Convenience Store Woman

Convenience Store Woman Sayaka Murata




Resenhas - Convenience Store Woman


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juliabatis_ 23/03/2021

Me surpreendeu
É o seguinte, eu fui ler esse livro pensando que era uma narrativa levinha sobre a moça que trabalha em uma konbini refletindo sobre a vida. Acontece que eu to destruída pois pareceu um conto do Franz Kafka.
Brincadeiras a parte, o livro me surpreendeu muito referente ao que eu (e a maioria da sociedade) considera normal e como pessoas que não se encaixam nesse padrões lidam com o cotidiano.
Comparei essa história a algum conto no estilo "Franz Kafka" pois a cada momento que as coisas "absurdas" aconteciam, elas me pareciam reais e me mostravam uma analogia a sociedade.
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Isa | @nocaminhoumlivro 11/04/2023

Eu amei o livro! A forma como a autora nos mostra o mundo pelos olhos da personagem principal é incrível. Um livro lindo e complexo, humano, e ainda sim sucinto
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Sara 17/04/2023

Há tanto para se debater neste livro, uma verdade raridade.
Sinopse: iremos acompanhar uma jovem em sua estranha situação de não entender os sentimentos e emoções das outras pessoas. E por conta disso, acaba trabalhando meio período por 18 anos em uma conveniência.

O que eu achei :
O livro vai crescendo a medida que ela interage com os outros personagens da narrativa. E então você percebe a crítica ao capitalismo, à sociedade moderna, à própria corrida de ratos dentro de rápidas e acidas conversas. me encontrei diversas vezes pensando e questionando acerca do que que a personagem principal fez da sua vida e como essa reflexão não pertence nem a mim e nem a ninguém, somente a ela. No fundo, ela não queria ser aceita, ela só queria ser deixada em paz. Há tanto para se debater neste livro, uma verdade raridade.
brubsss 26/05/2023minha estante
o inglês dele é de boa? Ou é muito complexo?


Sara 29/05/2023minha estante
Achei tranquilo .. pode ir sem medo




thaispmendes 01/09/2020

A mensagem é importante... mas o livro ao todo é bem absurdo... não funcionou pra mim.
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Lina Jones 08/03/2024

Uma obra prima muito mal compreendida no Ocidente.
Que pena ver que esse livro está tão mal avaliado no Skoob. Esse romance é extremamente relevante, é uma pequena janela pela qual podemos observar um fenômeno cultural tão típico do Japão moderno.

Em qualquer país existem grupos de pessoas que são excluídas socialmente, que sofrem pressão para se enquadrar em moldes pré-definidos do que é uma vida "aceitável", e pessoas neurodiversas sentem essa pressão elevada à décima potência.

Porém, enquanto as sociedades Ocidentais foram fundadas sobre ideais como liberdade e individualidade, o Japão foi fundado em princípios confucionistas onde o bem-estar do grupo está acima do indivíduo. Qualquer pessoa que não se encaixe no coletivo está indo contra ele, e portanto é excluída da sociedade, ou da "vila", como o personagem Shihara sempre diz durante o livro. E assim tem sido desde os primórdios dessa cultura milenar.

A protagonista Keiko é claramente uma pessoa neurotípica, mas nunca é explicado que tipo de neurodivergência ela possui, embora ela apresente características do espectro autista e do transtorno de personalidade antisocial - ela tem tendências violentas e não compreende emoções ou aparenta ter empatia - mas ela evita agir com violência pois deseja se enquadrar e seguir as regras, e já foi punida desde cedo por suas tendências violentas. Mas fingir que está tudo bem e torcer para que ela seja magicamente "curada" é uma solução mais aceitável do que um diagnóstico, pois um diagnóstico seria a comprovação de que Keiko é de fato diferente.

