Yuri.Selaro 19/03/2023
A biógrafa é fã ou hater?
Muito interessante conhecer mais sobre os artistas que gostamos, ainda mais quando essa artista é a icônica Madonna.
Biografia quase completa, escrita por uma jornalista que durante toda o tempo impôs tanto a sua opinião sobre a diva que, ao meu ver, incumbiu ao livro um ar de ?revista de fofoca dos anos 2000?. Fiquei realmente incomodado com a ousadia da escritora em chamar a biografada de arrogante e autoindulgente, quando não criticava algumas músicas com uma propriedade exagerada, como quando define algumas músicas do Erotica como ?insípidas e frias?. Em alguns momentos não entendi se o intuito era homenagear a Madonna ou ser mais uma fonte de exposição de sua vida para críticas alheias, que ao meu ver foi o que conferiu certo prazer a autora.
Abro uma grande parênteses para dizer que: se as músicas são ruins ou não, ou se Madonna é de fato uma megera, ou se ela é uma péssima atriz, todas essas questões devem ser retratadas de fora para dentro, ou seja, a partir de entrevistas com outras pessoas, e mesmo assim, não acho de bom tom perder tanto tempo acentuando todos esses ?defeitos? e querendo dar voz a polêmicas passadas. Acho que é justamente nesse ponto que a autora pesou a mão e não filtrou muito bem o que seria uma crítica externa com o que seria a sua opinião pessoal, deixando de lado a neutralidade que as boas biografias exigem.
Outro ponto que me incomodou foi a parte final do livro, mais especificamente a parte ?atualizada? do livro, que foi incluída após a primeira versão ser lançada em 2008. Parece que com o desenvolvimento do livro ganhando forma, mais detalhes são perdidos. A ponto de, no capítulo sobre a S&S Tour, a escritora deixar completamente de lado toda a parte conceitual do show, fazendo breve comentários sobre o setlist e dando grande foco nas falhas técnicas que ocorreram, para dar base à ideia principal do capítulo que era basicamente a de Madonna não estar bem nem no trabalho e nem em sua vida pessoal, pois estava se divorciando. O fato de por anos essa ter sido a turnê de maior bilheteria da história não foi sequer citado. Confesso que achei o final do livro bem preguiçoso e demasiadamente resumido.
Por fim, digo que o livro vai bem para o entretenimento, e não funciona como um livro de apelo sério e comprometido.
Nota final: 7