Amanda 03/11/2013
Dora é uma garota rica que tudo o que a maioria das pessoas sonha em ter, e adora exibir suas roupas de marcas, os carros dos pais e todos os seus luxos em sua escola particular. Magda, sua melhor amiga, é sua inspiração, e Dora espera um dia ser tão rica quanto ela, que é filha do dono de uma das maiores fábricas de chocolates do Brasil.
Porém, um dia, tudo muda, pois seu pai perde o emprego, e depois de muito procurar, a única proposta que recebe é na Amazônia. Então, a família se vê obrigada a vender o terreno onde estavam construindo uma casa mais luxuosa ainda, que era o sonho de Dora, e parte do pagamento foi um apartamento na periferia de São Paulo, para onde ela foi obrigada a se mudar com a mãe, Cleusa, e o irmão, André.
A garota fica inconformada com o novo bairro e a nova vida, recusando-se até a falar com os novos colegas de escola, que eram tão diferentes e jamais a entenderiam. Ignorava todas as tentativas de aproximação de seus colegas. Sua única companhia era Emília, e foi através dela que conheceu seu primo, Gui.
Gui foi a primeira pessoa com quem Dora realmente se sentiu à vontade no novo bairro, e a amizade logo se transformou em namoro. Porém, Gui leva Dora para o caminho das drogas e, devagar, ela se torna uma pessoa completamente diferente, capas de coisas que jamais imaginou ser.
Quando o crack domina a vida de Dora, ela passa rapidamente de uma garota vaidosa para uma pessoa capaz de roubar, dormir em viadutos e fazer programas. Tudo por uma pedra que aliviasse suas terríveis crises de abstinência.
Apesar de ser livro um curto, traz uma história cheia de emoções, reviravoltas e decadência. Apresenta o drama de muitos jovens que, como Dora, largam tudo o que têm para viverem pelo crack, que nunca destruiu tantas pessoas e famílias como atualmente.
Andando por alguns pontos de São Paulo, por exemplo, vemos muitas “Doras”, e é isso que torna o livro interessante: o realismo, o problema por trás do famoso “posso largar quando quiser” e da necessidade adolescente de agradar e pertencer a grupos, custe o que custar.
Uma boa leitura!
site: http://osentidomoralonge.wordpress.com