Resenhas - Úrsula

Manu 24/01/2023

Apesar de não gostar muito de livros com linguagens muito rebruscadas e antigas (sei que é da época), Ursula não me trouxe desgosto pra ler. Apesar de achar um pouco difícil e confuso em alguns momentos, foi uma leitura engrandecedora, assim como os outros contos do livro, Gupeva e A Escrava. As poesias a beira bar me deixaram fascinadas, principalmente que me arrisco a me proclamar como poetisa. Um livro estupendo e muito à frente do seu tempo.

Nay__ 18/01/2023

A edição da Antofagica traz textos de apoio e notas de rodapé que ajudam muito na compreensão do texto em sua questão histórica e ressaltando trechos importantes.

Pela linguagem do início, achei que ia ser difícil de ler, mas as divagações sobre paisagens e o ambiente são curtas. Alguma vezes a repetição de adjetivos incomoda: pura, casta, santa, alva, virgem, intocável..

Vale a pena pra conhecer o feito da autora em relação aos personagens escravizados com voz, sentimentos, passado e história. Me incomoda muito quando vejo "romances históricos" que apagam a história da escravidão. Nesses romances, se há luxo, bailes, joias, comida servida... tem gente sendo muito explorada, mas como não é o ponto do enredo, é feito o apagamento.

A história do romance da Úrsula em si achei mais ou menos :/

Letícia 16/01/2023

Um livro sensacional
Acho que o que esse livro representa é mais do que a própria história em si. É um romance característico desse período, com um vilão bem caricato e mocinhos que se apaixonam fácil, mas também é diferente de tudo porque é o romance escrito por uma maranhense negra num período em que mulheres pouco tinham voz, sobretudo uma mulher preta e pobre.
É um livro com uma nota inicial muito impactante, com uma história muito bonita e que foi essencial para mim como leitura para compreender o cenário literário brasileiro.
Recomendo pra quem gosta de literatura clássica e pra quem deseja compreender a trajetória da literatura brasileira ao longo dos anos, séculos.
Uma das minhas leituras favoritas do ano passado, até fiz um trabalho sobre ele.

Clara3304 14/01/2023

Incrível
Eu não esperava q iria fluir tanto como fluiu, por conta de ser um clássico e romântico ainda eu tava meio assim... mas encarei pq tava muito curiosa ora saber sobre o Túlio e a Suzana, que decisão maravilhosa eu tomei.
Apesar de ás vezes ser irritante o amor meloso do Tancredo por Úrsula, eu abracei pq afinal de contas é um romance mas a escrita da Maria ajudou muito. A escrita da Firmina é linda, poética e forte, ela sabe oq ela tá fazendo e como fazer.
O fato de que a autora traz uma África da perspectiva de quem a tem como pátria é apaixonante. A Susana e o Túlio são personagens cativantes e eu amo isso, eu fiquei interessada na história e no drama entre Tancredo, Úrsula e Fernando B mas não se compara de o quão íntimos a Susana e o Túlio se tornaram ao longo da leitura, sempre queria ver mais da narrativa deles.
O livro ser pré-abolicionista escrito por um mulher negra que vinha de uma província extremamente escravocrata e ainda ser um delícia de ler com personagens redondos é magnífico.

Monique 14/01/2023

Me surpreendi bastante com essa leitura e estranhei essa autora não ser tão conhecida, pois ela é muito boa. Dei 4 estrelas porque o começo é um pouco confuso.

Kayser 12/01/2023

Úrsula
Um livro sensível, uma narrativa envolvente que nos fala do sofrimento da perda da liberdade, das ambições desenfreadas dos senhores no período escravagista e do amor maternal e romântico (e muitíssimo mais). Amei muito e já quero saber mais sobre essa riqueza de autora do nosso Brasil!

Júlia 11/01/2023

A mente ninguém pode escravizar
Esse livro me despertou um misto de sensações, a narrativa foi escrita a mais de 160 anos, mas continua abordando temas tão atuais que não se tornou uma leitura dificultosa.

O romance em si me recorreu a memória lembranças de Romeu e Julieta é um pouco de O morro dos ventos uivantes, mas com uma singularidade que só a Maria Firmina soube escrever

Saber que esse livro foi o primeiro a promover diálogos livres entre negros escravizados e a trazer os primeiros discursos sobre a liberdade me deixou ainda mais apaixonada. Enfim, uma obra que vale merece muito ser lida

Lorrayne Freire 10/01/2023

Um marco para literatura brasileira
A história, além de um documento histórico que do que é a identidade brasileira, é encantadora e os personagens são muito bem construídos, não apenas os protagonistas. A autora acerta bem na construção narrativa da história e me deixou bastante envolvida.
É claro, pra mim, como essa obra contribui para a compreensão de outras formas de pensar a literatura no Brasil. É um legado diverso permite ser objeto de estudos e compartilhar aspectos do romantismo. Essa literatura que leva ao leitor as marcas de um passado e a memória para afirmação da própria identidade.
Ainda estou absorvendo todo o conteúdo, farei uma resenha melhor em breve.

Ariela.Soares 08/01/2023

O livro segue a linha dos romances da época, aquela paixão avassaladora, dos mocinhos praticamente perfeitos e os obstáculos para a concretização do amor. A diferença é que o romance traz um olhar diferenciado aos escravos, mostra suas vidas sofridas e a realidade cruel que viviam.
No modo geral eu gostei da trama e dos personagens. Só não entendi muito a função da história da Adelaide, gastou um capítulo com uma personagem que não tem muita importância para a trama principal.

