Estrela 04/06/2021
Muito além de sobreviver, viver
Eddie, seu irmão, sua mãe e seu pai estão de mudança para Los Angeles. E partirão de avião de Newark junto com mais 183 outros passageiros. Dentre eles, um veterano ferido querendo se afastar do exército, um velho empresário buscando tratamento de câncer e um novo em busca de mais sucesso, uma mulher independente fugindo do marido controlador e uma recém grávida indo encontrar seu namorado. Mas todos os planos não sairão do papel com o acidente trágico onde o único sobrevivente é o pequeno Edward com seus 12 anos.
Sua história encanta a todos, porém ele sente que uma parte dele ficou junto com sua família naquele avião. Desajustado com sua nova vida e envolto de muitas dores, aprenderá outras formas de amar e ser amado, e o mais importante, viver.
Que livro fantástico, nem sei se consigo fazer jus nessa resenha ao que essa história me fez sentir.
A forma como a autora estrutura a narrativa, revesando os capítulos sobre o que acontecia no avião e na vida de Edward pós a queda, faz com que você se apegue muito rápido a todos os personagens e te deixa ansiosa pra continuar lendo.
A depressão de Edward, como ele lida com as coisas, o medo dos tios, é tudo tão real, palpável e totalmente entendível. Fiquei com muito medo das cartas que ele recebia dos parentes das vítimas do acidente, mas deu pra perceber como isso edificou a personalidade tanto dele, quanto de Shay, sua melhor amiga.
A família dele é um amor, e vi muito da relação entre eles todos na minha própria família, talvez por isso a parte de despedida deles me tocou tanto que solucei de chorar (e tô chorando agora só de lembrar).
E que final lindo e catártico, a realização de que toda aquela dor é porque há e havia muito amor envolvido, e saber que Edward, mesmo com seus traumas vive e planeja continuar vivendo.
A construção dos personagens é incrível, e realmente queria que alguns vivessem, como a família toda de Edward e Florida (a mulher independente e super carismática). Jordan, o irmão mais velho de Eddie, é engraçado, esperto e divertido, que me fez rir mesmo nesse livro tão triste.
Talvez uma das melhores leituras que já fiz, fica a minha recomendação, mas deixe separado os lencinhos.
Ps. Acho interessante deixar escrito para quem tem curiosidade, o livro é inspirado em uma história real de um menino de 9 anos que também perdeu a família e foi o único sobrevivente em um acidente de avião em 2010. Só espero que ele esteja bem.