Um Caso Arquivado

Um Caso Arquivado Philip Gourevitch




Resenhas - Um Caso Arquivado


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Talita Alves 08/08/2023

Da saga: achados no sebo
O livro fala sobre a reabertura do caso de um crime que ocorreu a mais de 30 anos e deixou duas vítimas.
Ser baseado em fatos e ter imagens reais do ocorrido me agradou bastante, além de a história ser fascinante. Porém, o caso é solucionado na metade do livro e a outra metade mostra o que aconteceu com o assassino depois da prisão, o que eu acho bacana, mas deixa a leitura muito arrastada se não souber formular as narrações.
No geral, o livro é isso. Interessante, mas arrastado.
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Crítica, eu? 29/01/2019

Um Caso Arquivado
Um Caso Arquivado, do jornalista Philip Gourevitch, narra a caçada do detetive Andy Rosenzweig a Frankie Koehler, condenado por duplo homicídio. Passados 27 anos do crime sem nenhuma pista sobre o paradeiro do assassino, o homem foi dado como morto e o caso, arquivado. Andy, colega de uma das vítimas, decidiu reabrir o caso até encontrar Koehler e colocá-lo atrás das grades. Um Caso Arquivado é um livro baseado num caso real, de caráter quase documental, que traz os depoimentos dos envolvidos como principal base narrativa.

De início, é preciso ressaltar que o caráter policial do livro faz com que o leitor deseje uma progressão escrita que não acontecerá. Como assim? Com a proposta de reconstituir uma caçada real a um assassino, Um Caso Arquivado pode trazer esperanças falsas a quem tem contato com as orelhas do livro. Um leitor familiarizado com A Sangue Frio, de Truman Capote, pode, por exemplo, prever que a narração será como num romance, com bem utilizadas presenças do autor incluídas no texto. O que acontece com a obra de Philip Gourevitch, no entanto, é exatamente o oposto disso. A sensação não é a de que se tem um livro em mãos, mas sim uma reportagem que saiu maior do que o previsto. A escrita é lenta, cansativa e pouco atraente. Não há criação de expectativas, não é possível criar empatia com nenhum personagem e as longas falas transcritas quebram o ritmo do texto.

Dada essa longa introdução, atenhamo-nos ao conteúdo do livro. Andy Rosenzweig é um detetive perto de se aposentar que decide reabrir o caso arquivado do assassinato de seu colega Richie Glennon e de Pete McGinn, mortos no apartamento deste último. Com a ajuda do FBI, Andy consegue encontrar Frankie Koehler, o culpado. E tudo isso já na metade do livro. Daí em diante, o leitor é guiado pela história da condenação de Koehler e seus dias na cadeia. A grande falha dos personagens, no entanto, é que, apesar de serem reais, eles são apresentados de maneira tão rasa que simplesmente não convencem e não abrem nenhuma brecha para que as pessoas do outro lado do livro possam se identificar com suas personalidades. A vida de Frankie Koehler é arranhada pela superfície, apesar dele ser o personagem principal da história. É possível sentir que o homem teve uma vida cheia de altos e baixos, mas isso é pouco explorado. Andy Rosenzweig também é um mocinho por quem o leitor não se encontra torcendo. Ele parece mais um fantasma na história, fazendo aparições surpresa mal inseridas.

Um Caso Arquivado começa narrando os primeiros crimes de Frankie Koehler, mas tem a mesquinharia de gastar menos de cinco páginas com o assunto. A descrição do assassinato que motivou o livro também é malfeita, sem ação e sem graça. Depois da captura de Koehler, o livro parece perder seu propósito e o tédio é a única sensação possível em relação às páginas seguintes. O processo de condenação é contado num vai e vem angustiante e até o depoimento emocionado da filha de Pete McGinn é desperdiçado. Cheio de aspas, o texto parece mais uma extensa transcrição de entrevistas. As últimas páginas do livro são gastas com as divagações de Koehler sobre Deus, sobre sua vida, sobre a prisão e com a reprodução de cartas suas ao seu advogado, Murray Richman. Isso seria muito bom se tivéssemos criado alguma empatia com o personagem, mas, a esta altura, a única coisa possível a se pensar é: “O que esse homem está dizendo?”.

Por fim, é possível perceber que Philip Gourevitch teve um extenso trabalho de apuração e pesquisa para reconstituir a procura a Frankie Koehler encabeçada por Andy Rosenzweig. O problema real Gourevitch encontrou na hora de transformar seus achados num livro e acabou por entregar uma obra cansativa. Nos poucos momentos em que a escrita do jornalista propriamente dita aparece, ela se mostra entediante. Um Caso Arquivado tinha potencial para ser uma grande história, mas precisaria de um autor mais perspicaz que tivesse coragem de aspear menos e narrar mais. Que tivesse a audácia de escrever a realidade como se fosse ficção, fazendo das entrevistas as muletas que o guiariam para uma ação toda baseada no que aconteceu, mas descrita como num filme. Transformar crimes reais num livro-reportagem é um desafio que Philip Gourevitch não soube vencer.

site: https://criticaeublog.wordpress.com/
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Vivi Coutinho 05/09/2018

Surpreendente.
Tenho preferência por ficção, contudo, vez ou outra me permito a leitura de romances baseados em casos reais. "Um caso Arquivado" não é propriamente um romance, mas o relato da investigação de um duplo homicídio cometido na década de 1970.
O autor, Philip Gourevitch, narra com mestria a solução do caso que leva décadas, analisando as circunstâncias através da análise psicológica dos envolvidos e do sistema policial/judicial americano da época. Não fosse tal análise, o crime por si só, levaria a um lugar comum, desinteressante.
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