spoiler visualizarR.Aguiar 17/11/2022
Os estudos de Douglas Kellner acerca das mídias representa um novo modo de se pensar a cultura veiculada pelos meios de comunicação e informações. Pois, para além dos clarões e pontos cegos das perspectivas anteriores da Escola de Frankfurt e Escola britânica de Bimirghan, sua reflexão das mídias produz uma pluralidade de perspectivas a se estudar esse fenômeno.
Em seu estudo, Kellner analisa os filmes, músicas, propagandas e programas televisivos, como mídias que apresenta uma cultura plural e um campo de lutas em conflitos. Para atingir os objetivos, Kellner não se restringi apenas a ideias totalizantes, contudo, se apoia em várias áreas de conhecimentos e uma pluralidade de teorias para potencializar o entendimento dos mais variados pontos de vista de determinado objeto.
Com base em Freud, Gramsci, Marcuse, Marx e Niezstche, Kellner desenvolve o campo das mídias recorrendo a psicanálise, história, sociologia e antropologia para desenvolver seus estudos. Tendo em vista que se assentar em autores de um viés ou matriz de pensamento, ou matriz de pensamento totalizantes implicasse em uma limitação do objeto.
Por consequência, sua análise pauta na cultura americana dos anos 1960-1990, levando-se em conta os Estados Unidos como o país que tem uma produção hegemônica no tocante a mídia. Pois, sua reflexão parte da premissa que a Cultura da mídia não cincurscreve ao cultural, e nem a concepção monolitica de alienação, e nem sequer a relação de opressão e resistência. Todavia, esse campo envolve desde a producao-distribuicao-circulação de ideias e imagens, como envolve a leitura dos textos para a afirmação e resistências de ideologias, como imagens que ressoam na identidades dos indivíduos e grupos. As ideias de Kellner, portanto, envolve a prática, a experiência e a teoria de uma Cultura de mídia volátil e que está intimamente correlativa a interesses e conflitos.
Parte II
No capitulo 04 o autor apresenta títulos do cinema estadunidense que fizeram sucesso nos anos 90, com base em uma leitura e crítica diagnóstica o autor para além de uma leitura simplificada, observa a conjuntura política e a crise socioenconômica codificada nós textos dos filmes de terror, comédia e nas animações.
Títulos que ressaltam uma juventude insatisfeita com as condições conservadores dos Estados Unidos, construída por uma narrativa excêntrica com diversas narrativas de vários jovens e estilos que representam uma ruptura aos modelos tradicionais da família e moral. Enquanto, em alternativa, os filmes de terror como Porthergeist mostram o medo da classe média em perder seu estilo de vida e seu potencial de consumo. Enfâse a um família nuclear e o medo que há da classe trabalhadora em ascender economicamente.
A leitura diagnóstica enfatiza a hegemonia e a utopia presente nos textos das cultura de mídia.
Portante, traz uma leitura que tendem olhar.e se posicionar sobre os anseios desses grupos conservadores, liberais e radicais que tendem a tencionar suas representações nas mídias. Os conflitos são transcendentes nós textos e o público que consome essa mercadoria cultura, tende a absorver e modelar suas visões de mundo através dela. Em suma, a trajetória do texto é evidenciada por intermédio de um método esclarecido nos primeiros capítulos de uma perspectiva múltipla que vida interpretar os signos e textos da vasta cultura produzida na mídia.
Parte III
O capítulo 5 é resultado da aplicação de sua abordagem através de uma leitura e crítica diagnóstica a propósito do rap e seu sucesso nos anos de 1970 a 1990. Nesse capítulo, a leitura contextual nos apresenta a um contexto de crise socioenconômica, da marginalização do negro na sociedade estadunidense, igualmente a violência polícia e a criminalidade em expansão nas áreas que mais habitam negros, imigrantes e trabalhadores precários e proletários e por final a expansão da AIDS e enfermidades nesse período - na falta de assistência do Estado.
A música e a arte afroamericana expandiu demasiadamente, pois as suas experiências e visões políticas foram sublimadas em músicas e todas as suas expressões artísticas. Não é novidade que as canções e modo de se expressar são precedentes, desde o gospel para resistir a escravidão, do blues e do jazz contestando a opressão em um país de segregação e racismo.
Nesse sentido, o rap é expressão radicalizada de contestar e resistir toda a relação assimétrica racial, social e sexo. As letras poéticas da tradição e crítica afroamericana se somou ao mix tecnológico dos DJs, juntos, provocar um som agressivo e radical, tendo em vista o assujeitamento e a marginalização. O sucesso, portanto, foi evidente, com as letras que criticava as normas estruturais da sociedade.
Contudo, o rap sofreu com reações dos grupos mais conservadores, pois afirmavam em referência a esteriótipos que as músicas incitava crime e entre outras atrocidades. Entretanto, em uma análise diagnóstica, ao contrário desse estigmatização, o rap está relacionado a realidade, com seus clarões crítico e pôntos cegos também.
