spoiler visualizarM.K. Greece 28/03/2020
[INTERPRETAÇÃO PLATÔNICA DO LIVRO: CRISPR – A FERA DE MONTRACK]
Interpretação e Reflexão Por: M.K. Greece
Autoras do Livro: Maitê Sombra & Estefania Cristina
Rio de Janeiro dia 27 de março de 2020
A primeira coisa que tenho a dizer da obra: CRISPR – A FERA DE MONTRACK, escrita esplendorosamente pelas autoras Maitê Sombra & Estefania Cristina, e na verdade perguntar se elas são irmãs gêmeas? Se eu não tivesse visto a foto das duas autoras, tendo a certeza que são duas pessoas diferentes, eu teria a sensação de que elas são no mínimo irmãs devido à maneira com que a obra foi desenvolvida. O livro apresenta uma parceria sem igual entre as duas autoras, sendo escrito com tanta cumplicidade, confiabilidade e intimidade entre ambas, que a sensação que temos ao ler, e que se tratam sim de duas parentas que possivelmente viveram juntas desde a infância. Definitivamente as autoras Maitê Sombra e Estefania Cristina trabalharam em equipe na produção dessa obra e sem sombra de dúvida apostaram todas as suas fichas nessa história e juntas ganharam o grande prêmio. Não á palavra melhor para definir essa história. A obra é um prêmio de conquista e devemos agradecer a elas por dividir isso conosco.
O único momento em que é possível perceber o toque particular de cada autora e na construção do perfil psicológico dos personagens principais: SARAH & CONNOR. Essa história convida o leitor (ra) a viver uma caçada implacável. A emoção e a palpitação não nos abandonam um segundo se quer. A cada linha, parágrafo e página os nossos protagonistas Connor e Sarah nos arrastam com força, vigor e emoção no seguimento da sua jornada de descobrimento. Eles querem saber o que se encontra dentro do seu próprio ser e no interior de cada um deles. Eles não sabem o que são e do que cada um é capaz, e ao mesmo tempo desconhecem um ao outro e o mundo apocalíptico que os cerca. Em meio às certezas, confusões e contradições desses dois personagens, nós leitores (ras) adentramos essa história, nos tornamos cúmplices dessas ações. O dilema vivido por Connor e Sarah nos prende com a força de uma algema. Todavia, não se trata de uma algema qualquer e sim de uma feita de aço trabalhada com engenharia cibernética que nos submete a um choque quando tentamos nos soltar. Ficamos algemados e eletrizados diante das ações de Connor e Sarah de tal maneira que não conseguimos mais nos afastar das páginas. Atados e presos a eles, desse momento em diante vivemos essa aventura fantástica ao lado deles.
No trabalho das autoras Maitê e Estefania é possível perceber a semelhança com certas obras conhecidas como: A BELA E A FERA ou CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO MAL. Porem as autoras preferiram optar por uma abordagem mais atual e inovadora, preferindo concentrar a monstruosidade sobre a face da beleza e a benevolência sobre a face da fera. E nessa abordagem em específico, também é possível perceber a semelhança entre a história do filme: LADYHAWKE (Feitiço de Akila no Brasil) em que o mocinho e a mocinha se revezam sobre a face da fera. Na verdade a história usa os dois personagens como alegorias que personificam a alma humana em sua face mais pura e mais perversa, deixando claro que o ser humano faz uso de sua inteligência e potencialidades para ser infinitamente bondoso e ao mesmo tempo monstruoso. Exemplificando o mundo que nos apresenta em CRISPR através de sutis e profundas metáforas da existência humana, as autoras Maitê e Estefania dividem conosco grandes lições de vida que são dignas de apreciação.
A relação entre Connor e Sarah pode ser definida como um eterno: MORDE E ASSOPRA, mas toda a história nos é apresentada nesse mesmo ritmo. E isso é incrível, por que torna imprevisível o fechamento de cada arco da trama. Ao ler cada página, não sabemos se os personagens vão se matar, trair um ao outro ou se de fato vão manter a aliança até o fim. Devido a isso não á como prever ou cogitar o possível final da história. E o que torna essa história fenomenal é justamente isso. Não ter ideia de como tudo ira terminar, devido à relação conflituosa entre os personagens. Esse conflito mantém a história viva, aquecida, até a flor da pele e esse calor gruda os nossos olhos sobre as páginas do livro. A fórmula magnética desenvolvida pelas autoras Maitê e Estefania criou tamanha força de atração que é praticamente impossível resistir a essa fantasia repleta de elementos da ficção científica e do universo cyberpunk.
