Resenhas - Um Pequeno Truque da Mente

Ogro 04/03/2015

Deprimente
Sherlock Holmes é um personagem que fascina gerações desde sua criação e após o falecimento de Conan Doyle - e mesmo durante sua vida - estórias envolvendo o detetive de Baker Street pululavam aqui e ali - na década de 70 ,por exemplo, Nicholas Meyer chegou à lista de best-sellers com o livro Uma Solução Sete Por cento, uma abordagem intrigante sobre o uso de cocaína por aprte de Holmes e a "verdade " sobre Moriarty. Em tempos mais modernos temos op Xangô de Baker Street , do Jô Soares, que mostra um Holmes bem mais falível . E nem vou falar de outras mídias como aquelas heresias que foram os filmes com o Robert Downey ou um Sherlock Holmes morrendo assassinado em seu apiário nos quadrinhos do Maximortal ou um centenário Holmes ajudando Batman e Homem Elástico a evitar o assiassinato da rainha da Inglaterra.

Isto tudo posto sinto dizer que esse livro é de uma chateação só - não pela forma como apresenta o personagem - é palpável a solidão do lendário detetive ao perceber suas capacidades perderem-se lentamente , nesse ponto é uma cararcterização bastante coerente com o que imaginariamos que seria o fim dele uma vez que todos seus inimigos estavam mortos ou presos ; o problema é que não tem enredo. Nenhum . Nada.

Há um missivista do Japão, admirador de Holmes, que o convida para visitá-lo afim de consultá-lo sobre certos problemas - não, não era sobre as jóias de Hirotio ou a espada de Tokugawa , era uma questão banal. E há a caseira aonde ele vive , uma viuva com um filho pequeno que é fascinado pelo austero detetive e que encontrará um fim trágico de forma banal. E a mãe culpará Holmes

Dois dramas que parecem ter sido inseridos para tentar humanizar o detetive e um senhor de idade tentando tentando manter suas memórias intactas nesse meio tempo. Eu li até o fim porque sempre gostei do conceito do personagem e porque não gosto de desistir no meio do livro. mas, confesos, foi um livro que continuei "por obrigação".

Rafa 09/12/2013

EMOCIONANTE!
Este é um daqueles livros emocionantes.
Temos diante de nós o incrível detetive Sherlock Holmes, porém o personagem está vendo seus "poderes" se extinguindo gradativamente, pois encontra-se aos 93 anos.
Como foi descrito por Doyle, no conto "A Juba do Leão", Holmes após se aposentar, mudou-se para Sussex onde cuida de um tranquilo rancho e exercer seu atual passatempo predileto: apicultura.
Estamos em 1947, e o ex-detetive encontra um pupilo, Roger Munro, filho da governanta que ajuda Holmes nas tarefas domésticas.
O garoto é esperto e inteligente e logo consegue o carinho por aquela pessoa que todos conheciam como uma máquina de raciocinar fria e calculista, onde não deixava espaço para emoções desnecessárias.
O personagem começa à perceber que sua memória não é mais a mesma e isso começava a incomodâ-lo. Como alguém que poderia proferir 3 páginas inteiras das páginas policiais de qualquer data do final do século XIX, agora não conseguia se lembrar onde guardara um mero bilhete?
Em um dado momento, ocorre uma tragédia com o menino Roger.
O menino conhecia as abelhas e Holmes o explicara praticamente tudo que sabia sobre aqueles animais interantíssimos,
A governanta acaba colocando a cula da morte de seu filho no detetive e suas abelhas, mas no fundo Sherlock sabia que não fora suas abelhas que fizeram esta atrocidade, agora tinha de provar isso.

Além deste enredo, há uma história paralela, o menino Rogers, encontra no escritório de Holmes, um manuscrito inacabado, sobre uma possível affair de Holmes.
O menino pede para o detetive terminar a história."Mas com essa memória que estou apresentando, irei demorar bastante para a conclusão!" certamente Holmes pensara desta forma.
Porém após a morte do menino, Holmes sabia que devia isso, e Holmes acaba concluindo esta história inédita do detetive. (Trama envolvendo uma paixão de Holmes com uma Mrs. Kellers).

Enfim, é um livro com uma linguagem bem colocada e que o leitor deve prestar muita atenção, pois há várias trocas de cenários (Sussex, viagem ao Japão e o Conto da Mrs. Kellers).



Após a constatação da morte do menino Holmes se lembra que, certa vez escrevera algo sobre a morte:
"A morte, como o crime, é comum. Por outro lado, a lógica é rara. Então, manter uma tendência mental lógica, especialmente ao enfrentar a mortalidade, pode ser difícil. Porém, é sempre sobre a lógica, em vez de sobre a morte, que uma pessoa deve apoiar-se"

Resumo em uma palavra: EMOCIONANTE! - Principalmente para quem conhece e gosta deste personagem enigmático!

Fernando Lima 15/01/2013

Truques da mente!!
O livro retrata o personagem Sherlock Holmes com 93 anos de idade. O Holmes da história apresenta todos os sinais de uma pessoa nesta faixa etária, com todas as suas limitações, como dificuldade de locomoção, agilidade reduzida, perda de memória. Além disso, depois que se aposentou, Holmes manteve um hobby: torna-se apicultor, e nos cuidados com as abelhas ele gasta grande parte de seu tempo. A obra recebeu algumas críticas pelo fato de ter distanciado o herói do homem; no livro o herói quase não aparece, dando espaço à humanidade do protagonista.
Cullin aborda com este livro a etapa final da vida do homem. Sob este aspecto, acredito que ele obteve sucesso. Além disso, a história se dá, ora com o narrador em terceira pessoa, pra retratar o tempo presente; ora com o narrador em primeira, que é quando o próprio Holmes descreve um episódio de seu passado de detetive. É interessante observar as relações interpessoais do livro. O autor descreve cada uma com detalhes, e tudo isso sem deixar a história cansativa.
Ainda é possível ver que durante todo o transcorrer do livro, o autor apresenta pequenos truques da mente, como propõe no título, desde os esquecimentos de Holmes, a mulher com o filho morto nos braços que acredita que ainda pode salvá-lo, os efeitos da música sobre a mente humana, até o truque desenvolvido por Holmes para superar as perdas das pessoas que amava.
Vale a pena ler.

Raquel Holmes 28/01/2010

Não Gostei
Pra alguém escrever um livro sobre Sherlock Holmes tem de ser realmente muito fera... tem de ser, primeiro de tudo, um graaande leitor, tem de ter lido muitas vezes e tem de conhecer meeeeesmo a ciência da dedução, pra incorporar o personagem e escrever como Doyle... Aqui o autor não fez isso... o Holmes deste livro é outra pessoa, totalmente diferente do Holmes original... Não foi uma leitura perdida, mas está muito longe de ser a adequada...