Morte em Veneza

Morte em Veneza Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza


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Jeca 07/01/2015

Morte em Veneza
Mitologia grega, devaneios oníricos, a busca de uma nova inspiração, uma viagem ao sul, epidemia e pedofilia. É neste cenário que o personagem, acima de cinquenta anos, grisalho e  escritor descreve sua saga psicológica de observador. Um livro que se fosse publicado hoje com certeza teria encontrado resistência pelo amor ao beleza do jovem polonês hospedado no mesmo hotel durante a sua estadia em Veneza. Fala da conveniência do adiamento dos compromisso em virtude do extravio de pertences em troca do alimento da paixão pelo garoto ao mesmo tempo que questiona as diferentes aparência, da mocidade ingênua e da velhice malandra. Aborda o tema da superioridade da raça não pura e branca ariana e tenta explicar a catastrófica evolução superior da raça que vive em climas tensos, frios se comparado a região do mediterrâneo. Inscreve a negligencia das autoridades face ao surto de cólera que atingiu a Europa próximo a linha do meridiano, na região do mediterrâneo, devido as correntes quentes vindas do continente Africano. A falta de zelo, de limpeza de um país e uma cidade turística, a esperteza dos que levam a vida fácil através da arte de rua. A diversidade de raças num continente tão pequeno como o europeu dividido pelos impérios antecedentes. Mostra uma burguesia ascendente com critérios religiosos na educação de sua prole e a distancia entre os dominadores e comandados e ao mesmo tempo a fragilidade de defesa destes dependentes. Fica a duvida no final: O personagem morre ou foi uma morte inventada para tira-lo da cabeça? O livro é rico em detalhes e é claro escrito por Thomas Mann, onde vários trechos o leitor tem que ler e reler para entender a sequencia de pensamento do personagem e onde quer chegar com suas observações e divagações.
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Luciana Lís 27/02/2015

Gustave Aschenbach é um escritor consagrado que, desde a sua juventude, abriu mão dos prazeres estúpidos em função da austeridade e da racionalidade como métodos de busca para a escritura de uma obra rigorosa em primor técnico e em perfeição formal. Aos 50 anos, recebeu em Munique um título de nobreza que consagrou de vez a sua respeitável carreira. Num dia de ebulição de suas atividades literárias, um impulso interno o fez decidir por uma viagem em busca do far niente, um descanso de sua severa rotina. Chega, então, a Veneza, cidade de beleza inconteste e que vem a reboque dos devaneios artísticos desta obra primorosa de Thomas Mann. Em Veneza, Aschenbach é surpreendido pela sutil presença de Tadzio, um jovem polonês de 14 anos, que o embriaga com a perfeição de sua beleza, e uma paixão fulminante furta do escritor toda a rigidez dos procedimentos aos quais sempre fora dedicado. Daí, o romance de Thomas Mann ganha impulso: a paixão cultivada pelo ébrio Aschenbach é o pano de fundo para a filosofia deste magnífico ensaio sobre arte, beleza e paixão. Aschenbach persegue e observa incansavelmente o menino Tadzio, fascinado pela beleza que extrapola todos os campos do sensível; o escritor é fulminado pela certeza de que a arte jamais será capaz de projetar a beleza ideal que só é encontrada na pureza do natural (o livro é permeado de referências a Platão). O amante está demolido, idolatra a juventude e o frescor do rapaz enquanto se maldiz pelo peso de seus 50 anos - o avançar da idade que cava linhas de cansaço em seu rosto, seus cabelos esbranquiçados que o afastam cada vez mais da beleza que só a juventude detém. O desespero de Aschenbach cresce ao mesmo tempo em que um surto de cólera invade Veneza e ele é incapaz de perceber seu corpo sucumbir em ruínas enquanto contempla o mar beijar o corpo do rapaz a quem ama desesperadamente.
Por: @lucianalis

site: Para mais resenhas: instagram.com/coletivoleituras
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Amanda 01/08/2015

Morte em Veneza
Morte em Veneza é um livro minúsculo cujos temas principais são a beleza, o amor platônico e o narcisismo. Ele possui pouquíssimas páginas, mas contém uma linguagem um tanto difícil e rebuscada que precisa ser lida atentamente para total entendimentos. E, mesmo assim, você pode não entendê-lo.

