spoiler visualizarnanda :) 14/07/2023
Runaway Max: expectativa é um negócio complicado.
“It was disgusting, the way people always wanted to embarrass girls or tease them about their feelings. Like the very fact of having something that you cared about was worth laughing at. They all wanted me to be this certain soft frilly way, just so they could make fun of me.”
Depois que terminei “Rebel Robin”, resolvi ler essa história, que vi no final do livro, e achei que seria interessante. Planejava ler o livro centrado no Lucas também, “Lucas on the Line”, mas depois dessa história, eu meio que desanimei.
Talvez seja algo muito particular meu, mas eu realmente não gosto de fanfics que se baseiam no canon. Se é uma espécie de prequel ou sequel, me incomoda levemente, mas até que vai, mas fanfics que se passam junto com o canon, contando os pensamentos dos personagens, nunca foram a minha praia.
E esse livro nada mais é do que isso. Vemos os pensamentos e contexto da Max durante a segunda temporada da série, e vemos pela sua visão os acontecimentos. Desde os meninos mostrando para ela Dart, até a cena final, onde ela confronta Billy. Além disso, vemos um pouco de como era a sua vida antes de Hawkins, na Califórnia, e, em especial, como ela mudou depois que sua mãe se casou com Neil, o pai de Billy.
O problema dessa história é que, a medida que a autora vai desenvolvendo a Max do livro, e o seu passado, ela se distancia cada vez mais da Max da série. Dá para perceber que a autora teve dificuldade em conciliar as duas, e que ela tinha que “segurar” a Max da história na hora de escrever as cenas da série.
E é justamente por isso que eu não gosto de histórias que seguem o canon! Porque, as vezes, o canon não é bom! E o livro é bom! E o autor tem que se segurar para se manter no canon! Eu gostava muito mais da Max desenvolvida no livro do que na série, e toda vez que momentos das séries apareciam, eu percebia que havia um retrocesso, e perdia o ritmo da história.
Ritmo esse que é bem lento, viu? É uma história que não acontece praticamente nada além dos eventos da série. Esse não é um fato que me incomodou muito, já que gosto de desenvolvimento de personagem, mas era um pouco difícil de engatar na história de vez em quando. Principalmente porque a história da Max é relativamente pesada, com o Billy e o Neil sendo dois lixos humanóides e os pais dela não se importando com ela nem um pouco. Os poucos acontecimentos fora da série eram consideravelmente pesados, e não muito confortáveis de serem lidos.
Sinto que não precisava ter tanto enfoque nas ações terríveis do Billy, que a autora poderia ter usado mais os elementos dos antigos amigos da Max para poder desenvolver essa saudade que ela tem de sua antiga vida, e a própria personagem em si. As vezes, Billy se tornou até cômico, com suas ações monstruosas, e sinto que a autora o usou como uma “muleta” para o desenvolvimento da Max.
E, justamente, por isso, a cena final, onde a Max enfrenta o Billy, foi o ponto alto da história para mim. É ali onde a autora realmente consegue convergir o canon com o livro, e o desenvolvimento da Max se mostra de verdade, e não apenas nos pensamentos dela. Gostaria que houvesse um pouco mais além disso, mas entendo que era importante terminar o livro junto com a temporada.
Comentei em meus históricos e sigo com a mesma convicção: se essa história tivesse seguido na mesma linha de “Rebel Robin”, contando apenas o passado da Max, ela seria muito mais proveitosa, e consigo vê-la convergindo no mesmo momento desse livro. A medida que se lê a história, apenas vemos uma repetição do Billy sendo um babaca e a Max sofrendo silenciosamente isso. Vejo muitas oportunidades desperdiçadas, que faria esse livro bom, mas não foi dessa vez.
Apesar disso, Max continua sendo uma das minhas personagens favoritas, e eu me recuso a ver a 4ª temporada por causa do que fizeram com ela!