/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/880678/e54431187abcd417be7eb7eb804bf550B.jpg "O Matrimônio de Céu & Inferno")
Resenhas -
14 encontrados | exibindo 1 a 14
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/2676889/2676889SK-V11659035013G.jpg){kind=small}
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/4613775/4613775SK1500654820G.jpg){kind=small}
Paula1735
26/07/2020
Avec melhorando o capricho editorial
O matrimônio de céu e inferno é uma adaptação da obra de William Blake, não conheço a obra original, então vou falar apenas dessa HQ da editora Avec.
Creio q esse tenha sido um dos materiais mais caprichados da editora. A obra física tem uma sobrecapa, capa dura, papel de boa qualidade, com extras interessantíssimos para quem deseja conhecer mais o William Blake e os autores dessa adaptação, em resumo, um produto lindo de se ter na coleção. A HQ digital, está com boa resolução e formatação no kindle, sendo bem confortável de ler, Ps.: fica a ressalva, só leiam no Kindle essa hq em tablet ou no celular, pois as cores são importantes. Falando em cores... Arte e colorização ficaram a cargo do Fred Rubim, aqui Fred fez uma palheta de cores diferente para cada personagem, a arte não me agradou, mas me acostumei com ela, mas para meu gosto pessoal, não é boa, já vi trabalhos melhores dele. O roteiro ficou a cargo de Enéias Tavares.
Aqui temos uma trama que se passa na cidade de São Paulo, mostrando um momento da vida de 4 personagens, sendo eles: Uma garota de programa, uma traficante e artista fracassada, um matador de aluguel/assassino e um pastor corrupto. No desenrolar da estória, a trama individual de cada personagem vão se ligando até que todas se cruzam. Enéias dá uma cutucada e faz uma crítica social, mostrando algo que existe na sociedade brasileira, mostra por exemplo, como a igreja pode ser corrupta, ou melhor, como representantes da igreja podem enganar, roubar e aparentar serem boas pessoas, como pessoas que consideramos erradas e repulsivas, são pessoas de bom coração e corretas.
A idéia do roteiro foi bom, poderia ter sido melhor desenvolvido, mas de toda forma, existem uns furos e coisas sem sentido se aplicados a realidade, como por exemplo o relacionamento do assassino com a garota,mas fora isso, é uma leitura bacana, nada genial, mas que serve de boa distração.
26/07/2020Avec melhorando o capricho editorial
O matrimônio de céu e inferno é uma adaptação da obra de William Blake, não conheço a obra original, então vou falar apenas dessa HQ da editora Avec.
Creio q esse tenha sido um dos materiais mais caprichados da editora. A obra física tem uma sobrecapa, capa dura, papel de boa qualidade, com extras interessantíssimos para quem deseja conhecer mais o William Blake e os autores dessa adaptação, em resumo, um produto lindo de se ter na coleção. A HQ digital, está com boa resolução e formatação no kindle, sendo bem confortável de ler, Ps.: fica a ressalva, só leiam no Kindle essa hq em tablet ou no celular, pois as cores são importantes. Falando em cores... Arte e colorização ficaram a cargo do Fred Rubim, aqui Fred fez uma palheta de cores diferente para cada personagem, a arte não me agradou, mas me acostumei com ela, mas para meu gosto pessoal, não é boa, já vi trabalhos melhores dele. O roteiro ficou a cargo de Enéias Tavares.
Aqui temos uma trama que se passa na cidade de São Paulo, mostrando um momento da vida de 4 personagens, sendo eles: Uma garota de programa, uma traficante e artista fracassada, um matador de aluguel/assassino e um pastor corrupto. No desenrolar da estória, a trama individual de cada personagem vão se ligando até que todas se cruzam. Enéias dá uma cutucada e faz uma crítica social, mostrando algo que existe na sociedade brasileira, mostra por exemplo, como a igreja pode ser corrupta, ou melhor, como representantes da igreja podem enganar, roubar e aparentar serem boas pessoas, como pessoas que consideramos erradas e repulsivas, são pessoas de bom coração e corretas.
A idéia do roteiro foi bom, poderia ter sido melhor desenvolvido, mas de toda forma, existem uns furos e coisas sem sentido se aplicados a realidade, como por exemplo o relacionamento do assassino com a garota,mas fora isso, é uma leitura bacana, nada genial, mas que serve de boa distração.
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/349250/349250SK1593493468G.jpg){kind=small}
Camila(Aetria) 16/12/2021
Eu poderia resumir minha resenha com ?minha nossa, sim.? Mas!!! O skoob prefere que as resenhas tenham mais de 100 caracteres. HAHA
Eu gostei demais dessa hq, ela tem um ritmo maravilhoso e acabei lendo 2 vezes, uma no kindle em preto e branco e outra no note, com a explosão lindissima de cores. Ambas funcionam lindamente. E os apêndices são ótimos. Sou muito fácil com adaptações de obras ou temáticas do Blake (mesmo sem ter lido nada da fonte original).
Eu poderia resumir minha resenha com ?minha nossa, sim.? Mas!!! O skoob prefere que as resenhas tenham mais de 100 caracteres. HAHA
Eu gostei demais dessa hq, ela tem um ritmo maravilhoso e acabei lendo 2 vezes, uma no kindle em preto e branco e outra no note, com a explosão lindissima de cores. Ambas funcionam lindamente. E os apêndices são ótimos. Sou muito fácil com adaptações de obras ou temáticas do Blake (mesmo sem ter lido nada da fonte original).
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/1276136/1276136SK-V11669127524G.jpg){kind=small}
Thainá - @osonharliterario 03/11/2021
Crime, Desejo e Redenção
Em 1792, um demônio apareceu para William Blake contando-o sobre o surgimento e criação da bíblia do inferno. Através desse contato, Blake escreveu o livro O Matrimônio de Céu e Inferno, agregando suas próprias pinturas marcantes à obra.
A partir disso, o autor Enéias Tavares e o artista Fred Rubim criaram uma história original que bebe das referências e reflexões de Blake. Na HQ O Matrimônio de Céu e Inferno, narrativa que mescla a realidade com a fantasia, encontramos cenas sangrentas a lá Quentin Tarantino, recheadas de sangue, sexo e violência.
Aqui, a vida de quatro personagens são interligadas de uma forma nada agradável. Verônica, uma prostituta de luxo, Daniela, uma artista que vende drogas, Amarante, um matador de aluguel, e Maestro Antonino, um religioso famoso e corrupto, são personagens diferentes entre si, mas que trazem camadas e reflexões singulares e significativas para a narrativa, principalmente no ato final quando estão todos juntos no mesmo lugar monstruoso e odioso.
Li essa HQ em um dia, em uma sentada. Mas por não conhecer o trabalho de William Blake de antemão, o autor homenageado aqui, tive que levar um tempo para processá-la e também para adicionar à minha bagagem algumas pesquisas, tanto sobre Blake como também sobre suas pinturas e a HQ em si.
