sofianfm 14/06/2024
Não esperava gostar tanto!
O clássico livro de terror gótico, escrito pelo irlandês Bram Stoker em 1897, tem sua história contada a partir de matérias de jornais e diários, cartas e memorandos de quem experenciou a luta pela sobrevivência ao vampiro mais famoso da literatura.
O jovem advogado Jonathan Harker viaja ao castelo do Conde Drácula, na Transilvânia, para auxiliá-lo a finalizar a compra de um imóvel em Londres. Após presenciar fatos estranhos na mansão relacionados ao anfitrião, como o flagra do mesmo rastejando pelas muralhas do castelo e o encontro de Drácula deitado numa caixa de madeira no porão, Harker percebe que é, na verdade, um prisioneiro.
Já na Inglaterra, notícias chegam de Londres, onde um navio surge no porto com o capitão morto e sem tripulação, um lobo foge do zoológico e crianças estão desaparecidas. Enquanto isso, Mina, esposa do advogado, está na casa de sua amiga Lucy, que passa a se mostrar cada dia mais fraca, pálida e com frequentes episódios de sonambulismo.
Solicitam, então, a visita do dr. Seward, que, por sua vez, chama um médico mais experiente para avaliar o caso duvidoso, o dr. Van Helsing. Juntos, os médicos, lorde Holmwood - noivo de Lucy -, Quincey Morris - ex-pretendente da adoentada -, e mais tarde Harker e Mina, se unem para tentar acabar com Drácula, enfrentando-o de vez.
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Apesar de ser uma ficção sobre vampiros, é tudo muito bem construído, resultando numa obra envolvente do início ao fim. Diferente do filme - que, diga-se de passagem, só assisti até a metade -, o monstro não é caricato. Pelo contrário, consegui ver o original de tudo aquilo que, mais tarde, veio a ser propagado pelo cinema como sendo "vampirismo". E o terror é real. Principalmente nas passagens à noite, no castelo, com os lobos e nas tensas buscas pelo Conde.
A escrita daquela época, a cordialidade inglesa, a formalidade dos médicos, dos lordes e das mulheres e as intensas e profundas descrições de tudo — o clima; as feições e os mínimos atos das pessoas, sobretudo dos seus amados; os sintomas das vítimas — foi o que mais me chamou a atenção. Como perdemos essa sensibilidade ao longo do tempo? Nos acostumamos com a objetividade. Tudo é entregue de forma muito direta, instantânea, muitas vezes sem uma perspectiva atenta e contemplativa do que está ao nosso redor, mesmo que algo banal. Realmente abriu minha visão quanto a isso.