@vaisetratarleitora 31/10/2023
Me deixou dividida
Este livro me trouxe um mix de sensações. Mas acho que em parte, foi minha culpa. Eu não imaginava que ele era tão antigo assim, então ler ele achando que era mais atual, me fez ser bem crítica em relação a forma do autor se referir as pessoas e retratar certas situações. Mas percebendo que ele foi escrito e se passa em 1896, mudou a minha perspectiva.
Obviamente ele tem muitas falas e expressões problemáticas ao se referir ás pessoas pobres, mas entendo que isso faz parte do contexto da época e da classe social do autor provavelmente, porém, isso me incomodou demais.
Falando da história, ela começa muito bem, mas não gostei da primeira parte do livro, onde acompanhamos os acontecimentos da Primeira Igreja de Raymond. Não gosto dos personagens, acho eles elitistas demais e arrogantes em suas atitudes e posicionamentos em relação aos outros. Talvez eu que tenha tenha uma visão mais light (ou seria talvez mais rígida?) em relação ás divisões que deveriam haver entre sociedade e igreja, mas enfim.
Passei a gostar mais da história quando chegamos na Igreja da Avenida Nazaré, que apesar de ser elitista também, a posição do reverendo e do bispo me agradaram muito mais e as suas atitudes me pareceram muito acertadas (e sua forma de falar também achei menos pejorativa em relação as pessoas pobres).
Deixando a história de lado e focando na mensagem, sem dúvida é muito válido e me deixou pensativa. Sem dúvida, como discípulos de Jesus, como pessoas que buscam ser e viver como ele, acho que estamos muito longe. Tenho pensado na quantidade de coisas comuns que faço no dia a dia e que não são erradas socialmente falando, mas quando penso se Jesus faria essas coisas, chego a conclusão de que não e isso me deixa muito pensativa.
Enfim, de forma geral, é uma história com uma mensagem muito poderosa para os cristãos e a igreja, que deve nos levar a pensar e refletir sobre nossas vidas e principalmente sobre nossa vida cristã. Porém, como história fictícia, deixa bastante a desejar, seja na narrativa, na construção dos personagens ou no desenvolvimento da história.
Se você é cristão, talvez goste do livro (ou pelo menos goste do pensamento geral dele), mas se você não gosta de livros ou histórias religiosas provavelmente não vai gostar.