Mari_0451 21/04/2024
Uma narrativa dançante e envolvente
Não visite o pântano! Não converse com os Antigos! Mande o Duende embora! Não perca Rose de vista! Não sinta ciúmes! Odeie a si própria! Faça isso e você estará em segurança. Cumpra essas ordens e aqueles ao seu redor também estarão seguros.
“Os Horrores não podem feri-la: ela própria é um horror.”
Briony Larkin não é uma adolescente comum; ela queimou todos os livros que escreveu, machucou sua irmã gêmea em uma crise de ciúmes quando pequena e invocou Cara de Lodo, um Antigo das águas, para ferir sua madrasta. É isso que as bruxas fazem: machucam as pessoas e deixam um rastro de destruição por onde passam. Agora, carregando o fardo das suas consequências, a jovem de quinze anos veste máscaras, assume responsabilidades e mantém as aparências como filha do pastor, a fim de não ser mandada para a forca caso descubram sua conexão com o segundo plano.
“Não importa se por fora você parece uma princesa; por dentro, você é uma bruxa e nada mudará isso. É melhor não olhar para si mesma.”
O que Briony não esperava era que Eldric, um menino-homem-leão, expulso da faculdade e destinado a passar um período em sua casa para estudar, pudesse apresentar a beleza do mundo, o boxe, fundar o clube dos maus-meninicus (meninos maus, em latim), produzir arte com poucos materiais, correr pelo pântano ao seu lado, guardar alguns segredos e causar-lhe borboletas no estômago, assim como ciúmes e todos os sentimentos do amor. Entre mistérios de assassinatos, Antigos aborrecidos, a tosse pantaneira de Rose, julgamentos de bruxas e Leanne, com as suas táticas de sedução, o livro “A filha do pântano” prende o seu leitor numa narrativa poética e sóbria, onde temos a sensação de estar dançando ao ritmo da leitura enquanto passeamos entre uma fantasia sobrenatural e tentamos ligar os pontos e sanar todo mistério da vida de Briony Lakin. Um livro extremamente cativante e envolvente.