Alexsander.Rosa 11/10/2023
Ainda que tudo o mais sucumba e desapareça, o que há aqui é inabalável
A sensibilidade que Virginia Woolf tem em sua escrita é um deleite para qualquer leitor. A forma como ela transforma situações cotidianas em assuntos profundos e complexos colocam-na no mais alto nível de escrita.
"Passeio ao Farol" traz uma história melancólica, mas bela. São tantas reflexões que ele proporciona que fica difícil organizar as ideias.
A primeira parte deste livro, denominado "A Janela", apresenta os personagens e, mais do que isso, mergulha em cada um deles por meio de um fluxo de consciência que tornou a obra da autora tão característico. Esta parte é praticamente a metade do livro e narra um dia dessa família e seus convidados.
A segunda parte, "O tempo passa", foi um choque, pelos eventos que acontecem, a forma que ocorrem e o tempo que se passa e a rapidez com que são narrados. Virginia consegue nos mostrar como um instante pode ser infinito em nossas vidas, mas uma vida é o máximo que vivemos, e ela passa rápido.
A terceira parte é o tal passeio ao farol, e a tristeza que eu sentia lendo cada página não pode ser descrita. Eu ficava lendo cada personagem, e você sente a falta da sra. Ramsay, e, ao mesmo tempo, sente ela sempre presente, e ao mesmo tempo tão ausente.
O quão seremos lembrados no futuro? Pela arte, pela pintura, pela marca que deixamos, mas, também, pelos corações que conquistamos, para aqueles que amamos nossa memória será bem preservada e proliferada.
E em meio a tantas tristezas e melancolias, haverá sempre uma luz para nos iluminarmos, mas será, afinal, possível chegar à fonte? Será possível buscar a fonte da luz, e, para chegarmos lá, viveríamos nossas vidas felizes? Vale a pena sonhar e se esquecer de viver?