Lorena1058 07/01/2023

Uma mulher para ser lembrada.
Maria Firmina dos Reis foi a primeira romancista brasileira; professora, escritora, negra, criou a primeira escola mista do Maranhão, porém, sua obra não é conhecida.

Magda14 07/01/2023

"Úrsula" é sobre o amor entre a personagem título do livro e seu amado, Tancredo, e que sofre perseguição por parte do comendador Fernando P., tio da moça e um homem extremamente bruto e mau-caráter.

O centro da narrativa é claro que é o romance e a perseguição sofrida pelo jovem casal, mas o ponto que mais chama a atenção na história é a importância que a autora, Maria Firmina dos Reis, deu para a situação dos negros durante o período escravocrata. Penso que uma das passagens mais emblemáticas da narrativa, apesar de estar em um dos capítulos mais curtos, é a da narração de mãe Susana, africana, sobre a captura, transporte e venda dos escravizados. Reis não dá muitos detalhes sobre como isso se deu, fazendo uma narração bastante curta até (apenas 6 parágrafos), mas que podem ser considerados como um ato bastante corajoso se formos considerar que "Úrsula" é visto como o primeiro romance abolicionista da nossa literatura. Dar vez e voz aos negros em uma época em que eles eram silenciados é, sim, um ato de bravura, especialmente vindo de uma mulher, e mulher negra.

Apesar de romances românticos não serem muito do meu gosto, Maria Firmina conseguiu colocar na sua obra o gosto da época, que era meio sensacionalista (no sentido de busca por sensações emotivas). Quando estava lendo, por diversas vezes eu pensei: "nossa, parece que estou lendo 'Os mistérios de Udolfo' (Ann Radcliffe) de novo'". Isso porque a autora não diminui a mão nos termos relacionados às emoções. Era tanto açúcar, que, se eu demorasse um pouco mais na leitura, ficaria diabética! Isso, para mim, é um ponto negativo.

Então, esse livro é para quem gosta de histórias mais melosas, beeeem românticas, mas que também se interessam por temáticas revolucionárias. Isso porque nele estão contidos trechos de amizade e lealdade quase cegas, a ponto de levar um dos amigos à morte; mulheres que sofrem nas mãos de homens tirânicos; um romance jovial daqueles bem dramáticos, quase no estilo "Romeu e Julieta"; além, é claro, do ponto de vista dos excluídos (o que pra mim foi um fator positivo). Apesar de não ser meu tipo de narrativa preferido, não posso dizer que não gostei da história. Os aspectos negativos, para mim, são pequenos se comparados aos positivos (ainda que eles sejam relevantes).

Penso que Reis conseguiu atingir o seu objetivo, que era trazer um romance bem ao gosto da época, mas também colocando os negros num papel importante, e não como meros observadores ou como 'parte da mobília', como acontecia em algumas narrativas.

Enfim, recomendo a leitura desse livro maravilhoso.

naoeumaresenha 06/01/2023

lindo!
sem medo de errar, esse é um dos melhores romances que já li.
Maria Firmina consegue trazer aventurar, drama e amor em uma única história e faz isso envolvendo o leitor e trazendo críticas à escravidão, críticas essas que a autora foi desafiadora em fazer já que escreve no período pós abolição.
poucas vezes vi o amor ser tão bem descrito e retratado.

Clara :) 05/01/2023

O caso de família de 1859
Esqueça tudo que você sabe sobre um bom caso de família, esse livro vai trazer a devida definição. Primeiro quero dizer que daria uma ótima novela da Globo das 21:00 horas, eu até assistiria. Comecei fazendo uma brincadeira sobre, mas que tem uma certa pontinha de verdade. É tio, é noiva, é pai, é mãe, é fulano de tal que a Cristina Rocha iria ter os picos de audiência e iria render uma semana de programas.
Esse livro tem uma grande carga histórica. Foi um dos primeiros livros que demonstrou mesmo os horrores da escravidão e que tinha um escravo com um dos personagens principais. Também foi escrita por uma mulher maranhense no século XIX no Brasil, ou seja, clássico dos clássicos. Foi o primeiro clássico nacional que eu li e gostei muito da experiência. Por parecer uma novela foi muito legal ler e a narrativa da Maria Firmino dos Reis é muito boa! Recomendo para quem quer começar a ler clássicos nacionais e para quem já lê.

Kazane 05/01/2023

No geral não gosto de romance, mas li esse aqui
Pra ler esse livro primeiro eu deixei de lado minha birra com romances de época, pois a escritora é do século XIX, logo ela tem os vícios próprios da época, o que envolve o dramalhão e o fim mais dramático ainda. Mas no geral ele possui elementos de fato inovadores quando se refere ao tratamento dos negros. No geral vale a leitura!

Pâmela Cristina 05/01/2023

Além de ser uma livro incrível, Úrsula nos trás um mergulho na escravidão, de maneira sucinta, vemos brevemente o olhar daqueles homens e mulheres escravizados. Diálogo incríveis, uma narrativa envolvente, um amor doentio. Apaixonada pela escrita de Maria Firmina dos Reis.