Bela 08/03/2022"I never saw so much expression in an inanimate thing before"Uma mulher, com depressão pós-parto, foi erroneamente "diagnosticada" pelo marido como histérica. Por isso, eles vão para uma casa de campo, onde ela pode se isolar e tentar se recuperar. Apesar dos problemas, a única coisa que incomoda a protagonista é o papel de parede do quarto onde ela está alojada. O marido não permite que ela troque de quarto e ela obedece, já que confia cegamente nele, uma submissão que, à princípio, é assombrosa, ela não faz nada sem o consentimento dele e chega até a se sentir culpada por não estar melhorando com todo o cuidado dele.
John não permite nem que ela pense sobre sua condição. Ele chega a rir quando ela confessa que vê o padrão da parede se mexendo, mas ela já o pegou observando o papel também. O tempo passa e o incomodo só aumenta, ela começa até a sentir o cheiro amarelo da parede. A protagonista começa a ter certeza que há uma mulher presa ali, ela chega a nos confessar que, durante o dia, ela a vê rastejando do lado de fora. Uma noite, quando John está trabalhando ela liberta a mulher e quando o marido volta ela diz a frase icônica que fecha o livro: "And I've pulled off most of the paper, so you can't put me back!".
É a segunda vez que leio esse livro, meu primeiro contato com ele foi por meio da minha professora de literatura, cinco anos atrás. Lembro que na época eu gostei ainda mais e a crítica feminista havia me encantado. Este é um livro bem curtinho, porém, denso, pesado e difícil de entender, porque ele tem uma pegada psicológica que te dá abertura para brisar demais. É uma leitura muito rica, onde você consegue se pôr no lugar da mulher e da sua agonia com o papel de parede, que é tão bem descrito! Ainda pretendo fazer uma terceira leitura dele, talvez em português para melhorar ainda mais a compreensão. Enfim, recomendo muito!