A história acompanha Gustav von Aschenbach, um famoso escritor alemão de já certa idade, que resolve tirar férias em Veneza. Lá ele conhece, de vista, Tadzio, um garoto polaco que representa tudo aquilo que ele considera belo. E ele instantaneamente se apaixona.

Apesar disso, o livro não é sobre um romance homossexual, e sim sobre o amor pelo o que é belo e puro, algo que você ama tanto mas tem medo de profanar com seu amor feio. É um livro sobre nada e sem muito enredo, já que é basicamente o escritor-personagem divagando sobre a sua escrita e sobre a beleza do garoto que ele mal conhece.

Essa resenha é mínima, já que o livro é mínimo e eu não quero dar spoilers, mas era uma que eu realmente precisava compartilhar. O livro me tocou de uma tal maneira que eu não consigo descrever. Talvez apenas pessoas que já tiveram aquele amor platônico, impossível, se sentirão realmente tocadas pelas palavras nele escritas.

"E reclinado, os braços pendentes, subjugado e sacudido por sucessivos calafrios, sussurrou a eterna fórmula do desejo - impossível, neste caso, absurda, abjeta, ridícula, mas ainda assim sagrada, mesmo neste caso, digna: 'Eu te amo!'" Pag.65
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Renato 23/08/2015

O artista é um moralista?
Será que o artista é um liberal no sentido dos costumes ou um moralista? Ou será que ele somente aposta as fissuras?

Em Morte Em Veneza Thomas Mann aparenta um moralismo. Assim como seus contemporâneos, numa época de intensa transição, ele enxergava o desejo e os prazeres como fonte de derrocada do indivíduo e de sua razão. Neste ponto ele é um escritor romântico, que enxergou a animalidade do ser humano, ao contrário do racionalismo do período clássico. Foi neste período que surgiram Freud e Darwin, que apontaram a bestialidade do ser humano.

Por outro lado ele apontava uma fresta de modernismo, ainda que viesse um pouco mais tardiamente, e não necessariamente com ele. Ele dá os primeiros passos para o desmonte da unificação e da crença em uma sociedade estável. Quando se pensa em desigualdade, tolerância e outros vocabulários do modernismo e pós-modernismos, enxerga-se a incompatibilidade, as respostas inexistentes ou hipócritas.

Se Thomas Mann aponta por um lado a moral e um sentido pessimista, por outro deixa espaço para o encaixe imperfeito e para a insolubilidade. Até hoje não conseguimos sair desta armadilha.
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melodicbyte 23/04/2016

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O andamento do livro é bom, tem uma escrita rica, várias reflexões, mas me deparei com um final um tanto quanto decepcionante...
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Bruno.Rafael 01/08/2016