Keiko é extremamente bem construída, não apenas como uma pessoa neurodivergente, mas como uma mulher neurodivergente. A forma como seus sintomas se manifestam é tipicamente feminina - o desejo de se enquadrar nas normas, a constante tentativa de mascarar seus sintomas, o hiperfoco no trabalho onde ela pode se sentir como um membro útil da sociedade, a tentativa de se vestir e se comportar de forma apropriada para sua idade ao imitar suas amigas e colegas de trabalho... Keiko QUER pertencer e ser útil.

Em contrapartida, o antagonista Shiraha demonstra apenas raiva e desdém pela sociedade e por não se encaixar, e decide se isolar do mundo. 90% dos hikikomoris (pessoas que se isolam da sociedade e não saem mais de casa) são do sexo masculino.

Em suma, por mais que a história de Keiko e Shiraha seja curta e rápida de ler, ela explora tópicos muito, muito profundos, e deve ser lida com cuidado, levando em consideração o contexto cultural e social no qual foi escrito. Não é um livro que vai te dar tudo "mastigado", e quem não tem conhecimento sobre certas convenções sociais do Japão moderno, pode acabar achando raso.

Eu amei esse romance e a todo momento torci por Keiko. O final foi impressionante, um grande dedo do meio para a sociedade coletivista japonesa e um ato de rebeldia. Um acalento a todos aqueles que já se sentiram "fora dos moldes" e coagidos a abandonarem suas vocações, desejos e sonhos a fim de se tornarem palatáveis.
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Kannikaze 11/06/2023

É dureza ser diferente.
Fui com a ideia de ser uma leitura bem levinha sobre uma moça no Japão e a vida mundana e nossa, quando acabei de ler estava com os olhos arregalados, de uma forma boa, é claro.

Não sendo uma daquelas pessoas que falam "literalmente eu" ao sinal de qualquer personagem com alguma anormalidade mental... mas nossa, ela é literalmente eu! Certos maneirismo e a forma de se sujeitar a certas coisas para se encaixar no que a sociedade espera, realmente me trazem memórias. Lá pela metade/fim do livro eu queria pegar a protagonista e guardar num pontinho e proteger ela dessa gente toda.

Eu me consigo muito me ver lendo esse livro novamente, espero que na próxima seja em português, uma leitura realmente muito gostosinha.
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Sekhmet 10/11/2021

Bom
Muitos comentários sobre esse livro o descrevem como cômico. Pessoalmente, acho que este livro não é nada engraçado. É um livro dirigido por personagens porque os eventos do enredo são bem mundanos, mas é aí que o talento da autora entra em jogo. É como se ela estivesse pegando algo mundano e tornando-o atraente (algo bem comum para autores japoneses, como já comentei em Kitchen, de Banana Yoshimoto).

Convenience Store Woman é um pouco estranho, mas de uma forma agradável. E funcionou bem para mim.

Keiko é diferente, não é considerada "normal" por amigos, família e colegas de trabalho, então ela tenta imitar o que deveria ser normal, apenas para manter todos satisfeitos. Embora nunca seja especificamente dito, parece que ela está no espectro do autismo. 

A autora utiliza Keiko para examinar como a sociedade exige que nos comportemos, o que é considerado 'normal' e como alguém que é um pouco 'diferente' pode encontrar uma maneira de ser aceito.

Esta foi uma leitura curta, mas envolvente!
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giovanna 25/08/2022

