A montanha e o rio

A montanha e o rio Da Chen




Resenhas - A Montanha e o Rio


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J. 22/07/2010

A sina do final infeliz
O início é brilhante. Você fica pasmo logo de cara com a habilidade do autor para criar contextos mirabolantes. Ao longo da história muitos fatos e personagens e revelações vão te deixando perplexo. Definitivamente não há espaço para o inimaginável em Da Chen.. até o serviço secreto da china é evocado lá pelas tantas, e você que estava lendo sobre um orfanato e uma pequena aldeia de pescadores acaba se perguntando o que diabos o autor está fazendo. Mas isso é tudo. Sinto dizer que o final do livro é triste, pobre e dá a óbvia sensação de que o autor escreveu com uma meta do tipo "tenho que escrever tantas páginas". Tudo bem, acho que posso estar exagerando... estou traumatizado por ter pego uma maré de livros com finais horríveis. Mas além de faltar o grande encaixe das peças apresentadas durante o percurso da história que é narrada cronologicamente num formato similar ao de um diário, os últimos dois capítulos atravessam um percurso de 12 anos num piscar de olhos e o resultado das últimas linhas é uma pergunta necessária e raivosa: acabou?! É só isso?!
Bah 03/08/2010minha estante
Falou tudo que eu gostaria de dizer sobre o livro. Adorei-o, enquanto lia. Mas me decepcionei imensamente com o final. Passou realmente a impressão de que ele, em determinado momento, não sabia mais o que fazer com o destino de cada personagem...


Bianca Nami 27/09/2010minha estante
Minha irmã me avisou que o fim era morno, e eu estava preparada! Então foi pouco traumatico pra mim, fora que literatura oriental é meio diferente, final mocinho-encontra-mocinha não é regra.
Mas no geral, gostei do livro e concordo com o que foi dito, apenas me manifesto no sentido que é melhor um final infeliz a um final que tenta desesperadamente cavar uma deixinha barata pra uma continuaçao...


cotonho72 09/03/2011minha estante
Boa tarde!!Acho que o livro tem que ser analisado em um contexto,o final feliz ñ quer dizer que o livro seja bom ou ruim e o mesmo se aplica ao contrário,o que temos que analisar a mensagem que ele queria passar e passou,ñ sei como vcs leram o livro,acho melhor reler;pois p/ mim um do melhores que já li,mas cada um tem uma visão.abçs!


Jefferson 08/10/2012minha estante
Na realidade, creio que a intenção do autor seja justamente essa, frustrar o leitor e deixá-lo indignado, dividido entre os 3 lados. Essa "frustração", na minha opinião, é o que deixa o livro sensacional! A ambição torna as coisas injustas, como é o caso da China hoje. Muitos trabalhando para ganhar pouco dinheiro, sendo explorados por pessoas com cargos maiores e uma cultura extremamente conservadora e que abomina certas atitudes, vistas a nossos olhos como "normais", como o caso de Sumi, gravida de um filho "sem pai". Enfim, adorei o livro e consigo perfeitamente entender sua frustração, mas discordo com o final em que disse sobre o número de páginas e o desfecho. Acredito que o "fim morno", como citado pela Bianca Nami, não seja a expressão ideal. Mas realmente, comparando o final do livro, com o conteúdo anterior escrito por Da Chen, de fato, número de detalhes "mirabolantes" no contexto, nos deixou mais esperançoso e em busca de um final um pouco mais descritivo.


Gabi 12/01/2013minha estante
Boa Noite, uma colega minha leu e me indicou disse apenas que o final não foi o que era esperou. Lendo livro amei a sutileza do autor, e nos ápices da narrativa você vai se prendendo cada vez mais, mas a medida que lemos e caminhando pro desfecho, ele se torna decepcionante, na questão do enredo e é justamente disso que eu gostei do livro, não é algo previsível.


Pèrola 06/08/2015minha estante
Puxa.....comecei e adorei....mas a história deu tantas voltas que eu quase me cansei....