A beleza e o "belo"
Thomas Mann nos traz uma ideia bem diferente do que vemos na maioria dos livros. O autor trata sobre um assunto polêmico e que é muito discutido nos tempos modernos, (de uma forma contrária, e o leitor que acabara de lê-lo não vai ter dúvida sobre a que me refiro), mas que certamente poucos escritores ousariam perscrutar da mesma forma como Mann fez, principalmente em uma época em que o pudor e a censura atingiam patamares maiores que os de hoje. Imagina qual grande deve ter sido o rebuliço que o livro provocou, lançado àquela época. A admiração exacerbada que o personagem principal sente pelo personagem Tadzio, ou simplesmente o “belo”, está presente na obra, desde o momento em que os dois se conhecem e trocam os primeiros olhares. Longe de situar uma relação de domínio e subjugação, tal como senhor e escravo, Mann retrata a relação entre Aschenbach e Tadzio de uma maneira bem poética. E isso está ligado diretamente à profissão de Aschenbach, pois este é um poeta que está à procura de um algo a mais, está à procura daquele tempero que faz com que a vida se torne quente e vibrante, e que para um artista de longa viagem, jaz melancólica e cansativa. Então decide se livrar de suas angústias e aflições viajando para Veneza.
Várias passagens no livro chegam a mostrar exageradamente o fascínio que a beleza de Tadzio exerce sobre Aschenbach. O narcisismo do poeta se revela no corpo do seu amado, e a entrega da alma do poeta àquela condição inebriante o tira de seu estado original e vai-lhe guiando, passo-a-passo, propositalmente ensaiado pelo escritor, a um êxtase sem igual. O “belo” é um grande responsável pela mudança no poeta, não apenas por causa de sua beleza, mas também por decifrar e compartilhar os desejos íntimos que possui seu admirador. Assim o faz respondendo às trocas de olhares, por exemplo. O ápice dessa relação assusta até mesmo o leitor que já começa a acreditar no possível-impossível entre os dois personagens. As 3 palavras pronunciadas há tempos remotos, onde a conjunção delas reflete resumidamente e poderosamente a relação mais verdadeira e íntima entre os enamorados é dita de tal forma no final do capítulo 4, que tanto o orador da frase quanto o leitor são pegos de surpresa e ficam assustados.
Dessa parte do livro em diante, a situação para Aschenbach vai tomando contornos melodramáticos e a iminência de uma calamidade se aproximando, faz com que surja uma pergunta ao leitor. Se o título do livro é “Morte em Veneza”, qual dos dois morrerá? Embora outras perguntas vão se criando na mente do leitor, essa de fato, é a mais interrogativa.
Entre pensamentos filosóficos e as obsessões do poeta, que não chegou a trocar nenhuma palavra e nem sequer tocar o seu amado, o final vai se formando. A resposta para a pergunta anterior só está escrita nas últimas linhas do livro. O final carece de algo “explosivo”, já que a “bomba” vai se acumulando devagar ao longo da narração, essa é a impressão do caro leitor, embora Thomas Mann tenha escrito uma grande obra que merece a atenção e uma leitura reflexiva.
O livro lembra alguns aspectos do livro de Mário de Sá-Carneiro intitulado “A confissão de Lúcio”, onde os personagens principais passam por uma relação bem parecida, mas com algumas diferenças cruciais entre as duas histórias. Thomas Mann destila suavemente a sua ideia principal ao longo do livro enquanto Mário dá algumas dicas ao longo do seu texto, mas a ideia principal só é revelada, e de maneira bem surpreendente, apenas no final. Na verdade, a relação entre os personagens de ambos os livros, à vista de muitos leitores, pode ser a única semelhança entre as duas histórias, pois enquanto “Morte em Veneza” foca sobre o assunto do fascínio pela beleza, “A confissão de Lúcio” foca no surrealismo idealizado por Mário. Enfim, para terminar, os dois livros são impactantes e vale dar uma lida. Thomas Mann não ganhou o nobel por acaso.
fran 17/10/2016minha estante
Bom dia,gostaria de saber sobre esse filme está implicita a busca do belo. É possivel atngir a beleza?


Bruno.Rafael 14/11/2016minha estante
Olá Fran! Por ser um filme da década de 70, não é fácil encontrá-lo. Eu ainda não assisti, apenas vi um trailer no youtube, mas pretendo vê-lo futuramente. Se é possível atingir a beleza? Essa pergunta daria um livro filosófico bem interessante. Particularmente, acho q a beleza se complementa com outros adjetivos para alcançar seu auge, mas talvez nunca alcance sua totalidade, pelo menos para a mente humana, pois ela não tem limites, sempre está a procura da perfeição da perfeição da perfeição nas coisas.




Rafael Moura 08/01/2019

Um livro de devaneios e paixões
Morte em Veneza é o primeiro livro que leio do escritor Thomas Mann, e posso dizer que é um livro cativante, pra quem gosta de clássicos.
Acompanhamos a sina de Gustav von Aschenbach, escritor metódico e disciplinado que, após um estranho encontro em sua cidade, resolve viajar e tirar umas férias, ainda que a contragosto. Após alguns infortúnios, ele chega à cidade de Veneza, onde encontra - e se apaixona - por um belo jovem polonês.
O ponto alto do filme são os monólogos que o narrador apresenta na cabeça do personagem principal. De cunho obviamente biográfico, somos apresentados a diversas questões sobre artes, o papel do artista no mundo, o processo criativo e as paixões que enebriam o artista. Amores platônicos, romantismo, lógica versus sentimentos, tudo isso é discutido de forma agradável, enquanto vemos o lógico e disciplinado Gustavo ser arrebatado por seus sentimentos.
Belas descrições dos personagens e paisagens compõem o cenário. Os diálogos são muito poucos, ainda que convincentes, e a história é apenas uma ferramenta, não um fim em si, o que pode desagradar.
Em alguns pontos, me lembrou o Dostoiévski, guardadas as devidas proporções.
Um bom livro, que marca pelas ideias mais do que pela história em si.
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CamomilaRosa 25/02/2019

