@joabcliteral 23/12/2022
O Fascismo Eterno de Umberto Eco
Acabei agora há pouco de ler o livro O Fascismo Eterno de Umberto Eco.
Umberto Eco OMRI (nascido em 5 de janeiro de 1932, faleceu em 19 de fevereiro de 2016) foi um escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional. Foi titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha. Ensinou temporariamente em Yale, na Universidade Columbia, em Harvard, Collège de France e Universidade de Toronto. Colaborou em diversos periódicos acadêmicos, dentre eles colunista da revista semanal italiana L'Espresso, na qual escreveu sobre uma infinidade de temas. Além disso, Eco foi ainda, notório escritor de romances como O nome da rosa e O pêndulo de Foucault. E outras coisas mais que daria um livro se fosse dizer tudo.
No livro, como é explicado pelo próprio Eco no início da obra, O Fascismo Eterno foi uma conferência, pronunciada em inglês num simpósio organizado pelos departamentos de italiano e de francês que ocorreu numa universidade nos EUA em 1995. Só algum tempo depois que acabou virando texto, na The New York Review of Books e, dois anos depois se tornou a produção literária mais celebrada.
O discurso se desenrola ao longo de seis dezenas de páginas. O texto de Eco, que morreu em 2016, continua assustadoramente atual. Afinal, ele traça alguns paralelos e coincidências ao redor de fascismos que ocorrem através do mundo e, o porquê de movimentos totalitários serem chamados como o são. É uma aula de Eco, enfim.
Assim, além de colocar alguns aspectos históricos e etimológicos, ele começa a mostrar as bases do fascismo e o que há em comum entre eventos tão distantes e, ao mesmo tempo, tão próximos. O mais assustador, porém, é como o texto pode ser facilmente aplicado à realidade brasileira. Algumas expressões, como "as universidades são um ninho de comunistas" e outros termos, parecem proferidas por algum extremista atual, no entanto já eram praticadas muito antes. Há identificação e, com isso, a mostra de como O Fascismo Eterno (Ur-Fascismo como ele chama também no livro) e a obra de Eco continuam muito necessárias a nossa compreensão do mundo como ele é.
Por fim: O livro pode ser considerado facilmente um mapeamento do fascismo de maneira extremamente simples e, da maneira mais professoral possível.
Sabe aquele livro que a gente gostaria que todos pudessem ler? Eu gostaria muito que todos pudessem ler essa obra, não que todos fossemos concordar, mas poderíamos iniciar assim um diálogo mais racional sobre o que realmente está acontecendo politicamente no mundo nos últimos cem anos.
Espero que gostem desta breve resenha.
#resenha
#grupoamoraleitura
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