Paez 26/10/2015minha estante
Olá! Eu li este livro a já há um tempo, mas posso concordar contigo. Não lembro direito o fim (mas aos poucos estou me lembrando de partes), sei que quando terminei-o indaguei-me, algo como, "isto é o fim?" e lembro-me de outro ponto, se dividirmos (mais-ou-menos) em três partes o livro, o último um terço é diferente dos dois primeiros, quanto a fluidez da leitura. Acho que demorei mais tempo em ler o último terço do que os dois anteriores, os quais eram deliciosos de ler.


Juliane.Martins 29/10/2016minha estante
Olá pessoal, eu não consigo baixar pra ler. Sou nova aqui, e desesperada comecei a ler esse livro na xasa de uma amiga só que ela ainda estava lendo e não podia me emprestar. Me ajudem rs.


Laura.Thais 09/06/2020minha estante
Concordo plenamente. Dava para o livro ter mais uns 5 capítulos pelo menos porque realmente era necessário um detalhamento maior. Já que toda a história é bem construída o final realmente parece que foi feito de última hora ou que o autor perdeu a criatividade




DIRCE18 23/08/2011

Retrato falado
Há um tempinho o Helder deixou um recadinho na minha página: "Uma dica. Fucei na sua estante e vi que não tem lá A Montanha e o Rio. Leia este livro e faça sua resenha. Eu adorei".
Atendendo ao pedido segue resenha (risos).
Começo dizendo que sempre que inicio a leitura de um livro comparo o título original com o título em português e, no início, achei o título original óbvio demais - " BROTHERS", porém, lá pelas tantas, o considerei inadequado.
Quem leu o livro deve estar pensando: que leitora sem noção...Como assim? Um romance que narra a saga dos dois meios irmãos ( Tan e Shento) poderia auferir um título mais adequado que Brothers?
Pela leitura que fiz acredito que sim.
"A Montanha e o Rio" me fez lembrar músicas do Chico Buarque como Cálice, Roda Vida , Apesar de Você e outras, por meio das quais, ele fazia ,clandestinamente, um retrato-falado da situação do nosso país nos anos de chumbo.
"A Montanha e o Rio" também me pareceu um retrato falado da situação política e social da China atual e da década de 60 sendo que, Shento representa o lado Comunista – o lado que fere os direitos humanos, cerceia o povo da liberdade de se expressar livremente, e que pune com tortura a quem ousa desafiar o Exército Vermelho.
Por sua vez Tan representa o capitalismo desenfreado reinante que cria uma desigualdade social própria dos países capitalistas: uns tem muito ,e outros, são condenados à miséria: sem direito a um teto, à educação ou mesmo a um prato de comida.
Mas não pensem que se trata de um livro chato de Tratado Político. Muito pelo contrário. É um livro que, apesar das denúncias implícitas que chocam, ele desperta encantamento pela beleza da narrativa ( as canções do Chico também provocavam sentimentos e sensações semelhantes), e embora, aparentemente, eu tenha feito uma leitura "meio torta" , me senti ,de certa forma, uma privilegiada já que não me permiti me furtar de torcer pela corajosa Sumi; de sofrer com ela.
Não me furtei de presenciar o desenrolar de um triângulo amoroso : o demasiado mercenário Tan (apesar de bom filho e amoroso rapaz) , o sofrido e,depois, cruel Shento se apaixonaram pela bela Sumi, e ambos foram correspondidos. Esse triângulo amorosos, e as situações dramáticas vivenciadas pelas personagens, dão ao livro uma certa suavidade culminado em que, cada um deles, encontram um jeito de se apaziguarem consigo mesmos.
Penso que cabe aqui um esclarecimento: talvez minha "leitura torta" decorre do fato de eu ter assistido, recentemente, uma reportagem, que muito me impressionou, e que pode ter me influenciado durante a minha leitura. Tratava-se de uma reportagem sobre o trabalho na China: meninas de 12, 13 anos, abandonam seus estudos, deixam suas aldeias e vão trabalhar em indústrias recebendo um parco salário e, ainda assim, dele são descontados moradia, refeição sobrando quase nada a essas crianças para poderem ajudar suas famílias. E o que dizer da carga horária de trabalho? Absurdamente desumana sem o direito, sequer , de receberem horas extras. Não me perguntem como foi possível fazerem essa reportagem, pois eu não saberia a resposta ( aliás, foi uma pergunta que eu fiz a mim mesma ).
Mas voltando ao romance, mais especificamente ao título: "A Montanha e o Rio" - achei o título em português muito pertinente: A Montanha (Shento) – o topo da montanha, o cume ,e também o nome dado ao menino por ele ter nascido no topo do monte Balan. Quanto ao Rio é uma metáfora da vida e da sua finitude.
Essa metáfora é esclarecida na página 476 após a citação de um lindo poema:
“Não importa que deuses existam
Nenhuma vida é para sempre
Os mortos nunca se levantam
E até o mais cansado dos rios
Ruma seguro para o mar.”
Para terminar, ressalto que o livro “A Montanha e o Rio” é um livro que merece 5 estrelas com louvor, independente, do entendimento que dele se faça.