Escrita poética e profunda
Este foi o primeiro livro que li de Thomas Mann e confesso que fiquei encantada com sua escrita.
Esta novela, que se passa no começo do século XX, retrata um breve momento na vida de Gustv Von Aschenbach, que após ter uma visão inspiradora em um cemitério de Munique, decide de repente viajar para Veneza.
Abaixo um trecho logo na página 8, onde ele, um escritor, revela algo que eu concordo plenamente.
"Para ele, viajar - pelo menos desde que pudera dispor de meios para usufruir bel-prazer as vantagens do tráfego internacional - não significava nada além de uma medida higiênica, que era preciso adotar de tempos em tempos a contragosto."
O autor revela, como se fosse spoiler, que algo sombrio ou muito ruim poderia acontecer, devido as descrições e fatos bizarros que acontecem com o seu personagem. Em seu hotel, Aschenbach se encanta com a aparência extremamente bela de um jovem polonês e o persegue como um stalker.
A partir daí seria spoiler da minha parte contar mais alguma coisa.
O livro não é tão surpreendente no final, devido a tudo que estava premeditado. Mas, confesso que precisei ler duas vezes para ter certeza do desfecho.
Fiquei com vontade de pegar outro livro de Thomas Mann na sequencia, pois sua escrita perfeita e descritiva é viciante, e por várias vezes poética.
Um excelente livro!
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jon 23/09/2019

Simplesmente um dos livros mais perfeitos que já li. Mann constrói a atmosfera da obra já sabendo o que vai acontecer no final, deixando o livro ainda mais interessante e impulsionando o leitor a descobrir o que há por trás da grande paixão que Aschenbach nutre por Tadzio. Também, em alguns momentos, algumas discussões filosóficas da narrativa (como referência à Fedro, de Sócrates) deixa o leitor ávido pela experiência de querer ter conhecimento do amor "puro" e a beleza "divina" dos seres humanos. Totalmente incrível.
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Amrlps 09/02/2020

Que raio de livro é esse?
De fato possuí uma ótima escrita. E é possível navegar por Veneza junto ao protagonista. Mas quanto ao protagonista : vocês entenderam o que eu entendi? O objeto de desejo dele? A sua angústia? O seu "amor"? Ainda bem que há uma morte em Veneza.
Bia 06/07/2020minha estante
Parei de ler por causa disso, credo.




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*Day* 17/12/2021

REFLEXÕES

"A solidão, o homem e sua obsessão...”

Creio que esse livro deve ter sido muito corajoso para época em que foi escrito. Por falar sobre uma questão que sem dúvida alguma era um tabu, porém pra mim foi um tanto estranho e gerou várias reflexões... Tive uma certa dificuldade com a escrita que é bem rebuscada, porém passado o início do livro você até se acostuma com ela. Talvez seja necessária uma nova leitura no futuro.

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Magasoares 25/12/2021

Morte em Veneza
Leitura rápida, mas complicada. Gostei muito não. Se me perguntam se vou lembrar dessa estória? Sim! Só por causa do final.
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bruna.nosferatu 26/01/2022

O título do livro é cumprido de diversas maneiras ao ensaiar sobre a morte do começo ao fim de maneira simbólica e filosófica sob o olhar de um artista em frangalhos que já sente seu fim próximo e se encaminha para a aparente cidade perfeita que tanto amou em sua vida mas que agora esconde a peste e a ruína que parece refletir a si mesmo, o que constrasta com a beleza do Narciso (Tadzio
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