Resenhas0 28/12/2021
Orgulho e Preconceito (4.5)
"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico deve precisar de uma esposa". Jane Austen nos apresenta Elizabeth Bennet, a segunda mais velha de cinco filhas. Sua mãe, a Sra. Bennet, tem como meta de vida casar todas elas com homens honrados e ricos. É assim que se inicia a aventura de nossa mocinha e seu pretendente, Sr. Darcy, em que opiniões diversas, diferenças nas posições sociais, orgulho e preconceito empecilham o relacionamento do casal.
Eu lembro que li esse livro em meados de 2017/2018 e não tinha gostado muito dele. Boa parte da opinião negativa foi por conta da edição que peguei para ler. A escrita era bem maçante e eu não conseguia entender muito bem, sempre tendo que consultar o dicionário (kkkkk). Bom, estou fazendo uma coleção dos livros da Jane Austen da editora Martin Claret e, é claro, comprei essa versão também e decidi tentar de novo. Ainda bem que tentei!
Confesso que no início eu consultei um pouco o dicionário para saber o significado de algumas palavras novamente, mas esta edição é muito mais acessível e logo caí de cabeça na leitura. Jane Austen era uma mulher totalmente a frente de seu tempo e isso é mostrado na sua protagonista, Elizabeth.
Ela é tão inteligente, engraçada e irônica que é impossível não gostar dela. Minha relação com o Sr. Darcy também foi um redemoinho de sentimentos. É incrível que, mesmo já sabendo tudo o que iria acontecer, você começa odiando ele e, depois, se apaixonando pelo mesmo homem que desprezou a nossa Lizzie.
Os personagens secundários tiveram seu palco e me causaram diversos sentimentos também. Não consigo parar de sentir pena da Lydia. Sim, isso mesmo, da Lydia. Ela era apenas uma adolescente de 16 anos em que os pais não colocaram limites. Nada me sai da cabeça de que se o Sr. Bennet tivesse saído um pouco da biblioteca e educado melhor a sua filha, dando um chega pra lá na Sra. Bennet, a pequena Lydia teria tido um final melhor. Isso é mostrado nas duas mais velhas, é muito claro que ele teve mais empenho na educação de Jane e Elizabeth, por isso só as duas eram realmente respeitadas. Mas enfim, acredito que essa foi mais uma crítica sutil da Austen que eu realmente peguei.
A única coisa que senti falta foram mais diálogos entre Darcy e Elizabeth, eles mal conversaram durante a história e só foram realmente ter uma quase no final. Queria ter lido mais cenas deles juntos e não descrições deles só trocando olhares e ele sem falar nada. Mas não vou problematizar um livro escrito há mais de cem anos atrás.
Enfim, foi uma ótima última leitura do ano. Me identifiquei com a Elizabeth, me apaixonei pelo Darcy e ri das críticas sutis e, ás vezes, não tão sutis assim. Em 2022 tenho mais dois livros da autora para ler e me encantar com mais uma história bem escrita e divertida.