inumana
Em Japonês, Furukawa pode significar "queda de uma ferramenta", ou até mesmo "ferramenta completa". Keiko pode ser "treinamento,prática". Amo quando os livros trazem nomes significativos, não poderia descrever a personagem de melhor maneira. Shihara pode vir de "útero", "pagamento", "assédio"... Sayaka Murata é um gênio.
Eu deveria ter lido esse livro há muito tempo para aulas da faculdade, mas devo confessar que quando a vontade aparece é tudo muito mais gostoso. A leitura é deliciosa, por mais incômoda que seja.
Não sou especialista, mas tenho a grande impressão de que Keiko esteja dentro do espectro autista. Ela mostra não compreender aquilo que vemos como normas da sociedade, portanto copia aqueles que a cercam. Como a própria personagem diz, ela não é humana ou normal, é uma trabalhadora de konbini.
Existem passagens super cruas que comparam a humanidade à animais e amontoados de carne (e mentiu?), além da clássica retomada de Shihara sobre como "tudo é mais difícil para os homens desde a idade das pedras". Ele é um incel. Nojento e detestável. Mas é impossível negar sua importância na narrativa. Ele é um ponto que causa distúrbio na rotina de Keiko: também excluído, diferentemente da mulher, ele não aceita bem ser colocado como o esquisito. Há essa repetição de o que "eles" (a sociedade "normal") vão pensar. A maior ironia se dá quando Shihara, que tanto parece querer não seguir o que "eles" pensam, começa a espelhar em Furukawa os mesmos pensamentos e projeções idealistas.
Toda a história é entremeada desses pensamentos da sociedade comum, e te fazem questionar o quê (ou quem) determina o certo e o errado. Quem escreveu o manual de regras não escritas?
Esse livro me deu uma rasteira.
Leiam, leiam, leiam, leiam, por favor. Preciso conversar com alguém sobre ele!!!!!!!
Jade233 03/09/2022minha estante
perfeita análise




Lorena Andujas 06/09/2023

A leitura foi muito estranha, mas já de cara identifiquei uma certa neurodivergencia na protagonista, como alguém também anormal na sociedade, me vi um pouco na Keiko tentando entender o que fazia dela precisar ser curada, e copiando os maneirismo de seus colegas pra poder se encaixar. Também vejo um livro como uma crítica ao capitalismo e normas sociais, os monólogos de shiraha faziam muito sentido, realmente não mudamos tanto desde a idade da pedra. É uma boa metáfora do trabalhador ideal que apenas vive para seu próprio trabalho. Consigo ver além disso uma certa crítica ao machismo com a figura de Shiraha sendo misógino e mais uma vez suas falas de como a sociedade é diferente pra homens, me lembra muito o discurso incel, ou redpills que na sua maioria são excluídos sociais que culpam a tudo e todos menos a si mesmos. Eu achei pelas resenhas que o livro seria bem mais bizarro e cheio de suspense, mas fiquei um pouco decepcionada, tá mais pra um slice of life de Keiko. O final foi muito rápido e gostaria que fosse mais longo, mas eu gostei dele de algum jeito.
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Klipper 08/08/2023

Uma questão de conveniência
Keiko tem 36 anos, é solteira, sem filhos, e trabalha há 18 anos na mesma loja de conveniência.Ela parece não ver nada disso como problemas, mas sua família e amigos não conseguem entender como ela pode estar satisfeita assim - sem um relacionamento e em um emprego considerado ruim.

Keiko é bastante peculiar. Alguns episódios da infância dela nos mostram que desde então ela já tinha dificuldade de se relacionar com as outras pessoas, e de entender as regras sociais não escritas. Keiko tem consciência de que é vista como estranha, então aprende a observar atentamente as pessoas ao seu redor e copiar os seus comportamentos tidos como normais.

O trabalho na loja de conveniência lhe traz um ambiente seguro. Há um manual do funcionário, especificando regras e condutas. Keiko consegue entender o funcionamento da loja e sabe o que é esperado dela na posição de funcionária. A loja de conveniência é um lugar onde ela se sente parte funcional da sociedade. Seguindo o que lhe foi ensinado no treinamento, ela consegue mascarar sua esquisitice.

(Vale mencionar que no Japão essas lojas são um grande sucesso. Nos grandes centros urbanos, parece haver uma a cada esquina. As lojas ficam abertas 24 horas por dia, 365 dias por ano, e vendem artigos variados - de comida a itens de farmácia e papelaria.)