À primeira vista, o que mais me interessou foi o arco principal. Esse arco tem bastante violência, me deixando cada vez mais animada para o desfecho e para o que poderia acontecer ao mesmo tempo que também tinha o poder de me deixar melancólica com certas cenas e revoltada com outras. Uma mistura de sentimentos que eu gostei de sentir.
Por isso, eu recomendo a HQ para quem quiser lê-la, independente do conhecimento prévio ou não. Basta ter em mente que a HQ por mais que tenha bastante sangue não se apoia apenas nisso, também dando um grande espaço para a reflexão sobre a podridão humana e sobre valores ao nosso redor. Atenção aos detalhes e aos diálogos durante a leitura fazem toda a diferença! É uma leitura desconfortável, que incomoda, mas também é de explodir qualquer mente.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.
site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2021/11/03/resenha-o-matrimonio-de-ceu-inferno-eneias-tavares-e-fred-rubim/
03/11/2021Crime, Desejo e Redenção
Em 1792, um demônio apareceu para William Blake contando-o sobre o surgimento e criação da bíblia do inferno. Através desse contato, Blake escreveu o livro O Matrimônio de Céu e Inferno, agregando suas próprias pinturas marcantes à obra.
A partir disso, o autor Enéias Tavares e o artista Fred Rubim criaram uma história original que bebe das referências e reflexões de Blake. Na HQ O Matrimônio de Céu e Inferno, narrativa que mescla a realidade com a fantasia, encontramos cenas sangrentas a lá Quentin Tarantino, recheadas de sangue, sexo e violência.
Aqui, a vida de quatro personagens são interligadas de uma forma nada agradável. Verônica, uma prostituta de luxo, Daniela, uma artista que vende drogas, Amarante, um matador de aluguel, e Maestro Antonino, um religioso famoso e corrupto, são personagens diferentes entre si, mas que trazem camadas e reflexões singulares e significativas para a narrativa, principalmente no ato final quando estão todos juntos no mesmo lugar monstruoso e odioso.
Li essa HQ em um dia, em uma sentada. Mas por não conhecer o trabalho de William Blake de antemão, o autor homenageado aqui, tive que levar um tempo para processá-la e também para adicionar à minha bagagem algumas pesquisas, tanto sobre Blake como também sobre suas pinturas e a HQ em si.
À primeira vista, o que mais me interessou foi o arco principal. Esse arco tem bastante violência, me deixando cada vez mais animada para o desfecho e para o que poderia acontecer ao mesmo tempo que também tinha o poder de me deixar melancólica com certas cenas e revoltada com outras. Uma mistura de sentimentos que eu gostei de sentir.
Por isso, eu recomendo a HQ para quem quiser lê-la, independente do conhecimento prévio ou não. Basta ter em mente que a HQ por mais que tenha bastante sangue não se apoia apenas nisso, também dando um grande espaço para a reflexão sobre a podridão humana e sobre valores ao nosso redor. Atenção aos detalhes e aos diálogos durante a leitura fazem toda a diferença! É uma leitura desconfortável, que incomoda, mas também é de explodir qualquer mente.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.
site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2021/11/03/resenha-o-matrimonio-de-ceu-inferno-eneias-tavares-e-fred-rubim/
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/1512257/1512257SK-V11633145597G.jpg){kind=small}
Isa 11/04/2022
Caos e ordem, inferno e céu
Eu tô um pouco impactada com essa leitura, não estava esperando por tanto. Nunca li a obra de Blake, mas a descrição dos quatro personagens na sinopse me deixou curiosa. Com certeza minha experiência foi limitada pelo meu grau de conhecimento, o que pretendo aperfeiçoar no futuro, mas mesmo a leitura me impactou. A mescla nas narrativas deixam tudo confuso, mas combinam tão bem que você não sabe o que pensar, e a estética agressiva só contribui para a história. Enfim, pretendo reler num futuro próximo, após adquirir a bagagem da obra original.
Caos e ordem, inferno e céu
Eu tô um pouco impactada com essa leitura, não estava esperando por tanto. Nunca li a obra de Blake, mas a descrição dos quatro personagens na sinopse me deixou curiosa. Com certeza minha experiência foi limitada pelo meu grau de conhecimento, o que pretendo aperfeiçoar no futuro, mas mesmo a leitura me impactou. A mescla nas narrativas deixam tudo confuso, mas combinam tão bem que você não sabe o que pensar, e a estética agressiva só contribui para a história. Enfim, pretendo reler num futuro próximo, após adquirir a bagagem da obra original.
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/7879088/7879088SK-V11659830731G.jpg){kind=small}
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/1340607/1340607SK-V11697586253G.jpg){kind=small}
Pedro 20/10/2022
Uma obra sem igual
Que HQ perfeita. Fazia tempo que não lia uma HQ e foi uma surpresa maravilhosa a leitura desta. Essa história é baseada na obra de William Blake, O Matrimônio do Céu e do Inferno, que eu não conhecia, mas que após essa leitura fiquei curioso pra ler. Essa HQ é carregada de crítica social e mostra como os humanos são corruptíveis quando se trata de poder. Além disso, o romance curto, porém muito bem trabalho, entre duas das personagens personagens foi muito bem trabalho. Consegui sentir ódio pelo Santos, amor e pena por Verônica e Amarante e terminei a leitura com uma sensação gostosa. Super recomendo.
Uma obra sem igual
Que HQ perfeita. Fazia tempo que não lia uma HQ e foi uma surpresa maravilhosa a leitura desta. Essa história é baseada na obra de William Blake, O Matrimônio do Céu e do Inferno, que eu não conhecia, mas que após essa leitura fiquei curioso pra ler. Essa HQ é carregada de crítica social e mostra como os humanos são corruptíveis quando se trata de poder. Além disso, o romance curto, porém muito bem trabalho, entre duas das personagens personagens foi muito bem trabalho. Consegui sentir ódio pelo Santos, amor e pena por Verônica e Amarante e terminei a leitura com uma sensação gostosa. Super recomendo.
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/3147422/3147422SK-V11697493651G.jpg){kind=small}
Ismael.Chaves 20/10/2023
Um trillher apocalíptico e tarantinesco
Em 1792, o poeta e gravurista inglês William Blake contatou o demônio que lhe revelou o segredo da sabedoria infernal.
Em 2019: um influente líder religioso que manipula a fé das massas e transforma seus seguidores em agentes do ódio. Adversários e minorias (sobretudo mulheres e artistas) subjugados por esse sistema, são eliminados, pelo bem (e lucro) da Ordem e seu venerado líder.
Essa poderia ser uma descrição resumida de alguns personagens/elementos da adaptação de Enéias Tavares (roteiro) e Fred Rubin (ilustrações). E é! Mas eu me referia ao Brasil atual.