PS.: Obrigada, Helder.
Dicas suas são sempre bem-vindas.
Sandra C. 23/08/2011minha estante
Esse livro já passou pela minha mão 2 vezes! =) Vou ver se leio depois dessa sua SUPER resenha!
Beijinhos


Helder 18/09/2011minha estante
Que bom que gostou!Muito legal a comparação com Chico Buarque. Realmente é um livro politico cheio de sentimentos, ou como Chico, um livro de sentimentos cheio de policita.


Zé Pedro 01/04/2013minha estante
Acabei ele ontem, Dirce. Gostei muito e me prendeu a atenção o tempo (quase) todo, apesar do final insuficiente... risos... Mas, de forma geral, gostei do autor: prosa fácil e leitura prazerosa.




Andre_Sch 29/06/2009


Uauuu esse livro é de tirar o fôlego mesmo, muito bem escrito, devorei as páginas aguardando o final dessa disputa entre irmãos. O livro te emociona, dá raiva, tem partes picantes na história e a narrativa vai te levando e prende de uma maneira incrível.
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Reh 25/05/2021

Uma aula de história
Não sei porque demorei tanto para terminar de ler esse livro! Nele seguimos a história dos meio irmãos Shento e Tan, suas trajetórias, dificuldades e escolhas. O livro se passa na época de grandes mudanças na China, tanto política quanto social. Adorei a escrita de Da Chen. Se você gosta e quer aprender um pouco mais sobre um período da história do país, recomendo o livro.
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Marcos.Santos 25/05/2020

Uma maravilhosa história cheia de ética social e revelando como funciona a China comunista. Gostei demais!! Um mergulho na cultura e história no que em breve se tornará o maior país do mundo!!
Quel 25/05/2020minha estante
Tenho uma queda grande pela cultura chinesa, tão raro encontrar indicações dessa nacionalidade


Marcos.Santos 25/05/2020minha estante
Sim, esse livro é tudo de bom. Uma baita viagem na cultura chinesa. Vale muito a pena a leitura!


Quel 25/05/2020minha estante
Agora toda compra add um livro chinês, guardarei esta indicação com certeza, obrg Marcos :)




Arnoldovsky 19/08/2010

Foi pela capa.
A máxima "Não julgue um livro pela capa" não funcionou comigo neste caso: comprei "A Montanha e o Rio" pela capa. Belíssima! Mas não me arrependi. Muito pelo contrário. Dos 24 livros que li em 2008 foi o melhor. História, drama,romance, intrigas, violência se unem em um belo relato pré e pós Revolução Comunista Chinesa. Personagens cativantes. Tão apaixonantes quanto revoltantes. Leitura recomendadíssima.
Em tempo: O título em português faz mais jus ao livro que o original "Brothers" (meio clichê).
Márcia 10/10/2010minha estante
Existe capa mais linda?


Arnoldovsky 11/10/2010minha estante
Acho que não existe capa mais bela que essa não. Acho...


Roseli Camargo 04/11/2010minha estante
Eu comprei pelo mesmo motivo rs.


cotonho72 09/03/2011minha estante
Concordo com vc,mas ñ comprei só pela a capa,ela me atraiu,mas a sinopse foi fundamental e para mim um dos melhores livros que já li e com uma capa lindíssima.abçs!


