Cindy.Brilhante 06/12/2023
Há um tempo atrás vi um vídeo de uma menina falando sobre a importância de marcar os livros, pois não sabemos quem será a próxima pessoa a ficar com eles quando não estiverem mais conosco ou não estivemos mais aqui. no vídeo ela diz que começou uma leitura e queria poder conversar sobre com alguém, mas nenhum dos seus amigos e ninguém de sua família lia, até que ela encontra o mesmo livro, cheio de anotações, desenhos e marcações, que pertencia a sua avó, que hoje sofre com mal de alzheimer. então, de alguma maneira, ler esse livro e tudo o que a senhora pensou ao ler, é conversar com ela, entender seus pensamentos e opiniões.
acho que marcamos em um livro algo que de alguma forma já está marcado em nosso corpo, nossa alma, nossa história. para mim, ler isso vindo das palavras de outra pessoa é ver fora de mim o que não sei dizer. e por isso eu grifo.
para mim, dar um livro marcado a alguém é abrir mão da exclusividade dos meus pensamentos, e de um jeito bem contraditório, eu gosto disso.
terminei a leitura de ?não pise no meu vazio? no final de setembro e ainda penso muito nela. chorei bastante e fui tocada em lugares que nem sabia ser possível. muito bom saber que posso revisitar minhas marcações e chorar mais um pouco rs.
muito obrigada, mais uma vez, Ana Suy, por dizer exatamente aquilo que estava na minha cabeça há anos mas que eu não conseguia elaborar. Obrigada por me esvaziar e preencher, obrigada por nos presentear com a dádiva do seu pensar.
Ana Suy é aquele grilo falante, a consciência do Pinóquio.