiano que é branco e ruivo, se sente escravo dos donos de terra, que sempre o afogaram em dívidas, e da falta da linguagem, que o isola da capacidade de questionar ou ao menos entender suas desgraças.

Em Vidas Secas somos novamente guiados pelo autor a confrontar a realidade do nosso próprio povo abandonado pelos homens e pelo planeta, como em São Bernardo ou no cair das nossas estradas Brasil adentro.
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Maria22510 06/11/2024

Vidas secas
O livro me trouxe à memória as aulas de um professor do ensino médio. Aos quinze anos eu já era fascinada pela literatura britânica e pouca coisa tinha lido de autores brasileiros. Agradeço muito a esse professor por me incentivar na valorização da literatura nacional.
Vidas secas causa um incômodo que vai além da história narrada. É um daqueles livros que você sente prazer em ter lido mas não sente prazer ao lê-lo.
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rafaelladelua 06/11/2024

Para se ler com o coração
nesse romance que se passa no sertão brasileiro, os desafios enfrentados pelos personagens principais durante um período de seca são descritos de maneira envolvente e tocante por graciliano ramos, nome famoso do movimento modernista da literatura.
senti uma pena absurda dos protagonistas, mas o que mais me doía era o fato de que o que causava essa pena não era ninguém. o vilão dessa história são as intempéries da vida da família, causadas pela seca, pela natureza, pelo destino ou azar.
adorei a narração onisciente, porque ela nos dá acesso às emoções de todas as personagens e consegue ser imparcial, sem dar maior destaque a nenhuma delas. o protagonismo é da família como um todo e das relações que eles têm (consigo mesmos ou uns com os outros).
fiquei tocada com as visões que os filhos de fabiano têm do pai. dá pra sentir que eles veem o pai como uma figura heróica, mesmo que ele próprio não se entenda assim. dá pra ver que os meninos definem ele como um exemplo a ser seguido, não como a figura animalesca enxergada em si mesmo por ele. para a família, o comportamento dele é como um oásis em meio a seca.
muitas vezes, interrompi a leitura apenas para ser grata pelo conhecimento e pela facilidade de obter conhecimento na minha realidade. os integrantes dessa obra constantemente expressam descontentamento pelas coisas que não sabem, pelo modo como se portam ou como se expressam e isso é tocante. me fez valorizar coisas que são muito comuns pra mim.
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Nayla Nascimento 05/11/2024

Releitura de um clássico brasileiro
Eu havia lido esse livro na adolescência por obrigação da escola, assim como outros clássicos da literatura brasileira, então resolvi reler. Não lembrava de muita coisa, provavelmente antes não devo ter entendido tão profundamente do que se tratava vários fatos, principalmente a morte da cachorra baleia (chorei). Sentimentos conflitantes durante todo o livro, raiva, ignorância, pena, compaixão, felicidade... tanta coisa. O livro é rápido porém um tipo de escrita que não estou tão acostumada a ler. Retrata muita coisa, sei como moradora, nascida, criada e trabalhando na Caatinga que nosso nordeste não se resume a isso. Mas também sei que essa realidade retratada existiu e ainda existe para muitos. Agora pretendo ler e reler outros clássicos.
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Kevin296 05/11/2024

Não é sobre o clima.
Apesar de a seca ser um dos maiores personagens do livro, ela é um personagem que não necessariamente tem relação com o título, a secura vem muito mais de como essas pessoas se vêem, vivem, sentem... A secura vem desse tratar da vida de forma em que se sobrevive e apenas isso. Baleia tem alma, os outros vivem e aguardam a morte.
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