O vampiro antes de Drácula

O vampiro antes de Drácula Martha Argel
John Polidori




Resenhas - O Vampiro Antes de Drácula


11 encontrados | exibindo 1 a 11


AAnacruz 02/11/2024

Interessante
Como em todo livro de contos alguns são bem legais e outros bem mais ou menos, mas valeu a pena a leitura. Gostei em especial do conto A dama pálida escrito por Alexandre Dumas, pai.
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Giovanna Batalha 19/10/2024

4.75

Vou falar que não esperava gostar tanto assim, gostei das maioria dos contos e mesmo os que não gostei tanto ainda sim foram bons e me prenderam.
Não são todos contos assustadores, então tenha isso na cabeça, mas conseguem ser interessantes a sua maneira.
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Rodrigo1185 10/10/2024

Uma excelente seleção
Apesar de apenas metade dos contos ser inédita para mim, não me arrependi nem por um momento da aquisição da antologia.

A seleção das histórias de acordo com sua importância para estabelecimento/subversão do Vampiro, bem como os textos que acompanham cada conto, com uma mini biografia do autor e comentários sobre o conto em si tornam o livro uma obra riquíssima.

Diferente do que ocorre com outras antologias de temática semelhante, a seleção de contos não apresenta um quadro exaustivo com a maior quantidade possível de histórias selecionadas para preencher o volume. Ao invés disso, cada conto é escolhido a dedo, devido a relevância dos seus autores e do conto em si para cravar no imaginário popular o que o vampiro representa e diversos potenciais narrativos de utilização desse monstro.

Cada autor selecionado acaba de certa forma assemelhando-se as vítimas de um vampiro aristocrático pomposo, porque a antologia também é bastante seletiva quando se trata de escolher os humanos que servirão para nutri-la.
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giovana456 03/10/2024

O Vampiro Antes de Drácula
Um livro bastante interessante, não só pela análise do vampiro através do século XIX, mas também como é possível perceber as mudanças na sociedade europeia da época. Entre os contos destaco "A Família do Vurdalak" pelo horror e, "O Último dos Vampiros" pelo humor.
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Vinicios0 17/07/2023

Esperava muito mais.
O livro é divido entre o artigo dos autores Martha Angel e Humberto Moura Neto e os contos que trouxeram a lenda do vampiro ao que conhecemos hoje.

A parte do estudo que eles fazem é bem interessante, com referências de onde surgiu e como se instalou a lenda dos vampiros.

Os contos alguns são bons, mas a maior parte é muita enrolação e um final que não se fecha.

Vou deixar minha nota pra cada parte do livro:

Artigos + Posfácio - ???

O vampiro - ???

Fragmento de um relato - ?

O retrato oval - ???

A família Vurdalak - ????

A dama pálida - ????

O Horla - ???

Um mistério da campagna - ???

O velho Eson - ???

O último dos vampiros - ??

A verdadeira história de um vampiro - ???

A floração da estranha orquídea - ????

O convidado de Drácula - ??
MRafael 17/07/2023minha estante
"História dos vampiros - Autópsia de um mito", de Claude Lecouteux, também vai nesse mesmo sentido. Gostei bastante.




Bela 21/03/2023

Li esse livro há 8 anos, e cada vez venho pensando mais nele. Na época não achei inteiramente interessante, só algumas partes. Espero achar pra adquirir novamente. É um ótimo compilado pra quem se interessa em dualidade de personas e vampirismo.
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alexbio.ufu 05/09/2015

Ótima coletânea
Interessante livro que remonta o surgimento do vampiro literário. O grande atrativo do mesmo é que são autores da casa que executaram um ótimo trabalho de pesquisa traçando paralelos com alguns conceitos biológicos para explicar a construção do mito do vampiro.

Os contos reunidos neste compendio são de interesse de qualquer fã da literatura vampírica, pois houve o cuidado de selecionar material que usualmente não é encontrado disponível em nosso idioma.

