Felipe 22/10/2022Não é pra mimÉ um tipo de poesia que, ao meu ver, busca similar muitas vezes um diário, ou até uma mensagem no WhatsApp. Não é atoa que a estética de não usar letras maiusculas no livro traz esse ar de "escrevendo rápido no computador". Mas bom, o livro é divido em três partes: do perdão, da cura, do amor. Confesso que nas duas primeiras apenas queria terminar o livro logo. Em determinado ponto os temas começam se repetir e são colocados de forma simples demais (que talvez seja o propósito do livro), sem o revestimento belo que imagino junto com a poesia, aspecto que me incomodou. Voltando aos temas, eles basicamente se permutam entre três pontos chaves nas duas primeiras partes, sendo estes: Relacionamentos tóxicos, autoestima e autoamor, término e recuperação de um relacionamento. Esses temas possuem sim seus méritos, porém novamente o que me incomodou foi a repetição e a falta de labor poético que existe. Poxa, os temas na poesia não são tão variados assim, mas o que faz que existam inúmeras obras fenomenais sobre, diga lá, o amor, é a forma que ele é trabalhadano texto. Dependendo do meu espírito, eu consigo chorar ouvindo a recitação do "Soneto de fidelidade" do Vinicius de Moraes. Outro texto lindo é Fernando Pessoa no poema "todas cartas de amor...". Sendo que esses dois são quase antítese literárias, o primeiro é um soneto, o outro um poema sem metro nem rima. Aproveitando o ensejo, também é importante falar que não é pelo simples motivo de não terem métrica, ritmo ou rima que não agradei de vários textos. De forma alguma isso determina os atributos poéticos de um texto. Pessoalmente, eu creio que seja mais difícil escrever algo significativo sem rima nem métrica do que com elas. Mas veja você, eu disse significativo. Pelo contrário, cair na mesmice e no lugar comum com versos brancos é bem mais simples. E essa foi minha percepção de vários textos dessas duas primeiras partes.
A última parte (do amor), possue mais variedades nos temas, como por exemplo o amor da filha pelo pai, ou do irmão pela irmã. E no geral, me impactou mais esse último capítulo.
O meu veredito é que o estilo do livro não me agradou, mas consigo compreender como tanta gente gosta dele.
No final, como escreveu Fernado Pessoa em Tabacaria:
"Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!"