Resenhas -

armando.das.neves 05/11/2024

O Crime do Padre Amaro

O Crime do Padre Amaro foi publicado em 1875, em Portugal, e recebeu duras críticas por mostrar a hipocrisia do clero católico da época. A trama conta a história de Amaro, um jovem reprimido, que por imposição da tia que o criou, entra no seminário para se tornar padre. Ele, claramente, não tinha vocação para manter o celibato sacerdotal, e por essa razão, acaba se apaixonando pela jovem Amélia.
É interessante a perspectiva das fraquezas humanas, não apenas da moral cristã, como também do Naturalismo que enfatiza que o ser humano é fruto do meio em que vive.
Particularmente, não vejo o livro como um ataque à religião, mas sim como uma proposta de reflexão das falhas morais que existia na sociedade portuguesa do século XIX.

isa_nity 14/09/2024

Portugal, estou devastada
é realmente brilhante como o Eça explorou vários âmbitos do catolicismo como religião nesse livro.

a história começa com Amaro sendo obrigado a se tornar padre, abrindo mão de muito para tal, mesmo que não quisesse, o que me despertou muita empatia e é genial como o autor usa desse recurso pra expandir a narrativa e explicitar também a hipocrisia de Amaro.

no meio da narrativa, estava certa que o crime era os sentimentos do padre em relação a Amélia, mas o verdadeiro crime foi o que o egoísmo dele o levou a fazer. apesar da Amélia consentir com tudo no começo, foi atormentada por muita culpa e tentou desistir em várias momentos mas foi sempre coagida por Amaro, simplesmente porque ele queria ela, mesmo que ela não quisesse. e depois de arruinar a vida da moça, não se prestou a cuidar o mínimo dela, passando toda a gravidez com medo do que o escândalo poderia significar pra ele.

por fim, vítima de tanta negligência, Amélia morre sozinha e Amaro deixa Leiria, sem assumir nenhuma responsabilidade e como é mostrado no fim do livro, sem um pingo de culpa. não compareceu nem no enterro de sua "amada"

apesar de ter ficado triste pelo fim da Ameliazinha, é inquestionável o quão bem o autor retrata o clero e a sociedade.

Alex690 30/08/2024

Clickbait literário?
Você fica esperando pelo crime, achando que ele vai surgir na próxima página e boom!!!
Ok, não vou dar spoiler, pelo menos não mais que o do título, já crava aquele ditado que ninguém faz ideia de quem disse: para bom entendedor, meia pala bas.
Pensei em escrever uma resenha robusta sobre o tema principal da novela, mas achei extremamente chato e lacrador tudo o que tentei ?; resta-me no entanto, dizer que, dado a maravilhosa narrativa (valeu cada minuto gasto ?), o tema principal, a crítica a religião, foi tecida com primor, saborosa, provocante, sensual até, deus que me perdoe senhor pároco!
Se eu o tivesse lido sem saber que, neste presente ano, a publicação faz 149 anos, talvez diria que é bem mais atual, é muito OUSADO e CÍNICO para o século dezoito.
Recomendo, inclusive como presente para alguém muito, mais muito católico mesmo, quem sabe até um padre que você conheça ?.

Larissa804 17/06/2024

A obra vai retratar o romance proibido de Amélia com Amaro, padre que não queria ser padre. Ao desenvolver da história haverá diversas discussões sobre o mundo eclesiástico, desde os cargos mais autos aos simples fiéis, destacando diversos pontos sociais fundamentais até os dias de hoje.
O livro por ser grande apresenta uma leitura cansativa, requer certa paciência para acompanhar os dizeres da história,como a maioria dos clássicos. Mas não apresenta grandes descrições e é, de modo geral, uma grande fofoca.

Bi_Oliveira 04/08/2023

No livro, acompanhamos Amaro que após a morte da mãe é criado pela madrinha e "prometido" ao sacerdócio.

Quando padre, Amaro assume a igreja de Leiria e é acolhido com total estimo e devoção pelos outros sacerdotes e pelos religiosos do local.

Demostrando desde sempre controvérsias a vida eclesiástica tudo começa a evoluir quando Amélia, bela e pura cruza a vida do pároco. E então acompanhamos um sentimento obsessivo e ardente crescer e se desenvolver entre os dois colocando tudo o que foi desde o princípio ensinado a ambos em cheque.

Eça de Queiroz faz críticas duras e escancaradas as hipocrisias dos religiosos que muitas vezes no livro agem como tudo menos como seguidores dos ensinamentos aos quais juram devoção.

A escrita do texto pode ser um pouco dificultosa, o livros é cheio de expressões da época e o português é bastante rebuscado, mesmo assim é muito fácil engajar na história.