É um livro curto, fácil e gostoso de ler. Com tiradas de humor meio dark e questionamentos tipo ?o que é ser normal?? e ?qual é o papel de cada um na engrenagem social??
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Matvb 29/07/2023

Book reviewer man
O livro trata sobre as espectativas sobre o que é uma vida "normal" na sociedade, e acaba nos envolvendo ao brincar com a expectativa do leitor também em para onde a história nos levará.

Eu fiquei desde o segundo capítulo sempre achando que o livro iria descambar para um Thriller de alguma forma, mas não. Ele nunca é nada mais do que um livro calmo sobre a vida de uma mulher que trabalha em uma loja de conveniência, mas ele não é nem um pouco menos foda por isso, muito pelo contrário.

O fato da gente mesmo ficar puto com alguns personagens (tem alguns que são praticamente feitos para nós não gostarmos deles) também nos faz refletir sobre o julgamento que passamos à eles quando as pessoas que realmente envolvidas estão de boas com o assunto.

"She's far happier thinking her sister is normal even if she has a lot of problems, than she is having an abnormal sister for whom everything is fine"
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amanda3913 05/09/2021

o obscuro de ser normal
premissa: 4.5
escrita: 4.5
andamento: 5
personagens: 4
final: 4
____________________________________________

[I absorb the world around me, and that's changing all the time.]

[At that moment, for the first time ever, I felt I'd become a part in the machine of society. I've been reborn, I thought. That day, I actually become a normal cog in society.]

leitura obscura e que incomoda, ainda mais se o leitor se identificar.

tendo a protagonista conseguido um emprego numa loja de conveniência, ela passa a viver e respirar por isso. pelo propósito de ser uma funcionária daquele lugar. desse jeito ela pode se encaixar em algum lugar da sociedade e ser considerada "normal";

mas quando se passam 18 anos e ela ainda se encontra lá, nesse emprego de meio período, as pessoas começam a se perguntar o porquê e ela começa a querer se transformar ao gosto das pessoas para não ter que ouvir que não é "normal";

o livro, primordialmente, tem uma proposta muito simples, executada de maneira a nos fazer refletir sobre o tema (ser normal e se encaixar na sociedade) através de personagens que normalmente não gostaríamos por serem "fora da caixinha" e "anormais";

deixo em aspas pois o livro retrata justamente isso, como essas pessoas que não seguem o padrão: arranjar um emprego considerado "digno" + se casar + ter filhos, são vistas pobremente pela sociedade e como a sociedade assume coisas sobre elas para tentar entender do porque não serem "normais";

eu acho (tenho certeza k) que a personagem principal sofre de algum problema mental, mas isso não é explorado. você sabe, pois, a vida dela gira em torno de imitar os seus arredores e as pessoas com que convive, além de muitas vezes ela ter pensamentos homicidas e não entender o porquê de aquilo ser errado.
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yas :) 07/08/2022

Good, I pulled off being a 'person'
Um livro curtinho com uma crítica gigantesca.

Primeiro de tudo é importante destacar que a personagem principal aqui, a Keiko, é claramente uma mulher neurodivergente mesmo que isso não tenha sido explicitado ao longo do plot. A partir disso, enxergar a história por esse viés dá toda uma profundidade diferente.

A Keiko é feliz trabalhando em uma loja de conveniência, é algo que funciona pra ela e que a faz sentir parte de alguma coisa, que é fácil de entender. Talvez se ela tivesse recebido mais apoio profissional quando criança ela até poderia ter seguido outro caminho julgado mais "apropriado", mas essa é a questão do livro: Se ela é feliz daquele jeito, porque seguir as regras dos outros?

O olhar sobre a sociedade aqui traz questionamentos muito pertinentes sobre que conduta as pessoas se sentem obrigadas a seguir e o quão mais fácil seria não fazer parte dessa marcha forçada em que ser bem sucedido é equivalente à estar dentro do padrão.
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