Ritinha 10/01/2013minha estante
Amei esse livro, a ordem cronológica dos capitulos e o desenrolar da história com foco em cada personagem são incríveis. Bem, o final deixou a desejar, um gostinho de "quero mais"...




Laranfm 22/11/2020

Esse livro é maravilhoso, um dos melhores livros que eu já li! Um história linda que emociona e nos prende a leitura, um livro para devorar....
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Teê 23/02/2023

Eu amei. O texto tem uma fluidez muito boa, você fica presa dentro da história e não é cansativo. Gosto de como o autor divide os capítulos em personagens como se fossem eles escrevendo tipo um diário. A forma como ele começa contando a história do nascimento de Shento é um dos melhores inícios de livros que eu já li. Acho q a única coisa q não gostei foi o fato de ter pulado muitos anos nos dois últimos capítulos. No final fiquei um pouco """"""decepcionada"""""" pq esperava algo diferente, mas não é ruim, só não atendeu as minhas expectativas românticas kkk
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Roseli Camargo 12/11/2010

Denso
Tínhamos todos os ingredientes para ter uma estória clichê, pois quantas vezes nos deparamos com livros ou filmes onde dois irmãos, sendo um deles bastardo, e que vivem vidas paralelas um dia se encontram ? Aos montes, mas Da Chen fez com que esse livro fosse denso, apaixonante e porque não dizer pertubador algumas vezes. Logo de entrada tem se o fantástico relato do nascimento de Shento como eu nunca tinha visto antes, escrito com maestria. Em minha opinião o final não poderia ter sido melhor diante dos acontecimentos apresentados. Ver como o ódio e o amor podem transformar a vida e o destino das pessoas nos mostra como esses dois sentimentos são destrutivos quando usados de forma irracional. Esse entra para a lista do meus livros preferidos.




Márcia 14/11/2010minha estante
Adorei sua resenha. Mas não seria o ódio e o amor, por natureza, irracionais?


Roseli Camargo 15/11/2010minha estante
Concordo que o ódio, a paixão sim, mas o amor não. A forma de demonstrar é que torna-se irracional. Boa colocação. Bjs



Helder 07/02/2011minha estante
Gostei de sua resenha. Vc definiu perfeitamente o sentimento que temos ao final do livro. Nao concordo com os que dizem que o livro foi terminado as pressas. Na minha opinião o autor conduziu sua estória exatamente para nos mostrar o ponto que vc relatou " Ver como o ódio e o amor podem transformar a vida e o destino das pessoas nos mostra como esses dois sentimentos são destrutivos quando usados de forma irracional".


Roseli Camargo 16/02/2011minha estante
Tá aí um livro Helder que eu leria novamente. Pra mim o final foi perfeito. Obrigada pelo comentário.


cotonho72 09/03/2011minha estante
Boa tarde,gostei da sua resenha e mas ñ se fala somente do ódio e amor,mas também da obsessão e orgulho,para mim um dos melhores livros.


Roseli Camargo 09/03/2011minha estante
Infelizmente alguns dos sentimentos que acompanham o amor irracional.