Mari.Vasconcelos 19/01/2023

Acorda, gigante!
Acreditei que estava passando raiva nesse livro,(o personagem principal me deu mais ânsia que o tal candidato padre daquela outra história), mas conversando um pouco a respeito com uma amiga percebi que era na verdade indignação.
Esse livro pode ter sido em algum momento considerado polêmico, por desmistificar ou cutucar uma massa, mexeu num vespeiro ...
Alguns defensores ferrenhos do catolicismo o acusariam de apologia ao ateísmo, eu mesma cheguei à acusar Eça de Queirós de tendencioso,pelo menos no momento em que pra mim, foi o diálogo mais fervoroso; queria ouvir as partes do abade Ferrão e o Dr. Golveia, únicos personagens dotados de um bom senso e com convencimento plausível de sua fé ou de sua ciência, porque toda vez, que eu acreditava que iria ouvir o abade Ferrão fazer uma retórica coerente ao discurso do Dr. Golveia, havia uma interrupção de outra personagem, por fim, o placar foi de 10×0 para a eloquência do Doutor
Que pena!
Tava torcendo para um impasse

O livro, pensava eu, seria uma linda historia de um amor proibido, mas foi um desmanche à lustrosa hipocrisia dentro do clero, a forma como a religião induz o falso moralismo, a hipnose cerebral de como as pessoas colocam Deus numa prateleira e vendem-se à imagens distorcidas de boa gente, "temente" a Deus.

Uma completa inversão Do Amor ao Próximo !

Sabyna0 07/08/2022

Surpreendente, intrigante e triste
A história vai narrar o romance do Padre Amaro com a a jovem Amélia, porque quem se apaixona perdidamente ao ponto creio eu de virar uma obsessão, pois suas ações são questionáveis. No desenrolar da história vamos ver várias críticas ao modo como a doutrina falsa do catolicismo é empregada, pelos corruptos do clero e a sociedade com práticas desonestas que estão a exemplos do protagonista.
O Padre Amaro desde cedo foi imposto a Ele o sacerdócio que ele não tinha vocação e nem vontade, teve que se render a isso ou morrer de fome, nisso quando ele vai para uma nova paróquia ele conhece a Amélia uma beata, com quem ele desenvolve uma paixão e um desejo, e por ser padre não poderia se envolver deste modo a ela, com acontecimentos que não vou citar aqui, eles dois se acabam se envolvendo e disso Amélia fica grávida, e devo ressaltar que a relação deles ao meu ver era abusiva, E no fim de tudo Amélia E o bebê que esperava morreram, e esse segredo desse relacionamento amoroso deles dois se foi com ela, apenas um padre Ricoça(onde ela foi passar um tempo para ter o bebê)sabia mas estava em segredo de confissão.
Apesar de tudo é uma história que vale muito a pena ler pois há detalhes riquíssimos de críticas e da vida das pessoas daquele tempo.

Rayssa 14/09/2021

Seria cômico se não fosse trágico
Para mim a leitura foi como ouvir uma grande fofoca, mas acho que podia ser um pouco menor. Não foi arrastado como eu imaginei que seria e entendo que a descrição dos cenários e personagens era importantíssimo para a construção da narrativa e tudo fazer sentido, maaas acho que dava pra ter cortado umas coisas que ficaram meio cansativas. Não sei muito o que pensar sobre os outros personagens, só sei que fiquei com dó da Amélia no final e com nojinho de Amaro. De modo geral, o livro traz uma visão muito interessante da época com várias críticas à igreja católica, com umas pitadas de ironia que deixam a leitura bem legal. Não foi o melhor livro que eu já li, mas eu gostei bastante da experiência e recomendo.

Drika139 12/08/2021

O crime
São vários os criminosos nessa espetacular obra clássica. Cruel como a vida real, sem filtros. Amei.

Natália 16/06/2021

Espetacular
Leitura concluída ?
Confesso que achei a obra um pouco arrastada no início, o que percebi mais à frente ser justificável, pois descreve o cenário e os personagens, o que se mostra importante no decorrer da narrativa essa riqueza de detalhes. Fico feliz de não ter desistido por isso, pois simplesmente amei esse livro e mais uma vez, Eça de Queirós não me decepcionou, escrevendo com maestria uma narrativa engajada, com crítica ao clero da época e sua hipocrisia, com personagens bem construídos. Critica as autoridades eclesiásticas que usam de gula, mentira, traições... O livro narra, através de ironia nas entrelinhas, críticas ao clero da época. Discorre sobre a religião e o poder de persuasão dos líderes religiosos.
O livro retrata que não importa o quão grandioso são os atos de uma pessoa, mas se essa pessoa não segue os preceitos religiosos, será julgada como uma pessoa ruim.
Um livro que não dá vontade de largar. Excelente. Recomendo muito.