Combinando adaptação e história inédita, a dupla - responsável por trabalhos como "A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison", "Guanabara Real" e "Fantástico Brasileiro" (Enéias) e "A Canção do Cão Negro" e "Le Chevalier Na Montanhas da Loucura" (Fred) - usam de sua criatividade para criar uma obra memorável, não apenas artisticamente, mas como um grito de resistência à esse pesadelo kafkiano que o Brasil se afogou (como o Anjo da Razão Devoradora) - onde, numa comparação com a teologia blakeana, "Bem e Mal" nunca foram tão contraditórios e desprovidos de verdadeira percepção. É através da adaptação poética de Enéias e o traço violento de Fred (que lembra muito o traço de Mike Mignola), que o encontro de quatro personagens extremamente brasileiros culmina num apocalíptico embate de revelação, poesia e morte.
Com edição de luxo da editora AVEC (são quase 100 páginas de quadrinhos, notas de referência, extras de bastidores e paratextos de Cláudia Lemes, Octavio Aragão e Manuel Portela), esse volume infernal é um convite à abertura das Portas da Percepção!
Um trillher apocalíptico e tarantinesco
Em 1792, o poeta e gravurista inglês William Blake contatou o demônio que lhe revelou o segredo da sabedoria infernal.
Em 2019: um influente líder religioso que manipula a fé das massas e transforma seus seguidores em agentes do ódio. Adversários e minorias (sobretudo mulheres e artistas) subjugados por esse sistema, são eliminados, pelo bem (e lucro) da Ordem e seu venerado líder.
Essa poderia ser uma descrição resumida de alguns personagens/elementos da adaptação de Enéias Tavares (roteiro) e Fred Rubin (ilustrações). E é! Mas eu me referia ao Brasil atual.
Combinando adaptação e história inédita, a dupla - responsável por trabalhos como "A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison", "Guanabara Real" e "Fantástico Brasileiro" (Enéias) e "A Canção do Cão Negro" e "Le Chevalier Na Montanhas da Loucura" (Fred) - usam de sua criatividade para criar uma obra memorável, não apenas artisticamente, mas como um grito de resistência à esse pesadelo kafkiano que o Brasil se afogou (como o Anjo da Razão Devoradora) - onde, numa comparação com a teologia blakeana, "Bem e Mal" nunca foram tão contraditórios e desprovidos de verdadeira percepção. É através da adaptação poética de Enéias e o traço violento de Fred (que lembra muito o traço de Mike Mignola), que o encontro de quatro personagens extremamente brasileiros culmina num apocalíptico embate de revelação, poesia e morte.
Com edição de luxo da editora AVEC (são quase 100 páginas de quadrinhos, notas de referência, extras de bastidores e paratextos de Cláudia Lemes, Octavio Aragão e Manuel Portela), esse volume infernal é um convite à abertura das Portas da Percepção!
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/1022393/102239398T35XA9102239387KJ38G.jpg){kind=small}
Paulo 10/07/2019
Adaptações são sempre obras que exigem um largo conhecimento por parte do autor. Exigem a própria essência daquilo que o material adaptado queria dizer para os leitores. E, no caso de uma obra como Matrimônio de Céu e Inferno, de William Blake, um autor muito pouco conhecido no Brasil (uma pena mesmo), é preciso alguma coisa a mais para despertar o interesse do leitor. Eneias Tavares, um autor estudioso da obra do autor/pintor, fez um trabalho magistral aqui, ressignificando a obra, mas sem perder o que faz dela maldita e marcante. Isso sem falar no casamento entre o estilo infernal de Eneias e da pena angelical de Fred Rubim. Essa união produziu um resultado maravilhoso que me fez desejar mais coisas de Blake sendo trazidas para nós por essa dupla.
É óbvio que eu vou começar a falar sobre esta obra pelos personagens. Temos Verônica Viegas, uma prostituta de luxo que deseja acima de tudo juntar dinheiro para sair de São Paulo e voltar para Buenos Aires, para junto de sua família. Ela está prestes a conquistar essa façanha quando uma de suas associadas acaba sendo morta por espancamento por um de seus clientes regulares. Amarante é um leão de chácara, que se tornou assassino por vontade de seu empregador. De acertador de contas, ele passou a eliminar a concorrência do Maestro Santos. Este é um pastor criminoso, que engana seus fieis com falsas promessas de salvação enquanto é responsável pela Orquestra Divina, uma rede criminosa responsável por tráfico de drogas, extorsão, e um sem número de outros esquemas. Já Daniela Rosa é uma artista fracassada cuja inspiração se foi há muito tempo. Para ganhar uma grana, ela se envolveu com a venda de entorpecentes. Sua vida vai tomar um choque de realidade quando ela descobre que o seu amigo de infância, aquele que a apoiou nos seus momentos mais difíceis, irá morrer daqui a algum tempo. E tudo o que ele deseja é uma droga que permita que ele possa morrer em paz.
Os quatro personagens da trama funcionam como contrapartes um para o outro. São histórias distintas que se cruzam. Enquanto Verônica busca fugir de uma realidade dura, Santos deseja aproveitar ao máximo o seu status como maestro. Se por um lado Amarante se encontra indeciso e passivo diante daquilo que acontece a ele, Dani deseja apenas ajudar o seu amigo mesmo que isso a destrua por dentro. A narrativa blakeana adota uma estética tarantinesca que somente Eneias conseguiria fornecer a ela. A cada novo capítulo eu me sentia vendo novamente Pulp Fiction com algum personagem soltando uma daquelas frases sarcásticas em uma situação improvável. A maneira como Santos realiza a reunião de seus lacaios parece uma daquelas reuniões de empresas com slides sendo passados e demonstrando o ritmo de crescimento dos negócios. Santos realmente parece um maestro macabro, dando uma toada infernal aos seus demônios.
Entre os capítulos temos excertos de Matrimônio de Céu e Inferno. O autor consegue fazer com que eles sejam coerentes com os atos da história. A narrativa segue em um crescendo da decadência até chegar a um apocalipse generalizado onde apenas poucos irão sobreviver intactos a esse conflito mortal. Toda a sequência final é incrível com sangue e vísceras voando por toda a parte. Seguindo as referências pulp e tarantinescas de Eneias Tavares, vai agradar aos fãs de Kill Bill. Não vou estragar a cena, mas fica aqui os meus aplausos para o autor e para o artista que conseguiram criar algo épico para o final.