Portanto, criticamente é estilo que, mesmo absorvido pela a Indústria Cultural, se tornando mercadoria, foi fruto de embate intensos na esfera da cultura da mídia.
E afetado positivamente pelo intenso acesso a rádios, tocafitas, televisão e entre outros meios de disseminação sonoro e visual.
Conclui-se, que seu estudo, apoiando em uma abordagem marxista, pos-estruturalista e pscanalista, mas não só limitando a esse eixo teórico, foi fundamental entender a totalidade do fenomeno música e artístico dos mais famosos das década de 1980 e 1990.
PARTE IV
Identidade Tradicional
É formada por uma identidade fixa e que ao nascer, o indivíduo passa a sua vida se relacionando com o seu grupo restrito a sua região a um mundo limitado.
Identidade Pós-Moderna
Devido a uma capitalismo que estimula um consumismo hiperbólico, de relações mutáveis e líquidas, e de uma mídia que manipula e modela a sua audiência que aumenta hordienamente.
Esse fluxo incessante de signos, imagens e narrativas, influenciam os indivíduos. Em outros termos, cada um forja sua identidade tendo em vista uma enxurrada de informações e sinais.
A identidade precisa ser reconhecida pelos indivíduos participantes da sociedade.
PARTE V
A propaganda e publicidade para conduzir um indivíduo ao consumo precisa ser persuasivo e flexível na construção de suas imagens, retóricas e ideias. Pois, como apresenta Kellner, na década de 1980 dominada pelo governo Reagan e o reaganismo foi imprescindível o marketing voltado para a masculinidade e todos os atributos que relaciona com a produção dessa identidade em exclusivo.
Em contraste, nas décadas de 1990, a mulher foi alvo das propaganda de cigarro, tendo em vista, um alvo para o consumo. E uma das táticas foi decantar as mulher que consideram ser "modernas", no tocante ao seu empoderamento. O cigarro seria progressivo para as mulheres e sua sexualidade era ponto máximo da propaganda.
Portanto, devemos perceber que a cultura da mídia geralmente está associada com as intensas lutas no âmbito sociopolítica considerando a economia, dando importância a produção e ao lucro. E por fim, a cultura como objetivo de produção de um grupo de indivíduos. Em tese, cada grupo influenciado pelo seu meio produz suas próprias técnicas de arte, música, rituais e etc...
PARTE VI
Jean Baudrillard "América" e "Simulacros e Simulações".
E Gibson "Cyberpunk"
Cyber é uma palavra do grego antigo que significa controle. Atualmente, observamos essa palavra sendo associado a nova Cultura da Mídia pelos mundo virtual cibernético. E pode ser associado na literatura cyberpunk como o controle das tecnologias em um mundo futurista, ao mesmo tempo, correlativo ao punk de contrário a autoridade em mundo apocalíptico capitalista. Assim, igualmente, o neologismo cyborgue, que, quer dizer meio homem meio tecnologia, no mito contemporâneo como um corpo que contém a máquina como prótese ou adereço.
Gibson e outros autores literários apresenta uma releitura de um mundo em que as tecnologias não só são um aparato de controle, como apresentava as distopias do século XX e XXI. Mas, sobretudo, uma tecnologia que mesmo em uma relação assimétrica do capitalismo, também possuo seu espaço em ativismo.
Portanto, Kellner ao trazer essas literatura como fundamentais no campo da cultura como uma forma de ver o futuro por meio do nosso presente e do estado desigual das relações sociais. Por outro lado, faz uma leitura diagnóstica, levando em consideração o status de uma tecnologia também como decantada, sendo uma arma para a democracia, quando para a manipulação, tendo em seu contexto literário, como um espaço de luta.
Em alternativa, o autor francês Baudrillard, apresentava uma leitura diferente da realidade, se posicionando em favor de uma mudança radical aos tempos modernos, em que institui o período pós-moderno. Isto é, implica em uma realidade que está atrelada ao virtual, e que por muitas vezes, perde espaço para a hiperrealidade.
Os exemplos citados são, em primeiro lugar, em virtude da disseminação das mídias e dos dispositivos computacionais, a comunicação e a informação se tornou intensa, implicando em uma realidade pautada que gira em torno do fluxo da hiperrealidade. Confunde-se, por ora, a realidade com o virtual.
No ponto seguinte, é imprescindível salientar o caráter apolítico e da mudança da realidade econômica, gerando desconfiança e descrença na realidade. A teoria pós moderna se pauta na negação da realidade por uma confusão com os meios de informação e comunicação.
Em suma, Kellner crítica a visão de Baudrillard, que mesmo com contribuicoes do hiperreal, se limita em negar as esferas da vida social, tal como, os significados e significantes, a economia política e a realidade concreta. Ou seja, substituindo, numa confusão que ele acredita ser a realidade limitada aos meios tecnológicos.
FIM.
É uma breve análise do livro de Douglas Kellner acerca da Cultura da Mídia.
Prof de história, Sociologia e filosofia: Rodrigo Aguiar.