Resenha:
O crime do padre Amaro, romance escrito pelo escritor português Eça de Queirós, foi publicado em 1875. A obra conta a história de Amaro, um jovem pároco que não tinha a menor vocação para a função. Se tornara padre devido à promessa feita pela sua tutora, a marquesa de Alegros, de que iria para o seminário e estudaria para ser padre. Amaro, no entanto, não tinha a menor vocação para o sacerdócio e o celibato. Nunca pensou em seguir o destino sacerdotal. Assim que saiu do seminário, foi para Feirão, uma aldeia pobre, onde foi o padre local. Através de influêcia política, pela filha da marquesa ser casada com o conde de Ribamar, conseguiu ser transferido de paróquia para Leiria, cidade com mais atrativos. Em Leiria, ficou hospedado na rua da Misericórdia, na casa da S. Joaneira, fazendo parte do convívio social da cidade. A casa de S.Joaneira era frequentada por clérigos e líderes religiosos locais. Se apaixonou por Amélia, filha da S.Joaneira, uma jovem paroquiana, noiva de João Eduardo, um escrevente. Em nome dessa paixão e de suas consequências, Amaro não mede consequências para que seu romance não seja descoberto, cometendo atrocidades terríveis.

Fraoliveira180 21/05/2021

Nossa que final mais triste. :( Tô depresso!
Em O Crime do Padre Amaro, publicado em 1875, primeiro romance da era realista-naturalista de Eça de Queirós, crítica abertamente imprudência do clero da segunda metade do século XIXao crer que sua ordem não possui rachaduras Morais, assim como a sociedade burguesa desse mesmo período.

Uma história Deveras comovente, que mesmo tendo núcleo bastante abrangente de personagens. A emotividade transpassada pela escrita de Eça de Queirós é vista de forma cristalizada ao texto; a história está repleta de reviravoltas; não é ungido simples nem face de ser lido, mas ainda assim vale todo o esforço empregados durante a leitura tanto esse sem sombra de dúvida foi um dos sinais mais tristes já conheci da literatura Portuguesa.

"História de dizer a verdade! Em que consiste a educação de um sacerdote? Primo: tenho preparar para o celibato e para a virgindade; Isto é, para supressão violenta dos Sentimentos mais naturais. Segundo: em evitar todo o conhecimento e toda a ideia que seja capaz de abalar a fé católica; isso é, a supressão forçada do espírito de indagação de exame e, portanto toda ciência real e humana...".

S2anis 09/02/2021

Que livro intrigante! De longe é um obra genial. Me prendi bastante na história e foi relativamente fácil de ler. Infelizmente, por motivos pessoais, a leitura acabou sendo arrastada, principalmente após o hiato de informações que teve. Chega um momento durante a leitura que simplesmente pensei "ótimo! escutarei mais homens falando sobre a vida", o que me leva à outro tópico: as críticas sociais. Dado ao ano de lançamento e o que acontecia na época, o livro consegue tratar bem do clero, achei genial e adicionou um peso a mais nos meus pensamentos sobre no que a igreja tem por base histórica. É uma coisa triste pensar que toda crença foi construída em opressão, poder e manipulação, mas nada surpreendente. Além do hiato de informações, foi possível também levar em consideração o posicionamento feminino na obra. Senti falta da fala de Amélia, muita falta. Houve momentos decisivos que contava somente com a opinião dela e tive que ler páginas e páginas de uma rixa entre Amaro e João Eduardo, era frustrante. Digamos que tratar a mulher da forma com que ela foi tratada na obra é comum para época, mas não é uma justificativa para não destacar isso.

Livro excelente em crítica ao clero e representatividade realista-naturalista.

Adriana.Thais 01/10/2020

Estranhamente contemporâneo
Apesar de ter sido escrito em 1875 as críticas do autor à Igreja e aos moldes da sociedade permanecem não só válidas como absolutamente relevantes. Uma vergonha o comportamento ocidental e a nossa cultura judaico-cristã assassina. Aprendemos nada ou muito pouco com os erros do passado

Lirieudo 28/04/2020

Narrativa intensa e de críticas sociais
Um livro que me permitiu várias reflexões sobre as religiões. Eça de Queirós não maneira na hora de colocar nos seus livros tudo que ele pensava na época sobre a igreja católica. A estória pode ofender alguns religiosos, mas na minha percepção não me surpreende o que ele cria. Um livro muito interessante e de leitura fácil.