Essa já é a terceira obra que eu vejo a arte do Fred Rubim e só tenho a dizer o quanto a arte dele evoluiu. Tendo a difícil missão de adaptar a obra de Blake ao mesmo tempo em que criava verdadeiros quadros a partir de pinturas do autor clássico, Rubim conseguiu impor sentimentos às cenas. Os personagens são muito estilizados com características bem específicas como tatuagens ou estilos distintos de roupas ou cabelo. Alguns enquadramentos criados por Fred são lindos como os trechos finais com quadros inclinados ou vários momentos com 9 ou 11 quadros em tela que obrigavam o autor a se preocupar muito com cada quadro individualmente. Não só isso: temos muitos easter eggs de cultura pop inseridos nesse quadro. Eneias soube usar a habilidade do artista de criar fundos muito detalhados para dar personalidade às cenas.
Mas, se eu posso falar de arte espetacular, eu tenho que mencionar os inícios de cada capítulo. Em cada um deles, Fred buscou recriar uma pintura ou passagem de Blake. Seja o método de impressão infernal ou o trecho Fantasia Memorável em que a arte de Rubim brilha pelo cenário. Preciso dar o braço a torcer e dizer que estes quadros estão magníficos. Digo isso porque eu tendo a achar a arte do Fred muito estilizada e em um padrão que não me agrada 100%, mas aqui... caramba. Fantasia Memorável é de longe o meu trecho favorito onde Eneias e Rubim nos contam a história da queda do Anjo da Razão Devoradora sendo empurrado pelo Demônio da Energia Prolífera. A gente vê claramente a história acontecendo, com direito a um enorme leviatã desenhado na primeira página. A Casa de Impressão Infernal é outro trecho digno de nota com o passo-a-passo do método blakeano. As placas de cobre são nitidamente apresentadas e parece até um método verossímil.
Outro ponto que eu gosto de mencionar na arte do Fred é em como ele sabe usar muito bem as cores. Elas chamam a atenção e denotam trechos da narrativa. No começo o artista emprega muito o laranja e o vermelho demonstrando os planos infernais para corromper o homem. Santos sempre aparecendo em um fundo azul escuro ou mais puxado para o preto e seus agentes do caos sendo silhuetas pelo cenário. Mais para o final as cores vão clareando passando sutilmente para tons pastéis significando uma temática salvífica e de redenção para os personagens. Essa manipulação das cores permanece coerente com o que Eneias trazia nos roteiros. Portanto, como eu brinquei no começo, talvez esse seja o maior simbolismo do Matrimônio de Céu e Inferno (uma arte angelical aliado a um roteiro infernal). E isso é maravilhoso.
A escrita do Eneias está magnífica aqui. Como vocês podem perceber nos pequenos trechos que eu coloquei nesta resenha, as palavras estão ferinas e irônicas. O autor consegue passar do poético ao devasso em instantes. E é essa escrita poética repleta da personalidade de Eneias que me faz abrir um sorriso no rosto toda vez que eu vejo uma passagem interessante ou curiosa. Os diálogos são tão bons que basta eu abrir a HQ em qualquer página aleatória que eu sou capaz de tirar uma boa citação. Não só isso como houve também a preocupação em dar individualidade aos personagens. Então cada um deles possui sua fala estilizada.
Ao lado disso a edição da AVEC está luxuosa e vai agradar aos fãs de quadrinhos. Ela segue com uma jacket em papel brilhoso, a parte interna está em capa dura com uma imagem minimalista, mas que diz para o que o quadrinho veio. Temos dois prefácios: um da Cláudia Lemes (que vale ser lido... outra autora que eu adoro ver sua escrita infernal) e outro do Octávio Aragão, uma lenda no universo dos quadrinhos. Ao final temos mais textos de apoio, um do Eneias mostrando um pouco dos easter eggs espalhados pelas página e um do Manuel Portela falando sobre a comunhão da escrita de Eneias e da arte de Fred ao mesmo tempo em que tece comentários sobre como a escrita de Blake permeia a história criada pela dupla. Mais valioso ainda se encontra no final com Eneias colocando sua escaleta para estudos e Fred nos apresentando seus sketches.
Eu poderia falar a noite toda sobre diversos temas colocados no quadrinho que eu não esgotaria. Possivelmente é uma HQ que vai estar no meu top 10 no final do ano dada a sua qualidade. Parabenizo a dupla autor e artista por nos entregar uma obra de arte e a editora por apostar em algo tão grandioso quanto foi esse título. Só sou elogios e isso demonstra o quanto eu fui impactado pela narrativa gráfica.
site: www.ficcoeshumanas.com.br
Adaptações são sempre obras que exigem um largo conhecimento por parte do autor. Exigem a própria essência daquilo que o material adaptado queria dizer para os leitores. E, no caso de uma obra como Matrimônio de Céu e Inferno, de William Blake, um autor muito pouco conhecido no Brasil (uma pena mesmo), é preciso alguma coisa a mais para despertar o interesse do leitor. Eneias Tavares, um autor estudioso da obra do autor/pintor, fez um trabalho magistral aqui, ressignificando a obra, mas sem perder o que faz dela maldita e marcante. Isso sem falar no casamento entre o estilo infernal de Eneias e da pena angelical de Fred Rubim. Essa união produziu um resultado maravilhoso que me fez desejar mais coisas de Blake sendo trazidas para nós por essa dupla.
É óbvio que eu vou começar a falar sobre esta obra pelos personagens. Temos Verônica Viegas, uma prostituta de luxo que deseja acima de tudo juntar dinheiro para sair de São Paulo e voltar para Buenos Aires, para junto de sua família. Ela está prestes a conquistar essa façanha quando uma de suas associadas acaba sendo morta por espancamento por um de seus clientes regulares. Amarante é um leão de chácara, que se tornou assassino por vontade de seu empregador. De acertador de contas, ele passou a eliminar a concorrência do Maestro Santos. Este é um pastor criminoso, que engana seus fieis com falsas promessas de salvação enquanto é responsável pela Orquestra Divina, uma rede criminosa responsável por tráfico de drogas, extorsão, e um sem número de outros esquemas. Já Daniela Rosa é uma artista fracassada cuja inspiração se foi há muito tempo. Para ganhar uma grana, ela se envolveu com a venda de entorpecentes. Sua vida vai tomar um choque de realidade quando ela descobre que o seu amigo de infância, aquele que a apoiou nos seus momentos mais difíceis, irá morrer daqui a algum tempo. E tudo o que ele deseja é uma droga que permita que ele possa morrer em paz.
Os quatro personagens da trama funcionam como contrapartes um para o outro. São histórias distintas que se cruzam. Enquanto Verônica busca fugir de uma realidade dura, Santos deseja aproveitar ao máximo o seu status como maestro. Se por um lado Amarante se encontra indeciso e passivo diante daquilo que acontece a ele, Dani deseja apenas ajudar o seu amigo mesmo que isso a destrua por dentro. A narrativa blakeana adota uma estética tarantinesca que somente Eneias conseguiria fornecer a ela. A cada novo capítulo eu me sentia vendo novamente Pulp Fiction com algum personagem soltando uma daquelas frases sarcásticas em uma situação improvável. A maneira como Santos realiza a reunião de seus lacaios parece uma daquelas reuniões de empresas com slides sendo passados e demonstrando o ritmo de crescimento dos negócios. Santos realmente parece um maestro macabro, dando uma toada infernal aos seus demônios.
