Luiza.Campello 08/04/2024
Édipo Rei
A leitura de Édipo Rei me fez revisitar a história que há tantos anos tenho em minha mente, o homem que matou o pai e casou com a própria mãe. A primeira vez que tive contato com ela eu estava no 6° ano e até hoje me recordo da perplexidade que senti ao escutá-la. Agora, anos depois, ter a oportunidade de lê-la, alterou tudo que imaginei saber sobre ela. Primeiramente, a história não é contada enquanto acontece, mas sim revisitada por memórias anos depois, e o cenário que importa na verdade é o de Édipo descobrindo a verdade e não a sua jornada até virar Rei.
Tudo começa quando um mal assombra a cidade, o Rei com esperança de se livrar da maldição manda o seu cunhado, Creonte atrás de um Deus-profeta, Febo, e este lhe diz que faz-se necessário punir aquele que matou o antigo rei Laio. A princípio Tirésias, sábio profeta, o diz que sabe quem matou mas não quer lhe contar, depois de muita insistência, ele assume que quem o matou foi ele, Édipo. O rei não acredita, depois, Jocasta, sua mulher lhe conta a maldição, e explica como foi que o antigo Rei morreu, e mesmo sendo semelhante com sua história ele ainda não acredita, ainda, o mensageiro de seu antigo reino, vem com novas evidências, que havia sido adotado vindo de Tebas, e nem assim o Rei Édipo acredita. Ele fica nessa negação incessante até que o pastor, confirma a história toda, e tudo cai por terra, Jocasta se mata e o Rei se cega, lamentando-se por sua vida horrível e pelas de suas pequenas filhas, ele está pronto para ser punido.
Algo que achei curioso, é a forma com que na idade heróica da Grécia aquele que profetiza sempre é castigado. Tirésias desde sua primeira aparição, na história de Narciso, foi cego pelo seu saber, e novamente em Édipo Rei, ele é julgado e maltratado por saber demais. Isso me fez perceber que até na era contemporânea isso se repete, um exemplo é o filme da Disney ?Encanto?, em que o personagem Bruno que tem o poder de ver o futuro é exilado de casa.