Helder 07/02/2011

O peso de uma decisão
Mais um daqueles livros que dá gosto de ler. Livro que no fim eu me pergunto: Porque não sou assim tão criativo.
A estória dos dois irmãos é muito criativa e muito bem contada. Existem momentos singelos (o nascimento de Shento é uma das cenas mais incríveis que já li num livro, e estava só na segunda página), cruéis (as cenas do orfanato onde podemos sentir o cheiro do atum, a maneira cruel encontrada para calar Sumi) , sensuais (Tan e a professora,Shento e Sumi) e muitos momentos de “Vira Pagina”, onde não conseguimos parar de ler, pois precisamos saber como aquilo vai acabar.
Shento e Tan são filhos do mesmo pai, mas ambos não se conhecem. Um bastardo e outro reconhecido. Um é pobre e o outro é rico. É assim que tudo começa, mas não é assim que o destino deseja que termine.
E haja “destino” na estória deste dois irmãos,que afundam e submergem, cada um com seus ideais.
Misturando as estórias de vida dos irmãos, o autor vai fazendo um retrato do crescimento da China. Da sua saída das crenças feudais até sua entrada no capitalismo selvagem. É muito interessante ler sobre a mistura do comunismo com o capitalismo. Das velhas crenças versus as novas necessidades do mercado. Do poder militar versus a vontade de crescer e se modernizar.
E assim vamos nos surpreendendo a cada pagina. Inclusive no final, que discordando de muitos amigos que escreveram antes, na minha opinião é a cereja deste bolo perfeito. Mesmo sendo extremamente triste.
Para quem curte uma ótima leitura, recomendo que pare a leitura da resenha por aqui e volte somente após terminar a sua própria leitura do livro.
Para os que já leram, peço que dividam comigo seu entendimento do final do livro.
Para mim o pai de Dong LI, que era dono do banco sempre soube da existência de ambos os meninos, e fraudou o banco para que ambos pudessem usufruir do dinheiro roubado. Quando Tan recebe o dinheiro, o banqueiro americano lhe diz que ele só pode usufruir dos lucros, pois a base inicial deverá sempre ser mantida . Isso aconteceu no passado. Antes de Shento ser o poderoso braço direito do líder da nação. Se Shento não fosse tão vingativo, poderia ter sentido o amor de pai e avô, porém quando percebeu isso, já era tão tarde e já não havia mais tempo para reverter. E ai veio a dor cruel do arrependimento e tempo perdido, a melhor vingança que Sumi poderia ter, mesmo calada.
Concordam com isso? Acho que quando o velho salvou Shento, foi com uma boa intenção. Ele não imaginava que ele se transformaria no militar vingativo cujo único objetivo era destruir a família Long.
Fica a mensagem para que pesemos sempre nossas atitudes, nos colocando no lugar dos outros. Só assim podemos evitar que um pequeno erro hj torne-se uma bola de neve que venha nos trazer o arrependimento que corrói uma alma.
E você , o que acha?
Suzi 18/04/2012minha estante
Livro maravilhoso!
Daqueles que ficam em nossa mente por muito tempo!
ótima resenha!


Lore 22/11/2021minha estante
Logo que terminei a leitura desse livro fiquei extremamente chateada com o desfecho, mas depois da sua resenha me sinto conformada. Realmente, mesmo triste é aceitável um final tão singular. Que lição, fico encantada com suas resenhas!