Entre os capítulos temos excertos de Matrimônio de Céu e Inferno. O autor consegue fazer com que eles sejam coerentes com os atos da história. A narrativa segue em um crescendo da decadência até chegar a um apocalipse generalizado onde apenas poucos irão sobreviver intactos a esse conflito mortal. Toda a sequência final é incrível com sangue e vísceras voando por toda a parte. Seguindo as referências pulp e tarantinescas de Eneias Tavares, vai agradar aos fãs de Kill Bill. Não vou estragar a cena, mas fica aqui os meus aplausos para o autor e para o artista que conseguiram criar algo épico para o final.
Essa já é a terceira obra que eu vejo a arte do Fred Rubim e só tenho a dizer o quanto a arte dele evoluiu. Tendo a difícil missão de adaptar a obra de Blake ao mesmo tempo em que criava verdadeiros quadros a partir de pinturas do autor clássico, Rubim conseguiu impor sentimentos às cenas. Os personagens são muito estilizados com características bem específicas como tatuagens ou estilos distintos de roupas ou cabelo. Alguns enquadramentos criados por Fred são lindos como os trechos finais com quadros inclinados ou vários momentos com 9 ou 11 quadros em tela que obrigavam o autor a se preocupar muito com cada quadro individualmente. Não só isso: temos muitos easter eggs de cultura pop inseridos nesse quadro. Eneias soube usar a habilidade do artista de criar fundos muito detalhados para dar personalidade às cenas.
Mas, se eu posso falar de arte espetacular, eu tenho que mencionar os inícios de cada capítulo. Em cada um deles, Fred buscou recriar uma pintura ou passagem de Blake. Seja o método de impressão infernal ou o trecho Fantasia Memorável em que a arte de Rubim brilha pelo cenário. Preciso dar o braço a torcer e dizer que estes quadros estão magníficos. Digo isso porque eu tendo a achar a arte do Fred muito estilizada e em um padrão que não me agrada 100%, mas aqui... caramba. Fantasia Memorável é de longe o meu trecho favorito onde Eneias e Rubim nos contam a história da queda do Anjo da Razão Devoradora sendo empurrado pelo Demônio da Energia Prolífera. A gente vê claramente a história acontecendo, com direito a um enorme leviatã desenhado na primeira página. A Casa de Impressão Infernal é outro trecho digno de nota com o passo-a-passo do método blakeano. As placas de cobre são nitidamente apresentadas e parece até um método verossímil.
Outro ponto que eu gosto de mencionar na arte do Fred é em como ele sabe usar muito bem as cores. Elas chamam a atenção e denotam trechos da narrativa. No começo o artista emprega muito o laranja e o vermelho demonstrando os planos infernais para corromper o homem. Santos sempre aparecendo em um fundo azul escuro ou mais puxado para o preto e seus agentes do caos sendo silhuetas pelo cenário. Mais para o final as cores vão clareando passando sutilmente para tons pastéis significando uma temática salvífica e de redenção para os personagens. Essa manipulação das cores permanece coerente com o que Eneias trazia nos roteiros. Portanto, como eu brinquei no começo, talvez esse seja o maior simbolismo do Matrimônio de Céu e Inferno (uma arte angelical aliado a um roteiro infernal). E isso é maravilhoso.
A escrita do Eneias está magnífica aqui. Como vocês podem perceber nos pequenos trechos que eu coloquei nesta resenha, as palavras estão ferinas e irônicas. O autor consegue passar do poético ao devasso em instantes. E é essa escrita poética repleta da personalidade de Eneias que me faz abrir um sorriso no rosto toda vez que eu vejo uma passagem interessante ou curiosa. Os diálogos são tão bons que basta eu abrir a HQ em qualquer página aleatória que eu sou capaz de tirar uma boa citação. Não só isso como houve também a preocupação em dar individualidade aos personagens. Então cada um deles possui sua fala estilizada.
Ao lado disso a edição da AVEC está luxuosa e vai agradar aos fãs de quadrinhos. Ela segue com uma jacket em papel brilhoso, a parte interna está em capa dura com uma imagem minimalista, mas que diz para o que o quadrinho veio. Temos dois prefácios: um da Cláudia Lemes (que vale ser lido... outra autora que eu adoro ver sua escrita infernal) e outro do Octávio Aragão, uma lenda no universo dos quadrinhos. Ao final temos mais textos de apoio, um do Eneias mostrando um pouco dos easter eggs espalhados pelas página e um do Manuel Portela falando sobre a comunhão da escrita de Eneias e da arte de Fred ao mesmo tempo em que tece comentários sobre como a escrita de Blake permeia a história criada pela dupla. Mais valioso ainda se encontra no final com Eneias colocando sua escaleta para estudos e Fred nos apresentando seus sketches.
Eu poderia falar a noite toda sobre diversos temas colocados no quadrinho que eu não esgotaria. Possivelmente é uma HQ que vai estar no meu top 10 no final do ano dada a sua qualidade. Parabenizo a dupla autor e artista por nos entregar uma obra de arte e a editora por apostar em algo tão grandioso quanto foi esse título. Só sou elogios e isso demonstra o quanto eu fui impactado pela narrativa gráfica.
site: www.ficcoeshumanas.com.br
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/80935/80935SK-V11612807556G.jpg){kind=small}
MiojoGeek 20/08/2019
William Blake foi um poeta, pintor e tipógrafo inglês. Em 1790 publicou umas de suas obras mais conhecidas, o texto em prosa, O Matrimônio do Céu e do Inferno.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Desde a infância, Blake afirmava dialogar com anjos e seres sobrenaturais, e foi em um desses diálogos que teria surgido a bíblia do inferno.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Certa vez, um demônio raivoso o visitou, e reivindicou que o inferno tivesse uma bíblia como a que tinha o céu. Blake atentamente atendeu o demônio e se prontificou a gravar suas palavras textualmente.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A hq, intercala capítulos adaptando a prosa de Blake, e capítulos que acompanham quatro protagonistas, Amarante (assassino profissional), Verônica (prostituta), Dani (traficante) e Santos (religioso corrupto). Os capítulos de Blake são bem poéticos, enquanto o dos personagens tem suas tramas individuais, mas que se encontram em determinado ponto.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Trazendo muitas referências as obras de Blake, e que foram influenciadas por ele, Enéias, sem dúvida é conhecedor da obra do artista, e se debruçou durante anos a estudar sua história, e a influência de William na cultura popular. Junto com Rubim, que já fez diversos trabalhos para a editora @aveceditora , trabalham afinados para entregar essa hq que não deixa de ser uma homenagem blakeana.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eu particularmente, não sou profundo conhecedor do artista, então, adorei ler mais no posfácio sobre as referências utilizadas, e posteriormente pesquisar sobre o artista. Acho que quando uma obra provoca essa curiosidade, ela já fez o seu papel.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Esse é o primeiro capa dura da Avec e ficou lindo demais. Um baita trabalho gráfico e editorial. Se você curte uma história policial que mescla sobrenatural e tem pitadas tarantinescas você vai curtir essa hq. Minha nota é 8/10.
