Civilização material, economia e capitalismo

Civilização material, economia e capitalismo Fernand Braudel




Resenhas - Civilização Material, Economia e Capitalismo vol.3


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AndrA64 15/07/2024

O desfecho impecável da longa jornada braudeliana
Fim de uma longa jornada que durou alguns meses na trilogia espetacular de Braudel em "Civilização material, economia e capitalismo". Começa de forma bastante morosa, é uma crítica válida, mas ao decorrer da obra entendemos o porquê de tamanho detalhismo nos primeiros volumes.
"O tempo do mundo" consolida conceitos que são, até o momento, divisores de água no meu entendimento sobre capitalismo histórico, como de economia-mundo e história de curta, média e longa duração, interciclos econômicos, além dos grandes domínios comerciais europeus desde as cidades-Estado italianas, hanseáticas e finalmente londrina (e surgimento dos Estados contemporâneos), seus eternos imperialismos e dominações (condição esta, para Braudel, intrínseca ao capital desde sua gênese, em aberta discordância à Lenin).
Um daqueles livros que nos fazem refletir e entender nuances e ciclos da economia atual a partir da longa história, um exercício complexo, mas bastante importante e que cai como uma luva no entendimento de momento econômico que estamos passando: a mudança do eixo central do capital para a Ásia do leste. De cabeceira e obrigatório para entusiastas de história econômica e capitalismo histórico.
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Clóvis Matos 21/02/2022

Boas reflexões e muita coisa "estranha" também.
Eu vou te falar que essa definição de capitalismo do Braudel não desce bem, não é atoa que o o consenso dos historiadores é que o capitalismo começa no século XVI/XVII.

A questão é que ele sabe disso tudo e ainda continua chamando gente do século XV de capitalista e proletário. Isso é totalmente contra-intuitivo para quem já trabalha com ciências sociais faz alguns anos e não teve ainda a possibilidade de ler o Braudel.

Mas assim, crédito onde está, o livro é bem descente para pensar a economia-mundo. Diria que é bem mais diferente do Wallerstein do que eu achei que seria, mas isso não é necessariamente um demérito.

Diria, inclusive, que esse livro confirmou diversas teses que eu já tinha quanto a maneira pela qual cidades-mundo (conceito chave) crescem, se mantém e ganham hegemonia.

A explicação de como Londres ganhou de Lisboa na disputa para ser o centro da economia-mundo europeia foi linda. Muito boa mesmo. Assim como ajudando a entender o motivo pelo qual os franceses nunca ocuparam essa posição, o que pra mim, sempre tinha sido uma dúvida.

A parte da América do Sul foi interessante, explicou bastante coisa, mas quem teve um bom curso de história no ensino médio não vai se surpreender.

Já o que ele falou de África... mano, aquilo ali rende um debate que eu acho que o Braudel sai perdendo feio. Vi ali uma tentativa de diminuir o peso da responsabilidade europeia pela escravidão e dividir com determinadas lideranças africanas E MANO... não tem como dar bom.

Tirando esse subcapítulo específico, eu diria que vale a leitura.
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