A editora está de parabéns para a edição que está muito bem acabada.
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Wagner 16/01/2015

DOS COMEDORES DE MANDIOCA E TATÚ

(...) "Uma espécie de epidemia de loucura parece grassar ja há algum tempo na provincia de São Paulo. Os habitantes de diversas vilas fugiram, abandonando terras e residências, afirmando terem sido perseguidos e atacados por vampiros invisíveis que se alimentavam de de seu alento durante o sono, e que não bebiam nada além de água e ocasionalmente leite " (...) pag 188

In: ARGEL,Martha. MOURA NETO, Humberto. O vampiro antes de Drácula. São Paulo: Aleph, 2008.
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Melissa Padilha 25/05/2014

Eu tenho uma verdadeira fascinação por vampiros, por mais estranho que você possa achar. Tudo relacionado ao tema tenho curiosidade de ler e assistir, ou seja lá o que estiver disponível sobre o tema. O gênero sobrenatural sempre me chama a atenção, mas muito mais as histórias de vampiros.

Disse tudo isso para falar um pouquinho sobre o livro O Vampiro antes de Drácula, da Editora Aleph, organizado por Martha Argel e Humberto Moura Neto, é um livro que reúne diversos contos que falam sobre vampiros antes da publicação do livro que marcou a literatura fantástica/sobrenatural, que foi Drácula de Bram Stoker.

A nossa ideia no século XX (e ainda no XXI) sobre o vampiro, baseia-se muito no conceito criado por Bram Stoker em seu livro, toda a literatura subsequente tem características muito semelhantes ao Drácula, ou são realmente adaptações do mesmo.

O que os organizadores deste livro querem nos mostra é que existiu "vida ou mortos-vivos andantes" antes de Drácula na literatura. O mito do vampiro é muito anterior, e diversas obras foram criadas baseadas em várias ideias diferentes sobre o vampiro. Temos o vampiro folclórico, vampiro sedutor proveniente da aristocracia, vampiro que não se alimenta de sangue, mas da energia, as vampiras sedutoras, os vampiros animalizados ou em formas de diversos seres naturais como plantas, vampiros em poesia, em prosa, em peças de teatro .... enfim, a história dos vampiros é muito mais longa e diversificada do que imaginamos.

O livro traz um compilado de contos, de diversos autores mais e menos conhecidos, que foram publicados antes de Drácula, ou seja antes de 1897. Nas primeiras décadas do século XIX já existiam diversas histórias em prosa que ensaiavam o mito do vampiro, porém antes no século XVIII há relatos de poesias que também remetem ao assunto. A fonte é diversa e muitos autores famosos se aventuraram por essas águas, como Edgar Allan Poe, H .G Wells, Alexandre Dumas, Lord Byron e outros.


Eu acredito que o mais interessante deste livro, não somente os contos, mas sim todo o conteúdo de referências e dados que são disponibilizados pelos autores. Antes de lermos os contos, há uma grande introdução que vai nos levando por diversas fontes e dados que nos mostram a evolução do vampiro, e aqui permita-me "puxar sardinha" para o meu lado, mas os autores usam referências à evolução do vampiro, como se fosse uma evolução biológica, onde você tem uma "espécie ancestral" de vampiro, o folclórico eslavo, e daí surgem ramificações imensas dessa "espécie" base, comento porque não posso negar meu lado bióloga, ao ler metáforas utilizando dados da Biologia e construindo "uma genealogia vampiresca", o que na minha concepção é muito divertido. Mas, deixando de lado meu ufanismo biológico, a introdução nos pega e leva pelas mãos, para observar toda essa mudança histórica na figura do vampiro.

