Thais Lima 20/04/2021
Uma doce história de amor ? contada por três perspectivas
A proposta de Os Dois, Nós Três, é contar a história de um romance poliamoroso. Embora fosse um tipo de relacionamento que eu já ouvi falar e até cheguei a conhecer um trisal no YouTube, é uma coisa que eu nunca cheguei a compreender totalmente, apesar de nunca ter condenado. Quando me deparei com um livro com essa temática, e ainda um romance poliamoroso para adolescentes, fiquei interessada em conhecer mais sobre um romance entre três pessoas que namoram entre si. Embarquei em um dia de leitura da qual não me arrependo.
A leitura desse livro flui bem, ele é um livro curto e leve. Embora ler a perspetiva do Lucas às vezes fosse um pouco irritante por ele adorar fazer comparações poéticas demais que várias vezes ei não consegui entender, ainda assim eu gostei de como o autor conseguiu passar uma personalidade diferente para cada personagem a partir de sua perspectiva. Lucas é o mais romântico e sonhador, Douglas o mais impulsivo e, apesar de não querer demonstrar, o mais sensível. E Amanda, a minha favorita entre as três, é muito centrada, responsável, cuidadosa e inteligente. Os três juntos são como um, e é impossível imaginá-los faltando um naquela relação. Cada um é essencial naquele pilar, e gostei como o autor conseguiu passar que o romance deles é tão válido quando um namoro monogâmico, meramente porque você não consegue ENXERGAR dois sem um. E quando acontecia, parecia faltar uma parte vital, porque cada um deles era vital para a relação.
O livro é um clichê adolescente, não tem muitas inovações além do fato de que o casal é um trisal. Há também muitos esteriótipos de livros adolescentes de romance, alguns plots repetidos, mas nada demais.
O que realmente não me agradou na leitura desse livro foi a escolha da vilã da história. Todo o elenco do livro é de pessoas brancas; o trisal, a família e os amigos. Apenas uma pessoa é negra na história, Patrícia. E imaginem só? Pois é...
Patrícia é uma personagem negra totalmente esteriótipada, com uma personalidade de "piranha e promíscua". Ela rivaliza principalmente com Amanda, que é a protagonista loira e branca. Me pergunto: se queria colocar representatividade negra, por que escolher justo uma das piores personagens da trama? Porque investir logo num esteriótipo de promíscua e malvada, que quer se vingar ao ser dispensada por Douglas e quer separar o trisal? Se queria personagens negros, não poderia ser um dos protagonistas, ou até um dos amigos que ajudaram e apoiaram? Achei uma péssima escolha, especialmente por Patrícia ser a ÚNICA negra na história, com certeza isso pega muito mal. Eu não gostei, achei uma escolha muito ruim querer colocar a única negra num papel detestável.
O livro também possui vários erros de digitação, palavras que foram "comidas"... Enfim, a revisão foi ruim, mas nada que realmente atrapalhasse o entendimento.
Embora tenha essas críticas, foi um livro que eu gostei de ler. Foi uma leitura leve, apaixonante e doce. Espero encontrar futuramente mais livros doces como este ? sejam eles mono ou poli.