O Cristo Recrucificado

O Cristo Recrucificado Nikos Kazantzakis




Resenhas - O Cristo Recrucificado


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Heitoraudaco 17/10/2021

Ficção cheia de vivacidade e energia. Personagens repletos de profundidade e com características reconhecíveis em qualquer mundo. Fantástico é ver espelhado nessa obra o mais essencial de qualquer sociedade, seja antiga ou comtemporânea. O movimento e a energia da narração também são excelentes e envolvem o leitor. Há momentos catárticos que tocam e emocionam o leitor. O autor, como grego moderno sempre faz perfeitas pontes da sociedade grega contemporânea cristã com o passado clássico pagão, mostrando o quanto estão ligados os dois mundos. Esse aspecto tambem se reflete no tratamento da obra. Colocar em cena personagens tipo, fazendo-os encarar verdades e contradições de sua sociedade e religião, sem visar um final conciliador, também era tarefa dos autores da tragédia clássica. Apaixonante.
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carolina :) 11/12/2020

o cristo recrucificado;
( 2.5 estrelas aqui, 3.0 no meu caderno de leitura pois, 3 estrelas aqui já é bom e no meu método é razoável.)
É um livro de proposta muito interessante, mostra a hipocresia das pessoas que falam sobre Cristo mas não segue seus mandamentos, é muito difícil ver como julgaram o Manólios por conhecer Ele verdadeiramente e seguir.
Mas o desenvolvimento não me convenceu, muitas vezes tudo se transformava em algo platônico e não imaginável de estar acontecendo; a leitura é bem fluída mas perdi minha atenção muitas vezes.
Acho que esse livro não foi para mim, mas pode ser para outros leitores neste mundo.
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Glauber 11/05/2020

Escrita pungente.
Sou fã desse escritor. Já havia lido "A última tentação de Cristo" e "O pobre de Deus". Obras fantásticas e pungentes.

Gosto da maneira como ele escreve, de coração aberto. As palavras e as cenas têm sabor, às vezes doce, às vezes amargo. E essa intensidade consegue deixar meus olhos, volta e meia, emocionados.

Sua marca principal é levantar dualidades, como corpo e alma, bem e mal, individual e coletivo etc, na tentativa de síntese. E para isso, ele se debruça sobre diversas religiões e filosofias, fazendo do próprio autor um instigante personagem.

Não foram poucas vezes nesse livro, que chorei. Tive vontades repentinas de sair pelas ruas distribuindo comida. Inclusive, foi lendo um livro desse autor, que a escritora Hilda Hist teve um rompante de inspiração que abalou sua vida. A obra que causou isso nela foi "Relatório ao Greco", traduzido do inglês por Clarice Lispector, que já estou esperando chegar pelos Correios. Sempre quis ler. Consegui encontrar agora, com tradução direto do grego.

Sobre "O Cristo recrucificado", a história trata de uma tradição em uma aldeia cristã grega dominada pelos árabes turcos, em que na Páscoa, algumas pessoas do lugar são escolhidas um ano antes para representar a Paixão de Cristo.

Só que dessa vez os atores encarnam a sério os personagens, e isso vai desencadeando situações cômicas e trágicas, levantando ao limite a própria Paixão, e indo além, ao mesclá-la à situação regional.

Kazantzakis sabe cantar a sua aldeia e, por isso, se faz universal, pois a humanidade da narração é impecável. Sou fã. Ainda lerei toda a sua obra. Não ganhou o Nobel por pouco. Mas, sem dúvida, mereceu.

Recomendo sem receio.
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Daniel.Azevedo 01/10/2019

O Cristo recrucificado
Um livro que me fez realmente sentir raiva da velha hipocrisia dos cristãos que recrucificam Cristo. Uma obra prima.
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Deghety 08/08/2017

O Cristo Recrucificado
Numa pequena aldeia grega, de 7 em 7 anos, alguns de seus habitantes são escolhidos para representarem a Paixão de Cristo, e os escolhidos precisam, por um ano, agir conforme seus personagens bíblicos. A partir de aí começa a história de religiosidade, fé e conflitos intrapessoais de cunho espiritual.
É bem forte a questão religiosa e sócio-política neste livro, sobretudo em relação à avareza e egoísmo de pessoas bem situadas e pouco solidárias.
No entanto, há os dois lados da moeda, tanto quanto aos representantes da igreja católica, com o Padre Photis que trabalha em prol do povo sofrido e o Padre Grigoris que é a escória que usa os fiéis e a igreja para benefício próprio, como também os habitantes da aldeia, uns empáticos e solidários, outros gananciosos e egoístas.
Quanto a questão sócio-política no livro trata-se do socialismo, bandeira levantada por Kazantzakis durante sua vida.
É um excelente livro, de fácil leitura e rico em personalidades.
Recomendo
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Raul 12/10/2009