site: https://www.instagram.com/p/ByYym3nj5V6/
20/08/2019William Blake foi um poeta, pintor e tipógrafo inglês. Em 1790 publicou umas de suas obras mais conhecidas, o texto em prosa, O Matrimônio do Céu e do Inferno.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Desde a infância, Blake afirmava dialogar com anjos e seres sobrenaturais, e foi em um desses diálogos que teria surgido a bíblia do inferno.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Certa vez, um demônio raivoso o visitou, e reivindicou que o inferno tivesse uma bíblia como a que tinha o céu. Blake atentamente atendeu o demônio e se prontificou a gravar suas palavras textualmente.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A hq, intercala capítulos adaptando a prosa de Blake, e capítulos que acompanham quatro protagonistas, Amarante (assassino profissional), Verônica (prostituta), Dani (traficante) e Santos (religioso corrupto). Os capítulos de Blake são bem poéticos, enquanto o dos personagens tem suas tramas individuais, mas que se encontram em determinado ponto.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Trazendo muitas referências as obras de Blake, e que foram influenciadas por ele, Enéias, sem dúvida é conhecedor da obra do artista, e se debruçou durante anos a estudar sua história, e a influência de William na cultura popular. Junto com Rubim, que já fez diversos trabalhos para a editora @aveceditora , trabalham afinados para entregar essa hq que não deixa de ser uma homenagem blakeana.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Eu particularmente, não sou profundo conhecedor do artista, então, adorei ler mais no posfácio sobre as referências utilizadas, e posteriormente pesquisar sobre o artista. Acho que quando uma obra provoca essa curiosidade, ela já fez o seu papel.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Esse é o primeiro capa dura da Avec e ficou lindo demais. Um baita trabalho gráfico e editorial. Se você curte uma história policial que mescla sobrenatural e tem pitadas tarantinescas você vai curtir essa hq. Minha nota é 8/10.
site: https://www.instagram.com/p/ByYym3nj5V6/
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/294434/29443498T35XA929443487KJ38G.jpg){kind=small}
Aguinaldo 09/09/2019
o matrimônio do céu & inferno
Enéias Tavares, professor de literatura da UFSM, e Fred Rubim, designer gráfico, uniram-se para engendrar o ambicioso projeto que foi o de recriar algo dos livros iluminados de William Blake na forma de uma graphic novel. O resultado é bacana. Claro, qualquer reinvenção de um clássico envolve as limitações de cada gênero, a liberdade criativa dos autores, as camadas de recepção do original já acumuladas, o público a quem a nova transcriação é oferecida e tantas outras condições de contorno. No caso específico de Blake deve-se acrescentar o quão enigmático e metafórico é o próprio original. De qualquer forma, acho que os dois apresentam uma proposta honesta ao leitor. Blake foi poeta, pintor, gravador, escritor, viveu entre a segunda metade do século XVIII e o primeiro quarto do século XIX. Produziu uma obra vastíssima, que pode ser acessada no "Arquivo Blake". O livro iluminado transcriado por Enéias e Fred, composto originalmente em 1790, pode ser acessado no link "The Marriage of Heaven and Hell". A história de Enéias e Fred acrescenta ao propósito de homenagear Blake uma miríade de alusões de outros autores que nele se inspiraram nos últimos 200 anos (de Yeats e Jung a Aldous Huxley e Jim Jarmusch, entre tantos). O enredo é confessadamente tarantinesco, ou seja, deve algo ao universo criativo de Quentin Tarantino, a estilização da violência e cultura pop. Os dois autores criaram uma narrativa que alterna o destino de quatro personagens (um matador de aluguel, uma prostituta, um pastor evangélico e uma designer), viventes de uma furiosa São Paulo contemporânea, com as partes do livro de Blake, onde o diabo oferece ao poeta sua versão dos sucessos de sua queda, sua bíblia infernal. A paleta de cores de cada personagem funciona como marcador e facilita, eu diria até demais, a vida do leitor. O livro inclui vários mimos: notas de referência sobre as associações cifradas no texto e nas imagens; reproduções das pranchas de Blake, o making of do roteiro de Enéias; o making of da concepção plástica de Fred Rubim; vários curtos textos críticos, que contextualizam o trabalho de Enéias e Fred no universo da produção de literatura fantástica e gráfica brasileira contemporânea. Como já disse, bacana. Vamos a ver o que esta dupla inventará na sequência. Segue o baile. Vale!
Registro #1443 (graphic novel #74)
[início: 12/07/2019 - fim: 21/07/2019]
"O matrimônio de céu e inferno", Enéias Tavares e Fred Rubim, Porto Alegre: AVEC, 1a. edição (2015), capa-dura 15x21 cm., 384 págs., ISBN: 978-85-5447-042-5
site: http://guinamedici.blogspot.com/2019/09/o-matrimonio-de-ceu-e-inferno.html
o matrimônio do céu & inferno
Enéias Tavares, professor de literatura da UFSM, e Fred Rubim, designer gráfico, uniram-se para engendrar o ambicioso projeto que foi o de recriar algo dos livros iluminados de William Blake na forma de uma graphic novel. O resultado é bacana. Claro, qualquer reinvenção de um clássico envolve as limitações de cada gênero, a liberdade criativa dos autores, as camadas de recepção do original já acumuladas, o público a quem a nova transcriação é oferecida e tantas outras condições de contorno. No caso específico de Blake deve-se acrescentar o quão enigmático e metafórico é o próprio original. De qualquer forma, acho que os dois apresentam uma proposta honesta ao leitor. Blake foi poeta, pintor, gravador, escritor, viveu entre a segunda metade do século XVIII e o primeiro quarto do século XIX. Produziu uma obra vastíssima, que pode ser acessada no "Arquivo Blake". O livro iluminado transcriado por Enéias e Fred, composto originalmente em 1790, pode ser acessado no link "The Marriage of Heaven and Hell". A história de Enéias e Fred acrescenta ao propósito de homenagear Blake uma miríade de alusões de outros autores que nele se inspiraram nos últimos 200 anos (de Yeats e Jung a Aldous Huxley e Jim Jarmusch, entre tantos). O enredo é confessadamente tarantinesco, ou seja, deve algo ao universo criativo de Quentin Tarantino, a estilização da violência e cultura pop. Os dois autores criaram uma narrativa que alterna o destino de quatro personagens (um matador de aluguel, uma prostituta, um pastor evangélico e uma designer), viventes de uma furiosa São Paulo contemporânea, com as partes do livro de Blake, onde o diabo oferece ao poeta sua versão dos sucessos de sua queda, sua bíblia infernal. A paleta de cores de cada personagem funciona como marcador e facilita, eu diria até demais, a vida do leitor. O livro inclui vários mimos: notas de referência sobre as associações cifradas no texto e nas imagens; reproduções das pranchas de Blake, o making of do roteiro de Enéias; o making of da concepção plástica de Fred Rubim; vários curtos textos críticos, que contextualizam o trabalho de Enéias e Fred no universo da produção de literatura fantástica e gráfica brasileira contemporânea. Como já disse, bacana. Vamos a ver o que esta dupla inventará na sequência. Segue o baile. Vale!
