wluv.clara 20/10/2024
Ninguém explica
Cara, na verdade, se me pedissem pra descrever esse livro em uma só palavra, eu não saberia qual. Isso é bem clichê e eu não gosto muito de dizer isso, mas é vibes "ninguém explica Deus". Eu realmente não entendo, não sei o exato porquê desse livro ter me cativado tanto, mas eu acredito que cativou. Eu me identifiquei até que bastante com a protagonista: Ana vive num conflito, pois ela ama dois homens ao mesmo tempo e tem que escolher apenas um, além de estar passando por um momento difícil profissionalmente também. A sua relação com Deus e com a religião também é um pouco parecida com a minha. Ana não sabe muito bem se acredita ou não; quer dizer, ela diz que acredita que há uma força, diz que acredita que tem um deus sim, ele existe, mas ela também está meio incerta, não sabe se deve acreditar ou não, se deve se agarrar a isso. Durante a maior parte do livro, Ana pede muitas coisas a Deus, em pensamento; Ao mesmo tempo que também o desafia e/ou o desrespeita muito. Uma coisa que ela teve a coragem de fazer que eu acho que talvez eu nunca tenha, é a de olhar para os céus e dizer que Deus está morto/não existe. Ela faz isso em um momento de angústia. No final do livro, Ana se converte e aceita Jesus. Me identifiquei bastante, pois também tenho as mesmas dúvidas, e até uma experiência não muito legal com a igreja, no passado. Porém, assim como Ana, não acho que não exista uma força superior e, quando as coisas apertam, eu também acabo recorrendo à Deus, em oração. Fico feliz por Ana ter tido um final feliz, apesar de muitas turbulências durante a sua vida. Me identifico muito com ela no sentido em que em algumas partes do livro ela se sente angustiada, em meio a um momento perfeito de sua vida, pois tem o pressentimento de que em breve tudo vai desmoronar, pois naquele momento ela tem muito a perder.
"Será que Deus decidira me ajudar, embora eu não estivesse fazendo nada para merecer seu favor? Ou estaria prestes a perder algo? Ou tudo? A ideia tornou a respiração dificil, e engoli em seco. Mas, então, me lembrei de uma coisa que Brian dissera quando estávamos trabalhando nas Piruetas no dia seguinte à última apresentação de Romeu e Julieta.
'Fiquem no ar!', orientou ele. 'Não se preocupem com a aterrissagem. Vocês vão aterrissar mais cedo ou mais tarde. A gravidade se encarregará disso, prometo a vocês. Preocupem-se em ficar lá no alto, em relevé! É um lindo lugar para estar' "
Acho que vou me lembrar dessa frase(!); Pois, assim como Ana, quando eu vivo apenas um dia muito bom e fico muito feliz, ou às vezes passo uma semana sem problemas, em algum momento, começo a pensar: "nossa, tá tudo tão calmo, tudo dando certo... com certeza é a calmaria antes da tempestade, certeza que uma m3rd4 está por vir...", mas a vida é cheia de altos e baixos, e às vezes, por focar tanto no que está por vir, acabamos não aproveitando o que está acontecendo. Claro que temos que nos preocupar com o futuro, mas tudo em excesso é ruim. Além disso, estou começando a pensar a respeito de não rotular tanto minha relação com Deus; Eu sempre soube que para "estar de bem" com Deus, não era preciso ir na igreja, os pregadores mesmo falavam. A igreja somos nós. A bíblia diz que aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Então, estou começando a pensar se não devo apenas falar mais com Deus, sem me preocupar com rótulos de religião, ou com os dogmas delas...
Enfim, termino esse livro sendo uma nova eu, uma pessoa diferente da que leu a primeira página! E saio também com essa frase de Brian na memória: "Preocupem-se em ficar lá no alto, em relevé! É um lindo lugar para estar"