Bruno Oliveira 30/08/2021
BOA, MAS MERECIA SER MELHOR, BEM MELHOR
Em uma empreitada no mínimo curiosa, este Red Sonja: A Balada da Deusa Ruiva e a Sombra do Abutre prometia e cumpre o conceito em trazer a tona uma nova história de origem da heroína do mesmo autor de Conan. Contudo, os responsáveis pela graphic novel entregam uma história não tão envolvente assim. Dividida em duas partes, a parte gráfica, tem até ótimos desenhos, não tem como negar, mas a dor da personagem, a sua reviravolta, ou seja, o como ela se tornou o que ela é, não foi muito bem executado. Talvez mãos femininas tratassem melhor o peso de toda a sua dor e justiça por vingança assassina. Simbolismos, como o unicórnio, o demônio-escorpião e a própria entidade rubra que dá uma nova vida à Sonja, tornaram-se simples acessórios em todo o quadrinho. Se a idéia era mostrar a personagem mais “inocente” inicialmente e logo em seguida uma versão mais “durona” no clímax da história, isso sim ficou bem claro e até interessante, pois Red Sonja com cicatrizes sempre é mais verossímil. Já a parte escrita, isto é, o conto embrionário da personagem, só a vemos no meio da história! Lá, ela é praticamente uma coadjuvante, os personagens históricos masculinos fictícios têm mais destaque. Entretanto, vale um toque importante: quando a guerreira ruiva surge na história, é dela, só e unicamente dele, a nossa atenção plena. Red Sonja nos provoca um atordoamento difícil de explicar numa breve resenha.