Ana Santos 07/04/2020

Duas vidas, um amor e uma história que supera as nossas expectativas.
“A montanha e o rio” conta a história de dois irmãos, apenas do mesmo pai e educados em lares e classes sociais diferentes. Pela força do destino um foi mais privilegiado, o outro, totalmente desfavorecido, apenas em oportunidades, pois o amor, a educação e o cuidado não lhe faltaram. Shento o desfavorecido, e Tan Lan o privilegiado.
O nascimento de Shento, ocorreu na relação Ding Long com uma aldeã, mas por força maior decidiu se suicidar, e seu filho ficou aos cuidados de um casal de aldeões.
E o nascimento de Tan Long, ocorreu de maneira tradicional dos chineses, na verdade, seus pais já se conheciam, facilitando a aproximação de ambos que resultou num namoro, casamento e constituição de uma família.
Os dois irmãos tinham um destino a percorrer, e percorreram... demorou um pouco, mas a concretização do destino chegou.
Depois do renascimento de Shento (pois aquela que lhe deu a vida, lhe tirou a mesma), ele foi salvo pelo casal de aldeões, que o acolheu como filho, e procurou o educar na idoneidade, justiça e amor. E com Tan não foi diferente, também foi bem educado, só que no caso dele houve mais luxo e oportunidades acessíveis e facilitadas.
Ao perder seus pais, Shento foi parar num orfanato, onde conheceu Sumi, e dali iniciou uma linda amizade, na verdade foi o seu primeiro amor e posteriormente, ela foi a mãe do seu único filho.
No orfanato sofreu muita perseguição, e em defesa da sua amada, se envolveu num assassinato, sendo condenado a morte, mas por causa de um colar que pertencia a um renomado general, foi salvo. Depois desta fase difícil foi instruído e direcionado a uma educação tradicional, e a vários outros tipos de ensinamento e orientações que mais tarde o levaram ao mais alto cargo da China, um cargo concedido por merecimento e conquista.
Diante de todo sofrimento, as situações que vivenciou, as verdades sobre o seu nascimento, o distanciamento do seu pai, só aumentou o desejo de vingança em relação a ele e toda a sua família. Vingança que resultou diretamente a Tan Long, seu meio irmão. E a vingança se tornou algo mais forte quando descobriu que sua Sumi estava prometida em casamento, a Tan Long, a quem ele odiava.
Shento fez tudo que podia para iniciar sua vingança, até machucou o amor da sua vida, pois o ódio o dominou, a ponto de prende-la e cortar a língua de Sumi. E o seu ódio só mudou quando teve contato com alguém muito importante, e o fez reconhecer que todo esse ódio e sentimento de vingança não o pertencia, e não fazia parte da sua essência. E Shento acolhe a sua mensagem, deixando para trás tudo que não faz parte dele (vingança e ódio).
Para Tan Long também não foi só um mar rosas, pois sua família sofreu um grande golpe político, tirando-os do posto mais alto que seu pai possuía, depois disso, foram obrigados a voltar a uma aldeia, e começar tudo de novo. E assim aconteceu. Recomeçaram, seus pais no ramo dos negócios, e seu avô como banqueiro da aldeia.
Tan Long fez faculdade, se formou em Direito. Conseguiu vencer.
Um livro maravilhoso! Primeiramente, pela sua escrita perfeita, objetiva e acessível em relação ao conteúdo (mesmo se tratando de diversos assuntos como a cultura chinesa, todo o seu conservadorismo, tradição e política). Segundo, podemos dizer que é uma narrativa cativante, pois consegue prender a atenção do leitor e superar todas as expectativas que possa existir, tanto em relação ao enredo, quanto à particularidade e subjetividade de cada personagem. Terceiro, se dá ao fato de o escritor conseguir unir o gênero romance com assuntos políticos, na verdade, não só unir, mas também enriquecer toda a obra com esta característica. E por último, mas não menos importante, o autor unificou a ficção e a realidade em todo o enredo.
Apenas um detalhe no livro requer a nossa atenção como crítica construtiva, pois nos últimos capítulos percebemos relatos sequenciais muito ficcionais e totalmente distante da realidade, relatos estes que não há conflitantes, mas apenas situações que desenrolam facilmente durante a narrativa. Apenas isso, e o restante da obra, tudo perfeito.
Diante dos fatos relatados acima (escrita perfeita, narrativa cativante, unificação do gênero romance com assuntos políticos e a junção da ficção com a realidade), o livro é recomendável para todos os públicos, com a sua leitura conseguimos tirar uma lição para a vida, que independente dos nossos erros, temos a chance de romper com um passado de erros e iniciar um recomeço. Basta querer e recomeçar.
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Dani 14/08/2024

Gostei bastante da história. Muito dramática e envolvente. A história para mim foi uma história de vida triste.
Para mim o final foi sem graça. Poderia ter criado mais emoção.
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Lígia Guedes 27/02/2011

A Montanha e o Rio - Da Chen
A Montanha e o Rio - Da Chen, tradução de Paulo Andrade Lemos. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2007.

Encerro a leitura com a sensação de que as 493 páginas foram insuficientes para tamanha emoção de narrativa. Uma história muito bem montada, apesar das muitas coincidências que a trama revela. Mas quem sou eu para duvidar de coincidências que o destino proporciona. O livro A Montanha e o Rio revela um turbilhão de reflexões acerca da Revolução Cultura Chinesa, da política, da vida, da saga de um povo, no final do século XX, que deseja ser livre mas ainda vive as amarras do medo como condição de estagnação ante as atrocidades e abuso de poder levando milhares de vítimas em um regime fechado onde a fala pode ser cortada, assim como a língua e cabeça de muitos que ousaram se pronunciar em busca da democracia e liberdade em meio a discreta chegada do capitalismo naquele conturbado meio social.

