Um caso de duplo homicídio cometido em 1970 foi arquivado alguns anos depois pela polícia de Nova York, com base na crença de que o assassino, Frankie Koehler, estaria morto. Quase três décadas após o crime, um investigador da Promotoria de Manhattan decidiu reabrir o caso, certo de que Koehler ainda vivia, incógnito, em algum lugar dos Estados Unidos. O assassino, com quase setenta anos, foi localizado numa cidadezinha da Califórnia e levado aos tribunais.
Autor do impressionante Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias - Histórias de Ruanda, Philip Gourevitch fez uma investigação ainda mais obstinada que a oficial. Entrevistou todos os envolvidos, inclusive alguns que a polícia não ouvira, expondo os bastidores da polícia de Nova York e o tênue limite entre a lei e o crime. Num ritmo que lembra o de um romance policial, surgem expressivos personagens secundários, como o impagável advogado de mafiosos Murray Richman, que parece saído de um filme de Martin Scorsese ou de um livro de Mario Puzo.
Não-ficção