stopmakingsense 03/09/202312.10.20
*resenha feita para um trabalho da faculdade
Escrita por Sófocles por volta de 427 A.C., a peça Édipo Rei conta a história do destino desafortunado do personagem título, cujo passado tenebroso cultiva consequências nefastas.
Vivendo uma vida aprazível como rei de Tebas após desventuras e tragédias cercando seu passado de filho adotivo e fugitivo de uma terrível profecia, Édipo enfrenta logo no começo da narrativa a missão de livrar seu reino de uma maldição terrível. Para isso, porém, ele tem de descobrir quem assassinou seu predecessor, o rei Laio, e bani-lo para que a cidade volte à tranquilidade. Sabendo que tal criminoso é nativo de Tebas ? e não um estrangeiro, conforme conjecturado anteriormente ? o rei busca em oráculos respostas que germinam frutos inesperados e amargos, provando que, por mais que se tente, um homem nunca escapa de seu destino.
Curta e com linguagem acessível, a obra é uma boa pedida para aqueles que pretendem se iniciar no diverso mundo das tragédias gregas. Apesar da temática polêmica e espinhosa, o enredo tecido finamente por Sófocles garante surpresas para quem não conhece a história do desafortunado rei. Longe de soar datada, a trama repleta de violência e acasos derradeiros comove com a força de seus brilhantes diálogos.
Para além das salas de teatro, Édipo Rei inspirou Freud na constituição de seu controverso complexo de Édipo. Consagrada na psicanálise, tal teoria buscou na tragédia pertencente a "trilogia de Tebas" elementos e termos para explicitar a amálgama de sentimentos que a criança dirige aos pais em determinada fase de seu desenvolvimento psicossexual.
Para amantes de psicologia ou apenas de boas histórias bem contadas, para interessados em peças de teatro ou estudiosos de grandes dramaturgos gregos. Édipo Rei preenche de modo competente e elegante qualquer mente ávida que se arriscar a mergulhar nas vidas despedaçadas do desventurado rei e sua condenada linhagem.