Após a Terceira Guerra Mundial o planeta sofre uma terrível devastação e o mundo é reformulado. A engenharia genética passa a determinar o processo de evolução de todos os seres sem conhecimento da maioria da população. Uma nova seleção das espécies começa e aqueles que são considerados puramente normais começam a ser substituídos aos poucos pelos KRECTORS (Mutações Aberrantes) e PERFEITOS (Mutações com aparência perfeita, porem fisicamente mais fracas). Porem os KRECTORS embora sejam externamente monstruosos, os mesmos têm um controle maior sobre as suas emoções, enquanto os PERFEITOS são criados sem sentimentos, sendo treinados como caçadores implacáveis, destinados a exterminar toda e qualquer aberração. A Unidade Científica de Montrack encarrega-se de treinar os recrutas e transformá-los em exterminadores de aberrações. Em meio a essa atmosfera apocalíptica os jovens Connor e Sarah se encontram. O laço do amor os envolve, mas Connor não é um homem fiel e por isso deseja conhecer o calor do corpo de outras mulheres. No entanto, ele percebe que o seu encontro com Sarah foi diferente.
Ele sente o amor, mas em busca de uma vida de prazeres livres e sem compromisso na ilha de Nasvo, Connor vira as costas para essa dádiva e faz juras falsas a sua amada, abandonando-a. Sem perceber a falsidade do seu amado, Sarah guarda a esperança de um dia encontrá-lo novamente após o seu retorno de Nasvo. Porem acontecimentos perturbadores provocam a sua brusca separação. A morte de dois entes queridos germina no coração de Sarah o desejo de vingança e ela resolve tornar-se uma caçadora de aberrações, ingressando no programa de treinamento de Montrack, tornando-se um dos PERFEITOS e após a sua transformação ela desenvolve um fator de cura comparável ao do mutante Wolverine. Connor tenta retornar ao encontro de Sarah, mas acaba sendo capturado nas florestas de Montrack e após ser submetido a um experimento ele é transformado na cobaia C22, que depois recebe o apelido de KAIROS. Porem o mesmo destino que os separou os une novamente, justamente nas instalações da Unidade Científica de Montrack.
Inesperadamente a cobaia C22 foge das instalações e acaba sequestrando a recruta Sarah. Entretanto a comandante Quarentena, conhecida pelo nome AIKA MARTEL descobre que o cruzamento do DNA de Sarah e Connor pode dar origem a um COLOSSAL (Mutação Perfeita). Aika transmite essa informação ao DOUTOR SIMON GIDEON que possuí ambições comparáveis a de Victor Frankenstein e Henry Jekyll, desejando fervorosamente criar o ser perfeito. Aika é enviada para capturar os dois fugitivos e assim a saga de CRISPR começa. COM TODA A SINCERIDADE DIGO AOS LEITORES (RAS) PARA LER ESSE LIVRO. ESSA HISTÓRIA NÃO SE TRATA MERAMENTE DE UMA AVENTURA FANTÁSTICA, MAS DE UM CONVITE PARA CONHECER O UNIVERSO DO EU.
[CONSIDERAÇÃO FINAL]
Caríssimas Maitê e Estefania, digo primeiramente que a sua história é fantástica. Mas não só pelo fato de ser uma história bem construída e cheia de atrativos. A riqueza dessa história esta na provocação filosófica que ela nos proporciona. A metáfora da Bela e da Fera que vocês duas apresentam na história, de fato representa uma interiorização do universo do Eu. A alegoria da história trata-se de uma abordagem psicológica que convida o leitor (ra) a olhar para si mesmo e descobrir que a Bela e a Fera, nada mais é que o reflexo da alma humana. São as duas faces da alma. O bem e o mal que se esconde no interior de cada pessoa. Fica nítida na vossa hábil abordagem literária que as máscaras da essência humana são representadas pela perspectiva antecipada que cada figura faz sobre aquilo que vê em relação à beleza, feiúra, pureza e impureza, antes mesmo de conhecer cada pessoa. Os seres humanos se deixam enganar pela veste luxuosa e um rosto bonito, sem ao menos ter ciência sobre a índole de uma pessoa. Ou seja, em muitos momentos a aparência é caracterizada como um elemento mais importante que a boa índole. A beleza de uma pessoa não é garantia de pureza da alma e a feiúra de outra não é sinônimo de impureza dessa mesma alma. Cada pessoa tem o seu valor indiferente da sua aparência. Esse é o riquíssimo presente que vocês nos proporcionam ao contar a sua história. Parabéns por essa magnífica lição. Eu não sou ninguém para dar um conselho a vocês, então de maneira humilde e respeitosa apresento apenas uma sugestão. Continuem escrevendo em conjunto por que a sua química literária é arrepiante.
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