Poderia começar contando que o romance, histórico, ambicioso revela a saga de dois irmãos (Shento e Tan) que cresceram como estranhos, filhos do poderoso general Ding Long. Se dirigem a um ponto de colisão tendo a bela jovem camponesa Sumi como disputa onde o poder se mistura a luta pela sobrevivência. Bom observar, entretanto, o amplo espaço que o autor proporcionou as questões femininas, quando inicia sua narrativa com a tentativa de suicídio de uma grávida de um filho ilegítimo. Assim inicia Shento:

"Para contar a história de meu nascimento, não vou começar pelo início, mas pelo fim do meu começo. Para falar a verdade, nasci duas vezes. A primeira foi quando rasguei a passagem escura das entranhas de minha mãe. A segunda foi quando o velho curandeiro da aldeia me salvou.
A jovem que me deu à luz pretendia acabar com tudo, não apenas com a sua vida, mas também com a minha, no exato momento da minha chegada a este mundo. Tinha pressa em se atirar do penhasco que ficava no topo do monte Balan, mas eu fui mais rápido do que suas pernas inchadas e escapei de seu ventre bem no momento em que ela avançava para a beira daquele precipício fatídico. As pessoas da aldeia tentariam imaginar o que a teria levado a isso, transformando-se numa espécie de mito ao saltar do ponto mais alto da montanha, comigo ainda ligado a ela pelo cordão da vida, o emaranhado cordão umbilical."

Sumi, que sofreu estupro, autora do livro "A Órfã" dá continuidade a questões sociais, que por sinal tem um início maravilhoso: "Eu não tinha consciência da minha beleza até que os olhos dos homens me disseram. Não tinha pai nem mãe para pentear o meu cabelo, nem para me cantar canções de ninar, nem para me dizer para olhar minha própria imagem no riacho da montanha. A beleza não era importante, viver é que era importante. Pois eu, aos cinco anos de idade, tive que viver sozinha num orfanato localizado numa península solitária, que se estendia obstinadamente em direção ao Oceano Pacífico. Quando cheguei, penduraram uma tigela de metal enferrujado no meu pescoço e me deram uma colher de pau, grossa demais para os meus lábios e grande demais para a minha boca. Se eu as perdesse, teria que comer com as mãos, disse-me o diretor." , passando também por um momento de fraqueza perante a vida, quando cogita um suicídio mas a força do destino a faz recuar:

"Meu coração cantava a triste canção do mar. Tudo ao meu redor combinava com a melancolia do meu estado de espírito. Desde que deixei Shento, fiquei vagando sem rumo pela beira do mar, rodeada por uma escuridão apenas interrompida por postes solitários, cujas luzes fracas davam ainda mais profundidade à noite. Meu coração ansiava pelo mar, como se ele me chamasse: "Venha a mim, minha criança." Como desejava poder mergulhar dentro de seu ventre! Assim, todas as minhas dores se amenizariam.
Apaixonada por dois irmãos! Eu amaldiçoava o meu próprio destino, as três facas cravadas nele. Quem eu deveria escolher? Shento, com sua crueza da gente das montanhas e sua sede desesperada? Ou Tan, com o coração amoroso que tranquilizava minha mente, sem deixar espaço para a mágoa e a solidão, fazendo com que eu não precisasse de mais nada? Um morrerria por mim. O outro não viveria sem mim."

Belo livro!

DA CHEN, nascido no sul da China, em 1962, emigrou para os Estados Unidos aos 23 anos. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de Columbia, o autor mora na região do vale do rio Hudson, no estado de Nova York.
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Liedsonrm 31/03/2021

Seria no mínimo injusto dar menos de 4 estrela pra este livro, que me ensinou tanto em tão pouco tempo. Me guiando pela China e suas belezas, suas culturas, e pela mente de personagens muito bem escritos, me fazendo passar noites acordado, com uma vontade louca de ler cada vêz mais.

Ouvi relatos de pessoas que não gostaram do final, porém, apesar de deixar alguns pontos em abertos, me agradou bastante. Foi um final realista, triste, mas bastante real.
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