Izabela 15/06/2021
Temos aqui mais um livro (da longa lista de livros) que eu estava enrolando muito para ler. Em parte, acredito que era por conta de toda atenção e coisas do tipo que rolam em volta dele (e isso me deu uma leve preguiça, quem nunca), mas aí o pessoal que me segue lá no tiktok me convenceu a comprar e ler o primeiro livro dessa série do povo do ar. E eu gostei. Sério, me surpreendeu demais. É uma fantasia (indicada para maiores de treze anos) e, dentro desse universo fantástico, é clichê (que eu amo) e é bem devorável. Claro, achei o meio um pouco lento (inclusive tirei meia estrela por conta disso), mas depois que pega o ritmo do final você não consegue parar de ler e... uau. Não tenho como não fazer comparações, uma vez que li duas fantasias muito famosas num espaço curte de tempo e, a verdade, é que o livro tem muitas coisas parecidas com A Rainha Vermelha. Nada de nível de plágio ou algo assim, mas ter lido esse livro antes, por exemplo, me fez adivinhar muito rapidamente qual seria o plot twist do outro livro citado. Ainda assim, apenas a receita de bolo é parecida (e é esperado isso), mas os livros em si e a história como num todo não segue por um caminho parecido de seres mágicos. Ok, vamos focar na história e no que achei no geral, não é mesmo?
Jude é humana, mas acabou crescendo no mundo das fadas. Quando era mais nova, ela e suas irmãs foram sequestradas pelo ex-marido de sua mãe e levadas para serem criadas nesse mundo mágico e completamente diferente. Por conta de todos os traumas que passou e de tudo que aprendeu ao longo dos dez anos que já passou com as fadas, Jude acredita que precisava fazer parte daquela de alguma forma. O que, em tese, era bem impossível, uma vez que as fadas eram muito mais atraentes e, para completar o combo, eram também imortais. A única forma de ela ser levada mais a sério, uma vez que eles desprezavam os humanos, seria vencendo batalhas e virando uma guerreira real. Ela queria se provar digna custasse o que custar.
E no meio de toda essa tentativa de se destacar, ela ainda precisava lidar com Cardan, um dos filhos do Grande Rei, que era um verdadeiro insuportável. Junto com sua equipe de fadas que se achavam maiores que tudo e todos ele acreditava que fazer a Jude passar vergonha e quase morrer era um passatempo bem legal. Mas ele nem era o maior dos problemas dela, afinal, em breve teria uma coroação e o clima estava muito tenso em todo reino. Uma guerra civil estava prestes a explodir e ela estava bem no meio de tudo aquilo.
Eu gostei muito da Jude, mas eu não concordava com muitas das escolhas dela. Ela tem uma necessidade de aceitação que beira a a loucura (vamos levar geral para uma terapia aqui). Por ela não ser do mundo mágico, ela cresceu com essa ideia de que, mesmo sendo humana, precisava ser tão boa ou ainda melhor que eles. Mas, literalmente, isso era humanamente impossível. Claro, ela consegue coisas fantásticas por ser esperta e por, muitas vezes, estar no lugar certo e na hora certa, mas ainda sim eu entendia bem mais o lado da irmã mais velha dela querendo correr para a loucura normal dos humanos, porque as fadas são todas doidas e doidos. Ah! E as fadas não conseguem mentir. Sente só a bosta que isso daria aqui no nosso mundo, rs. Eu enrolei o que pude, mas vamos lá... vamos falar de Cardan. O príncipe que não é cruel, é apenas babaca.
Enquanto eu lia o livro (e comentei muito disso no vlog de leitura), fui entendendo quem era o príncipe cruel de fato e onde isso levaria a história, porque sério, tem muitos príncipes naquele mundo e até a gente entender onde vai chegar demora um pouco. Cardan, como comentei, até tenta passar uma imagem de cruel com seus fiéis seguidores, mas ele é só muito infantil, babaca e um péssimo ser humano que precisa de terapia mesmo. Esse também foi um dos fatores que me fez tirar a meia estrela (e se eu continuar falando dele, vou acabar tirando mais meia... então melhor eu focar e mudar logo de assunto haha). O povo é péssimo e tudo fica como normal, sabe? Ok, é uma fantasia e é um mundo inteiramente novo, mas ainda assim o número de gente babaca que faz maldade e acaba como se tudo estivesse normal é absurdo. Então é basicamente isso. Falando assim parece que nem gostei, mas pior que gostei (haha). A escrita é devorável (tirando o meio enrolado), a história em si é legal e você quer entender onde ela vai parar e, claro, o que acontece no final deixa aquele gosto de quero mais. Sim, vou ler as continuações, mas não por agora. Não é uma prioridade para mim no momento. Mas, para quem curte livros de fantasia, é sim uma ótima indicação e vale sim a pena.
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