Um Pé de milho

Um Pé de milho Rubem Braga




Resenhas - Um pé de milho


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regis49 13/10/2024

Crônicas. Este livro trata de crônicas. Para falar a verdade, devo confessar que é o primeiro livro de crônicas que leio. Claro que já li várias crônicas avulsas, mas nunca um livro repleto delas. E é lindo.

O livro contém algumas crônicas publicadas no jornal por Braga, nos meados dos anos 40. Mas parece que estamos lendo seu bloco de notas, de tão natural e leve que são contadas as histórias. São breves relatos nos quais ele próprio se insere, o que torna tudo ainda melhor.

De maneira crítica, direta e engraçada, ele compartilha suas experiências e vivências, que, mesmo com o passar dos anos, ainda fazem sentido nos dias de hoje. Li que era bom ler Braga e, de fato, é sim. Otto Lara Resende disse que "Rubem Braga fabrica o seu próprio mel, de que é impossível provar sem gostar", então provem, leiam e gostem!
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Xandy Xandy 21/08/2024

Atual mesmo tendo sido escrito na década de 1950!
Algumas crônicas deste livro são tão bem escritas que se tornaram atemporais. É o caso de "Louvação", onde o autor começa discorrendo sobre a injusta prisão de um padeiro que fora preso apenas por utilizar farinha de trigo pura, e segue discutindo sobre inversões de valores... na sociedade da década de 1950. Entretanto, cairia como uma luva nos dias de hoje!
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anoca.cacau 14/01/2023

Tenho esse livro desde 2019 (peguei da escola, inclusive), e sempre que eu lembro da existência dele pego pra ler. A minha crônica favorita é "eu e bebu na hora neutra da madrugada" sempre leio e releio essa.
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Esther Zambotti 29/02/2020

Diferente dos demais livros de Rubem, Um Pé de Milho nos dá a sensação de lermos seu bloco de anotações e crônicas corriqueiras. Curioso e instigante, traduz muito de uma boa escrita e uma boa personalidade.
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Henrique Fendrich 06/01/2013

Um pé de milho e outras couves da literatura
Aí está o Braga perto de fazer 100 anos, e por coincidência estive relendo "Um Pé de Milho", com crônicas suas feitas em meados dos anos 40. O livro não contém tantas citações diretas a notícias de jornal como os seus anteriores, mas é bastante povoado por problemas da época que, imagina-se, saiam em jornal. Braga é um cronista urbano do Rio de Janeiro e, ao menos nas crônicas selecionadas, bem menos severo que um Bilac, por exemplo. É que há um tanto de melancolia em tudo o que Braga escreve e, mesmo que ele fale da falta de água na cidade, faz isso com tanta graça que não temos muito ânimo para nos indignar. Acompanhamos o cronista várias vezes dentro de uma autolotação, e nos sentimos bastante próximos a ele, sofrendo as mesmas injustiças, mas com algum desalento.

Este é o livro que conta com algumas das mais curiosas experimentações de Braga, inclusive com alguns flertes com a ficção, ou algo próximo a ela (como na impagável "Eu e Bebu na hora neutra da madrugada" ou nas improváveis "História do Corrupião" e "História do Caminhão"). Nestas duas últimas, e mais em "Aventura em Casablanca" e "História de São Silvestre", Braga manteve a artimanha de continuar a história na semana seguinte, utilizada no tempo da publicação na imprensa. Não apenas esse expediente nunca mais foi usado em seus livros como o próprio estilo de narrativa - se me permitem, longe da sua maestria - também não se repetiu.

No mais, lá estão os seus passeios à infância, os louvores à Cachoeiro do Itapemirim, e sua permanente comunhão com a natureza, da qual a crônica-título parece ser o melhor exemplar. Braga ainda faz as vezes de conselheiro sentimental e faz divagações sobre o amor. E o humor que tempera tão bem o gênero está perfeitamente representado na inesquecível "Aula de Inglês", que é inclusive apontada por Roberto Braga, filho do cronista, como a melhor que já fez. O livro termina com o bonito registro circunstancial de "As Velhinhas da Rua Hamelin", quase um indicativo do que seria a sua produção francesa publicada no seu livro seguinte, "A Borboleta Amarela".

Leiam, leiam o Braga. Aproveitem o centenário que aí está, mesmo que pouca gente dê grande importância a ele - mas quem mandou, meu caro Braga, se dedicar às couves da literatura?
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