regifreitas 24/06/2021
REPARAÇÃO (Atonement, 2001), de Ian McEwan; tradução Paulo Henriques Britto.
Lembro de ter gostado bastante da adaptação cinematográfica desta obra, dirigida pelo inglês Joe Wright, e que chegou ao Brasil com o título de DESEJO E REPARAÇÃO (2007). Tanto, que fiquei interessado em conhecer o romance original, e bastante curioso sobre a produção em geral de Ian McEwan, considerado um dos principais autores contemporâneos de língua inglesa. Alguns dos seus trabalhos me agradaram bastante - SERENA (Sweet tooth, 2012) -; outros nem tanto - A BARATA (The cockroach, 2019). O autor produz um tipo de escrita que me agrada bastante, centrada principalmente no enredo e nos personagens, sem grandes acrobacias formais.
Esta aqui é considerada, merecidamente, sua obra-prima. McEwan não se apressa, passa bastante tempo apresentando os personagens e todo o contexto que os envolve. As cenas iniciais parecem prosaicas, sem muita importância. Entretanto, mais à frente, no desenrolar da trama, é que se percebe como aqueles pequenos acontecimentos acabam se juntando para trazer a grande virada da história.
O ponto de partida do enredo é simples: em um dia quente do verão de 1935, um mal entendido, um equívoco, um erro de interpretação de uma adolescente aspirante à escritora - Briony Tallis - altera drasticamente o futuro e a vida de sua família. McEwan, com maestria, transforma o simples e o banal em uma sucessão de eventos devastadores. As três últimas páginas desse romance são arrasadoras!