Nalí 15/08/2020Elizabeth Bennet (Lizzy) é a segunda de cinco filhas do Sr. e Sra. Bennet. Nas primeiras páginas somos apresentados à estrutura familiar de Lizzy. Seu pai é cínico e irônico; sua mãe e duas de suas irmãs são espalhafatosas e “desmioladas”. Mary (a irmã do meio) é a menos atraente, porém é a mais dedicada a tornar-se talentosa. E de acordo com o próprio Sr. Bennet “somente as duas mais velhas (Jane e Elizabeth) têm algum senso”.
A Sra. Bennet está determinada a arrumar bons partidos para suas filhas, uma vez que, por não terem filhos homens, a herança da família está destinada a um parente distante. Sua oportunidade surge quando o Sr. Bingley, um ótimo partido que possui qualidades econômicas privilegiadas, acompanhado da irmã e do amigo Sr. Darcy, aluga a propriedade de Netherfield.
Em um baile promovido em Netherfield, os caminhos de Elizabeth e Darcy se cruzam pela primeira vez e o sentimento de antipatia é imediato. Para Lizzy, Darcy é a representação da arrogância e do orgulho, um homem que não faz o menor esforço para ser agradável. Entretanto, a aproximação de sua irmã mais velha com o Sr. Bingley faz com que ela fique na presença do Sr. Darcy mais do que gostaria, mas Lizzy não se intimida pelo ar de superioridade dele, o que torna o convívio engraçado e bem humorado para nós leitores. Inteligentes, eles nos fazem rir com seus diálogos irônicos, permitindo que possamos conhecer mais sobre a personalidade de ambos.
O encanto desse livro é a forma como Lizzy e Darcy se apaixonam e como o amor deles é construído ao poucos e sem pressa ao longo da história, enquanto acompanhamos o amadurecimento dos personagens. Com diálogos engraçados e críticas a sociedade inglesa do século XIX, a narrativa de Jane Austen é envolvente e apesar de carregar um estilo mais formal, a leitura é fluida e prende a atenção do leitor.
Por fim, Orgulho e Preconceito é um livro que merece ser lido, não apenas pela ótima história, ou pela incrível escrita de Jane, mas por trazer emoção, divertimento e inteligência a uma trama, que mesmo depois de mais de dois séculos ainda é atual, por abordar o julgamento baseado em primeiras impressões, que na maioria das vezes são equivocadas.
“Orgulho e Preconceito” fora escrito em 1797 e publicado pela primeira vez em 1813, li a edição da Martin Claret que está na foto e que é simplesmente deslumbrante!