Após isso, temos os contos que remetem aos dados apresentados na introdução, nos mostrando cada uma daquelas características particulares de cada autor e época da descrição do mito. Temos o conto que dá o grande início ao mito do Vampiro, de Polidori, que foi adaptado ao teatro e popularizou o personagem na Europa até, o "vampiro planta" que é capaz de sugar a vida daqueles ao seu redor. No fim de cada conto, temos mais uma carga de texto que nos leva mais profundamente ao conhecimento daquele autor e daquela característica especifica do vampiro descrito no conto.

Por isso tudo, é um livro riquissimo para todo aquele, que como eu, gosta do tema, quer ser aprofundar e conhecer um pouco mais a história por detrás do mito do vampiro, que até hoje permeia nossas culturas com grandes e famosas produções.

Recomendo esse livro à todos que amam os "não-vivos sugadores de sangue" !

site: http://decoisasporai.blogspot.com.br/2014/05/o-vampiro-antes-de-dracula.html
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Antonio Luiz 11/08/2010

A genealogia do vampirismo
Esta é uma ótima coletânea crítica sobre a introdução do tema do vampiro na literatura, organizada pela escritora Martha Argel e pelo tradutor Humberto Moura Neto. Constitui-se de uma introdução história e de uma seleção de contos representativos da prosa vampiresca do século XIX.

O INÍCIO: O OCIDENTE TOMA CONHECIMENTO DA LENDA

Como nos contam os organizadores da coletânea, a história do vampiro literário principia no século XVIII. É verdade que as mais antigas mitologias citam seres mais ou menos vampirescos, como os lilu e as lili ou lilitu dos sumérios, as lâmias dos gregos e as estriges dos romanos. Mas a concepção e o nome dos vampiros propriamente ditos da tradição literária ocidental provêm especificamente do folclore sérvio (de cuja língua provém a palavra "vampir") e até fins do século XVII era pouco conhecidos fora da cultura eslava.

De 1718 a 1739, porém, o coração da Sérvia ficou sob domínio dos Habsburgos da Áustria e a lenda eslava chamou a atenção de ouvidos ocidentais. Duas mortandades em 1725 e uma terceira em 1731 foram atribuídas a vampiros e esta última levou o governo austríaco a enviar uma comissão de médicos e militares para investigar o assunto. Com uma mentalidade ainda mais barroca do que iluminista, os médicos acabaram confirmando a condição vampírica de vários corpos exumados, que foram decapitados e queimados, tendo suas cinzas lançadas no rio Morava.

Supunha-se que os vampiros eram mortos-vivos que saíam à noite de seus túmulos para sugar o sangue de vítimas que, ao morrerem, se tornavam como eles, deflagrando uma epidemia. Nessa concepção, o vampiro – mais freqüentemente, o cadáver de um pobre camponês – era um ser repugnante, um cadáver de unhas compridas, boca aberta, barba malfeita e rosto vermelho e inchado, envolto numa mortalha.

Corpos aparentemente conservados quando deveriam ter apodrecido, de aparência roliça e saudável, com a boca ensangüentada, confirmavam o diagnóstico de vampirismo. Na verdade, a temperatura e as características do solo permitiam a preservação de cadáveres por mais tempo que o habitual, o inchaço do corpo por gases da decomposição davam a impressão de que o morto “engordara”. Junto com o vazamento de líquidos de decomposição misturados com sangue pela boca, davam conta da aparência impressionante desses cadáveres. Ao se despachar o vampiro de acordo com a tradição, decapitando-os ou trespassando-os com uma estaca, os gases que inchavam o corpo eram liberados, com um som que dava a impressão de que o cadáver gemia e gritava, ao mesmo tempo que revertia ao tamanho normal.

Em 1746, o beneditino francês Augustin Calmet – uma espécie de Padre Quevedo de sua época – escreveu uma dissertação a respeito do tema no qual rejeitava vários dos supostos casos, mas admitia que alguns podiam ser reais e teve grande impacto na intelectualidade européia. Já em meados do século XVIII, porém, as mentalidades na Europa Ocidental já evoluíam na direção do iluminismo. Em 1755, quando uma suposta vampira foi exumada na fronteira da Silésia com a Morávia, no Império Austro-Húngaro, a Imperatriz Maria Teresa – uma das clássicas “déspotas esclarecidas” – encarregou seu médico, o holandês Gerard van Swieten, de investigar o caso a fundo.

