John 02/11/2021
Multidisciplinamente profundo, original e ambicioso.
Bom, o que falar desse livro? Confesso que é difícil dizer o que penso dele, o que experenciei durante a trajetória de leitura, porque me parece complicado achar uma descrição e observação adequadas; parece-me que as palavras, conforme as articulo, não serão nem quase suficientes. Mas, irei tentar fazê-lo, brevemente, e dizendo algumas coisas que me parecem mais claras e objetivas, consciente que releituras serão mister, pois, há uma grande quantidade de informação e insights que, certamente, algumas não dei conta de absorver e considerar paulatinamente (isso porque a densidade e a complexidade em termos de linguagem é significativa - e isso não a toa). O autor, um psicólogo canadense de grande competência que tem passagem por Harvard e atualmente está em Toronto, é reconhecido por algumas polêmicas que giraram em torno dele há alguns anos recentes com ativistas de minorias e tem se identificado, politicamente, como um liberal clássico(aqui guardo algumas discordâncias políticas); mas esse não é o ponto central dessa resenha.Voltando ao livro, rápida e propriamente, eu não poderia deixar de destacar que a influência de Nietzsche, Jung, Dostoiévski, Tostói, de mitólogos como Mircea Eliade e Campbell, Alexander Soljenítsin é grande; além da de Jean Piaget, Skinner e dos neuropsicólogos russos, especialmente, no campo mais da ciência (estritamente). Há, portanto, um pensamento ambicioso e complexo aqui, uma síntese nada banal, coerente e séria que tenta dar conta de grandes problemas - que vai da moral e ideologia(ou o seu oposto: o niilismo, que basicamente é a negação e a degradação completa "da estrutura adaptativa") à questão da percepção daquilo que chamamos de realidade. Realmente, um trabalho reflexivo de extenso alcance, íntegro e profundo que combina diferentes campos do conhecimento para trazer um "mapa" (bastante geral) atualizado, seriamente fundamentado e esclarecedor.