O Cristo Recrucificado
O Cristo Recrucificado, de Nikos Kazantzakis, retrata, a princípio, um episódio relacionado a uma pacata aldeia grega na Anatólia, atual Turquia. O autor não perde tempo para exaltar o espírito grego já no início e ao decorrer de toda a sua obra, com metáforas e belas hipérboles saudosistas. Desde a entrada, fala de uma Grécia oprimida, sufocada, onde seu povo tem de submeter ao domínio turco, mas que ainda respira sua cultura clássica e a gloriosa história helênica, jamais sucumbindo de forma total à ocupação estrangeira. Tal concepção e idéias têm um grande destaque através do mestre-escola da aldeia, que proclama versos e triunfos passados de seu povo, sempre tentando reacender o espírito patriótico e nacionalista deste último. E eis mais uma grande indireta análoga: o personagem que tanto exalta a triunfante Grécia na obra, é, na verdade, um homem oprimido e medroso, que tem uma morte pífia e não muito significativa ao longo da obra.
O livro é um pedido de socorro e, ao mesmo tempo, uma explícita denúncia contra ricos, homens corruptos, eclesiásticos egoístas e a fria individualidade humana, onde só prevalece um egocentrismo exagerado. A tragédia é o picadeiro para todas as pretensas idéias do autor, chegando a chocar, seja por um cunho religioso ou não, o leitor. Padres vaidosos que discorrem sobre o amor ao próximo na igreja, não o fazem na esquina da rica Aldeia de Lycovrissi; ricos colocam em xeque os próprios entes pelas suas fortunas de forma exacerbada e tragicamente ridícula; a luta vã e continua entre homens, promovida por uma comodidade espantosa que se apavora com qualquer novidade externa, temendo que a mesma destrua a harmonia encontrada pela facilidade e a forçosa cegueira para a miséria humana, são alguns dos exemplos dramáticos das exposições feitas por Nikos nesta grande obra-prima.
Ao contrário do que muitos pensam, devido a um título meio atípico, ao toque de tragédia e denúncias que condenam comportamentos infindos, o livro não é uma lasciva de veneno. Muito pelo contrário: é um livro que escancara uma profunda fé. Percebe-se o quão profunda é esta fé nas divagações religiosas em que os personagens se prontificam, e até em inúmeras partes onde o próprio narrador parece assumir posição, falando por si mesmo ou concordando com os atos de fé cristã e suas ações. Há um envolvimento notório do próprio autor em cada abordagem de tema, chegando a parecer uma leitura bastante tendenciosa. Na verdade, não é o propósito. Eis o tal: uma sincera perspectiva de um homem. Trata de algo bastante real: a fé, a traição, a mentira, a derrota e o dissabor do cotidiano humano, sempre ressaltando a figura de Cristo em comparações com seus sacrifícios e sua sabedoria.
Uma palavra bastante conveniente para esta obra é “analogia”; e um adjetivo, para deixá-la mais eficiente é “brilhante”. Pois não, temos uma analogia brilhante nesta magnífica obra-prima grega. Uma literatura não muito conhecida mundo a fora, mas que vale a pena ser explorada, e acredito ser este um dos livros mais interessantes para que se processe o afã por desbravar a escrita contemporânea helênica.
A analogia explica tudo. Temos uma denúncia transparente e concomitantemente fabulosa nesta obra grega. Deixemo-la com certa tristeza ao ver o quão ainda é real a tragédia que ela esboça. O Cristo, no caso da obra, é personificado por um ordinário pastor que faz um auto-sacrifício mortal em benefício aos demais. E ,como a obra demonstra, tal sacrifício não promove o efeito esperado. Vemo-nos após dois mil anos, e Cristo ainda continua sendo recrucificado através daqueles que acreditam nos valores e princípios, mas que acabam sendo atropelados por homens ávidos por poder e repletos de luxúria que só abrem seu olhar para suas próprias conveniências.
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Demas 23/03/2009

Santo Kazantzakis
Nikos Kazantzakis é mais conhecido por seu "A última tentação de Cristo", que virou filme (belíssimo), na década de 1980, pelas lentes do Martin Scorcese, embora muito antes (1964) um outro livro seu (Zorba, o grego) tenha chegado às telas, com Anthony Quin no papel principal. Mas a trama originalíssima e bem escrita desse seu "Cristo recrucificado" merece ser apreciada. É um belo romance... que, aliás, daria um filme grandioso.
jota 24/09/2011minha estante
Demas, vim às resenhas para dar a dica a outro leitor sobre os livros de Kazantzakis, este inclusive. Daí li a sua também, claro (verdade que tem algum tempo já). Existe sim um filme baseado neste livro e se chama Aquele Que Deve Morrer, de Jules Dassin. Difícil de encontrar nas locadoras, e eu vi uma única vez. É tão bom quanto o livro. Se interessar, veja mais detalhes seguindo o link:
http://www.imdb.com/title/tt0050237/


Demas 28/09/2011minha estante
Eidelberg, obrigado pela dica do filme. Vou procurar encontrá-lo. Abração.




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