Esse precursor de Van Helsing concluiu que tudo não passava de histeria popular e seu relatório levou à proibição da decapitação e do estaqueamento de cadáveres nos domínios habsburgos. Além disso, foi retirada dos párocos a autorização para lidar com tais questões, transferidas para a responsabilidade do governo.

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII: O VAMPIRO NA POESIA

Mas a polêmica já tinha excitado a imaginação dos escritores. Em 1748 o alemão Heinrich August Ossenfelder publicou um poema chamado O Vampiro com esse tema, seguido por vários outros até o início do século XIX. Curiosamente, já em de Ossenfelder aparece o tema do erotismo, explicitamente associado a algumas entidades vampíricas da Antiguidade mas não às da lenda eslava – nesta, os vampiros inspiravam pesadelos, terrores noturnos e sensação de sufocação e “peso no peito”. No poema, um amante rejeitado por uma jovem piedosa e respeitável ameaça visitá-la à noite, beber-lhe o sangue como vampiro e provar-lhe que seus ensinamentos são melhores que os da mãe.

Vale notar que é nesse período, em 1766, que a idéia de vampiro foi associada pela primeira vez ao morcego. Na Europa, nunca existiram morcegos hematófagos: essa espécie está confinada à América do Sul. Supunha-se que as lâmias podiam tomar forma de serpentes, as estriges de corujas e o vampiro na Europa Oriental às vezes se confundia com a figura do lobisomem, mas jamais com o morcego. Foi o naturalista Buffon que, ao se referir ao morcego hematófago sul-americano, chamou-o de “vampiro”.

Em 1797, Goethe publicou outro poema vampírico digno de nota, "A Noiva de Corinto", no qual uma jovem, tendo morrido virgem por exigência da mãe convertida ao cristianismo, saía do túmulo a cada noite para seduzir os jovens e sugar seu sangue e que lhe pedia para ser queimada em uma pira com seu amado, para que pudesse partir para junto dos antigos deuses. Tratava-se de uma adaptação de uma narrativa do grego antigo Filóstrato, embora neste não houvesse a temática religiosa – neste, a lâmia era uma criatura demoníaca, exorcizada por um sábio mago pagão.

SÉCULO XIX: OS VAMPIROS CONQUISTAM A LITERATURA EM PROSA

Os vampiros chegaram à literatura em prosa em 1816. No mesmo desafio entre amigos no qual Mary Shelley criou "Frankestein", seu colega Lord Byron esboçou um conto vampiresco. Outro participante, seu médico e secretário John Polidori (que escrevera outro conto, hoje perdido) desenvolveu a história incompleta e a publicou como "O Vampiro", depois de romper com o ex-patrão, que ridicularizava sua pretensão de portar-se como um intelectual romântico. Numa aparente vingança, o vampiro de Polidori, Lord Ruthven, era um aristocrata sombrio, ambivalente, romântico e sedutor à imagem e semelhança da persona de Byron.

Ironicamente, o editor da "New Monthly Magazine", ao qual o manuscrito foi mostrado por uma amiga comum, publicou seu conto como sendo do próprio Byron, por engano ou para tirar proveito de sua fama. Tanto Byron quanto Polidori ficaram bastante irritados, mas não conseguiram desfazer o equívoco. Por décadas, o nome do grande poeta do romantismo ajudou a difundir e prestigiar o primeiro conto de vampiro por toda a Europa. A mania estava lançada e até hoje não nos deixou.

