Felipe 03/11/2022
Dos três grandes contos da primeira Era da Terra-Média, a queda de Gondolin é o último deles. Nele, podemos conhecer a história de Tuor, da casa dos homens de Hador, filho de Huor e primo de Túrin, protagonista do conto anterior.
Sua história mostra como ele conseguiu sobreviver a condições tão adversas no começo de sua vida e do seu caminho no cumprimento dos desígnios de Ulmo, deus das águas, no combate às forças de Morgoth.
Assim, como todos os livros de Tolkien que li e resenhei recentemente, esse é um compilado de textos, sob a edição de seu filho Christopher Tolkien. Que brilhantemente nos apresenta e aprofunda nas obras de seu pai.
No livro em si, conseguimos acompanhar as diferentes abordagens de Tolkien para a história e a evolução de sua história em cada período de sua escrita.
Fica claro o papel essencial da história dentro da mitologia da primeira Era, assim como do valor de Tuor para o desenrolar desses eventos.
Trago destaque para como o protagonista consegue ouvir e corresponder ao chamado de Ulmo, mesmo que, muitas vezes, sua humanidade o tenha atrasado. É necessário que ele se lance no seu chamado e que se cumpra aquilo que é esperado.
Citação favorita do livro:
Tuor: ?E o que de mim, Senhor, se agora eu chegar até Turgon? Pois apesar de eu querer de fato fazer como fez meu pai e auxiliar esse rei no que necessitar, ainda assim de pouco valia serei, um homem mortal sozinho?
Ulmo: Se decidi enviar-te, Tuor, filho de Huor, não creia que tua espada não vale o envio. [...] então as palavras hão de surgir em tua mente e tua boca há de falar como eu falaria. Fala e não temas!?
Esse trecho exprime o exato sentimento da dúvida diante de um grande chamado que nos é feito, porém a total confiança na promessa que nos sustenta.
O livro tem um começo bastante lento e cansativo, ainda assim ele consegue evoluir bem e é uma leitura enriquecedora. A nota é muito por conta da lentidão e não por conta do valor da história.