Registro #1443 (graphic novel #74)
[início: 12/07/2019 - fim: 21/07/2019]
"O matrimônio de céu e inferno", Enéias Tavares e Fred Rubim, Porto Alegre: AVEC, 1a. edição (2015), capa-dura 15x21 cm., 384 págs., ISBN: 978-85-5447-042-5
site: http://guinamedici.blogspot.com/2019/09/o-matrimonio-de-ceu-e-inferno.html
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/4582898/4582898SK1609663694G.jpg){kind=small}
Gárgula 15/10/2019
O Matrimônio de Céu e Inferno, de Enéias Taraves e Fred Rubim
Ganhei O Matrimônio de Céu e Inferno, com argumento de Enéias Tavares, arte de Fred Rubim e uma publicação da AVEC Editora, do meu grande amigo João Daniel. Temos um gosto muito parecido quanto a HQs. Gostamos daquelas que contam histórias onde o material humano é o foco. Nem ele, nem eu, sabíamos o que esperar dessa obra e lhes garanto, esse desconhecimento foi maravilhoso na minha experiência de leitura.
Nela, o poema homônimo de William Blake foi adaptado magistralmente, tanto no argumento de Enéias Tavares, como na arte de Fred Rubim. O nível de excelência é tão grande, que em determinados pontos, onde os versos de Blake são inseridos na história, nos resta simplesmente imaginar que eles foram escritos especificamente para esta obra. Isso por si só já é impressionante mas não para por aí. Cada letra, ideia, desenho, enquadramento e cor estão em tal harmonia, que o conjunto me deixou absolutamente perplexo. Me vi completamente arrebatado pela proposta do quadrinho e isso foi muito além do que esperava.
Na história, o destino de quatro pessoas se cruzam e suas histórias individuais nos são apresentadas em cores individuais que se mesclam quando elas estão juntas. Fantástico! Elas são pessoas que você poderia encontrar no supermercado ou cruzar por elas em um shopping. Juntas, elas seguem suas vidas enquanto o poema de Blake é narrado, criando um cenário maravilhoso para o leitor. A mudança entre o real e o fantástico permite a reflexão profunda das situações e escolhas de cada personagem. Um argumento a ser lido e relido muitas e muitas vezes.
Além do projeto estar absolutamente harmônico, enquanto seguia pelo quadrinho, não pude deixar de lembrar de outra dupla famosa que conseguem alcançar esse grau de simbiose: Brian Azzarello e Eduardo Risso. Para quem não conhece obviamente fica a dica, mas quem já experimentou algum material deles entende o que estou dizendo. Ambos são mestres e juntos atingem patamares divinos. Mas minha lembrança não surgiu à toa. Garanto que Enéias Tavares e Fred Rubim estão em igual patamar, se não tiverem ido além. Como dá orgulho perceber que temos tão grandiosos talentos na cena nacional.
Para completar a experiência, o trabalho editorial da AVEC Editora está impecável. Somente elogios me vem à mente ao pensar nesse volume. E é por isso que torna-se um exemplar obrigatório de uma coleção de quadrinhos que se preze.
Chegando ao final dessa resenha guardo a esperança de que vejamos muitos outros trabalhos da dupla Tavares e Rubim num futuro próximo. Seria pedir muito? Com certeza não. Enquanto não temos outras pérolas dos dois, vamos ler mais uma vez O Matrimônio de Céu e Inferno.
Esta resenha foi publicada no blog Canto do Gárgula em 15/10/2019
site: https://cantodogargula.com.br/2019/10/15/o-matrimonio-de-ceu-e-inferno-de-eneias-taraves-e-fred-rubim/
O Matrimônio de Céu e Inferno, de Enéias Taraves e Fred Rubim
Ganhei O Matrimônio de Céu e Inferno, com argumento de Enéias Tavares, arte de Fred Rubim e uma publicação da AVEC Editora, do meu grande amigo João Daniel. Temos um gosto muito parecido quanto a HQs. Gostamos daquelas que contam histórias onde o material humano é o foco. Nem ele, nem eu, sabíamos o que esperar dessa obra e lhes garanto, esse desconhecimento foi maravilhoso na minha experiência de leitura.
Nela, o poema homônimo de William Blake foi adaptado magistralmente, tanto no argumento de Enéias Tavares, como na arte de Fred Rubim. O nível de excelência é tão grande, que em determinados pontos, onde os versos de Blake são inseridos na história, nos resta simplesmente imaginar que eles foram escritos especificamente para esta obra. Isso por si só já é impressionante mas não para por aí. Cada letra, ideia, desenho, enquadramento e cor estão em tal harmonia, que o conjunto me deixou absolutamente perplexo. Me vi completamente arrebatado pela proposta do quadrinho e isso foi muito além do que esperava.
Na história, o destino de quatro pessoas se cruzam e suas histórias individuais nos são apresentadas em cores individuais que se mesclam quando elas estão juntas. Fantástico! Elas são pessoas que você poderia encontrar no supermercado ou cruzar por elas em um shopping. Juntas, elas seguem suas vidas enquanto o poema de Blake é narrado, criando um cenário maravilhoso para o leitor. A mudança entre o real e o fantástico permite a reflexão profunda das situações e escolhas de cada personagem. Um argumento a ser lido e relido muitas e muitas vezes.
Além do projeto estar absolutamente harmônico, enquanto seguia pelo quadrinho, não pude deixar de lembrar de outra dupla famosa que conseguem alcançar esse grau de simbiose: Brian Azzarello e Eduardo Risso. Para quem não conhece obviamente fica a dica, mas quem já experimentou algum material deles entende o que estou dizendo. Ambos são mestres e juntos atingem patamares divinos. Mas minha lembrança não surgiu à toa. Garanto que Enéias Tavares e Fred Rubim estão em igual patamar, se não tiverem ido além. Como dá orgulho perceber que temos tão grandiosos talentos na cena nacional.
Para completar a experiência, o trabalho editorial da AVEC Editora está impecável. Somente elogios me vem à mente ao pensar nesse volume. E é por isso que torna-se um exemplar obrigatório de uma coleção de quadrinhos que se preze.