Não foi à toa que Byron se aborreceu com a atribuição da autoria. Embora o tema fosse inédito e provocativo, do ponto de vista da técnica literária, o conto de Polidori – no qual o vampiro se compraz a provocar a ruína e perdição dos homens e a sedução e morte de belas virgens, inclusive a amada e a angelical irmã do narrador – está abaixo de medíocre. Certamente é o mais fraco da coletânea, embora sua importância para a história do tema o torna indispensável.

Todos os outros contos reunidos em "O Vampiro antes de Drácula", por outro lado, vão de bons a geniais, reunindo exemplos de vampiros masculinos e femininos, heterossexuais e homossexuais, animais e vegetais, carnais e espirituais, humanos e pós-humanos. Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas pai, Guy de Maupassant, Alexei Tolstoi, Anne Crawford, Arthur Quiller-Couch, Phil Robinson, Eric Stenbock e H. G. Wells mostram claramente a influência do vampiro pseudo-byroniano e de sua contrapartida feminina, a femme fatale, sob as formas mais variadas.

A temática erótica está presente na maioria das histórias – as exceções são o vampiro vegetal de Wells, o vampiro animal de Robinson e o misterioso Horla de Maupassant – mas um fator ainda mais constante (com exceção de Poe) é que o vampiro vem quase sempre de algum lugar mais primitivo e selvagem que a pátria dos protagonistas, geralmente a pragmática e esclarecida Inglaterra ou a França iluminista. Não é obrigatório que o vampiro venha da sua verdadeira terra de origem na Europa Oriental: pode vir da Grécia, da Itália, ou dos trópicos. A bela orquídea de Wells vem do sudeste Asiático, o vampiro de Robinson, enorme pterossauro que suga sangue à maneira dos morcegos sul-americanos, vem da Amazônia peruana e o Horla vem do Brasil, mais precisamente da província de São Paulo.

Este último é talvez o mais estranho e atípico da antologia, mas ainda assim pertence claramente à mesma temática. Na versão mais conhecida, o conto toma a forma de um diário da vítima do Horla, de uma maneira a deixar o leitor na incerteza sobre se trata de loucura, de uma doença tropical contraída pelo narrador ou de um ser misterioso. Mas a coletânea optou por uma mais versão raramente traduzida dessa obra de Maupassant, anterior e mais curta, na qual a história é narrada do ponto de vista de um médico que cuida do suposto doente e acaba por concluir que ele tem razão.

Essa versão tem menos ambigüidade fantástica para se aproximar da ficção científica – trata-se mesmo de um humanóide invisível mas material, superior ao ser humano, que de alguma maneira emergiu espontaneamente da evolução em uma natureza exótica e tropical para tomar o lugar da velha humanidade e destruí-la. Por que do Brasil? Talvez porque já fosse visto como o país do futuro e também de uma terra, paradoxal, tanto de maravilhas naturais quanto do horror da escravidão e das doenças tropicais.

Embora não pareça ser particularmente atraído por belas donzelas, "O Horla" – cujo nome provavelmente deriva do francês "hors la" (“lá fora”) é fascinado por tudo o que é branco, belo e inocente. Bebe leite e água, devora rosas brancas, aparentemente dirige-se para a casa do narrador porque é branca e (na segunda versão) o navio brasileiro no qual é levado à França é branco e especialmente alegre e bonito, a ponto de entusiasmar o narrador.

Antes de ser um sugador de sangue ou de qualquer forma de energia vital, o vampiro é um ser ambíguo – entre a vida e a morte, entre o humano e o animal, entre o belo e o horrendo, entre o passado e o futuro. Não é obrigatoriamente erótico, mas tem o vigor do primitivo, que pela sensualidade ou pela força superior ameaça a frágil civilização e as convicções morais e religiosas do Ocidente.

O último conto da coletânea, "O Convidado de Drácula", escrito na década de 1890, mas publicado apenas em 1914, é do próprio Bram Stoker. Nele, ao que tudo indica, o mais famoso dos vampiros apareceu pela primeira vez – antes do famoso romance de 1897, ao qual poderia servir de prólogo.
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