Chegando ao final dessa resenha guardo a esperança de que vejamos muitos outros trabalhos da dupla Tavares e Rubim num futuro próximo. Seria pedir muito? Com certeza não. Enquanto não temos outras pérolas dos dois, vamos ler mais uma vez O Matrimônio de Céu e Inferno.
Esta resenha foi publicada no blog Canto do Gárgula em 15/10/2019
site: https://cantodogargula.com.br/2019/10/15/o-matrimonio-de-ceu-e-inferno-de-eneias-taraves-e-fred-rubim/
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/6485893/6485893SK1569687646G.jpg){kind=small}
Pipoca Nerd 10/06/2020
Resenha: Matrimônio do céu e inferno – Adaptação de Enéias Tavares e Fred Rubim
Salve salve, pipoqueiros!
Tudo certinho?
A quarentena não está sendo fácil, né? Mas estamos aqui para te entreter e recomendar os melhores livros.
Como muitos já sabem, a Editora Avec é a nossa fiel parceira e ela nos mandou a INCRÍVEL Graphic Novel Matrimônio do céu & Inferno.
Ela se trata de uma adaptação do livro do William Blake, que nada mais é do que uma coletânea de poemas com temáticas religiosas. Mas não se engane pensando no tradicional, Black escreveu várias poesias baseadas em profecias bíblicas e como que elas se unem, formando assim, um casamento. Pode-se dizer que ele se refere ao lado bom e mau, céu e inferno, certo e errado, e como eles andam de mãos dadas. Não tenho propriedade para me aprofundar mais do que isso, já que eu não li a obra, apenas peguei breves resumos das mais diversas edições desse livro.
Enéias Tavares e Fred Rubim fizeram um trabalho EXPLENDIDO. Enéias cuidou da parte de argumento e roteiro, Rubim ficou com as cores e a arte. Juntos construíram uma outra história tendo como base as poesias de Blake e sendo ambienta em São Paulo, com quatro protagonistas bem humanos e que convivem no nosso cotidiano.
Os protagonistas: Um pastor corrupto e manipulador, uma acompanhante de luxo focada em guardar dinheiro para voltar pra Argentina, um assassino de aluguel repensando na sua posição de trabalho e uma artista que vende e consome drogas e está prestes a perder seu melhor amigo. Parece loucura, mas os caminhos deles vão se cruzar.
Não posso falar mais nada porque será spoiler.
Os capítulos são finalizados com os delírios de William Blake. Vou explicar melhor.
Começamos com uma breve introdução da vida dos quatro personagens e, antes de fechar o capítulo, há um paralelo que são os demônios do próprio autor e passagens das poesias que ele escreveu, quase como uma conversa entre dois extremos. E é assim em todos os capítulos, uma mistura que acaba sendo a mais correta para um melhor entendimento da HQ. Como se tivesse duas histórias rolando. Só lendo você vai absorver isso.
Por isso … VOCÊ PRECISA DESSA OBRA, PRA ONTEM.
Ela é toda colorida e cada personagem tem a sua própria cor, a medida que os caminhos vão se cruzando, as cores se misturam e fica cada vez mais lindo.
Além de todos esses pontos anteriores, ela ainda te faz refletir: Existe algum caminho certo a seguir? Julgar as pessoas pelas suas posições perante a sociedade é capaz de dizer quem elas são de verdade?
Te deixo com esses questionamentos!
Até a próxima e, se puder, fique em casa nessa quarentena!
site: https://pipocanerd.com/resenha-matrimonio-do-ceu-e-inferno-adaptacao-de-eneias-tavares-e-fred-rubim/
Resenha: Matrimônio do céu e inferno – Adaptação de Enéias Tavares e Fred Rubim
Salve salve, pipoqueiros!
Tudo certinho?
A quarentena não está sendo fácil, né? Mas estamos aqui para te entreter e recomendar os melhores livros.
Como muitos já sabem, a Editora Avec é a nossa fiel parceira e ela nos mandou a INCRÍVEL Graphic Novel Matrimônio do céu & Inferno.
Ela se trata de uma adaptação do livro do William Blake, que nada mais é do que uma coletânea de poemas com temáticas religiosas. Mas não se engane pensando no tradicional, Black escreveu várias poesias baseadas em profecias bíblicas e como que elas se unem, formando assim, um casamento. Pode-se dizer que ele se refere ao lado bom e mau, céu e inferno, certo e errado, e como eles andam de mãos dadas. Não tenho propriedade para me aprofundar mais do que isso, já que eu não li a obra, apenas peguei breves resumos das mais diversas edições desse livro.
Enéias Tavares e Fred Rubim fizeram um trabalho EXPLENDIDO. Enéias cuidou da parte de argumento e roteiro, Rubim ficou com as cores e a arte. Juntos construíram uma outra história tendo como base as poesias de Blake e sendo ambienta em São Paulo, com quatro protagonistas bem humanos e que convivem no nosso cotidiano.
Os protagonistas: Um pastor corrupto e manipulador, uma acompanhante de luxo focada em guardar dinheiro para voltar pra Argentina, um assassino de aluguel repensando na sua posição de trabalho e uma artista que vende e consome drogas e está prestes a perder seu melhor amigo. Parece loucura, mas os caminhos deles vão se cruzar.
Não posso falar mais nada porque será spoiler.
Os capítulos são finalizados com os delírios de William Blake. Vou explicar melhor.
Começamos com uma breve introdução da vida dos quatro personagens e, antes de fechar o capítulo, há um paralelo que são os demônios do próprio autor e passagens das poesias que ele escreveu, quase como uma conversa entre dois extremos. E é assim em todos os capítulos, uma mistura que acaba sendo a mais correta para um melhor entendimento da HQ. Como se tivesse duas histórias rolando. Só lendo você vai absorver isso.
Por isso … VOCÊ PRECISA DESSA OBRA, PRA ONTEM.
Ela é toda colorida e cada personagem tem a sua própria cor, a medida que os caminhos vão se cruzando, as cores se misturam e fica cada vez mais lindo.
Além de todos esses pontos anteriores, ela ainda te faz refletir: Existe algum caminho certo a seguir? Julgar as pessoas pelas suas posições perante a sociedade é capaz de dizer quem elas são de verdade?
Te deixo com esses questionamentos!
Até a próxima e, se puder, fique em casa nessa quarentena!
site: https://pipocanerd.com/resenha-matrimonio-do-ceu-e-inferno-adaptacao-de-eneias-tavares-e-fred-rubim/
/https://skoob.s3.amazonaws.com/usuarios/2927844/2927844SK-V11687483370G.jpg){kind=small}
Joao366 28/02/2024
Casamento de obras entre o antigo e o moderno
Ver e ler essa obra reinterpretada por Enéias e Rubim foi espetacular, e não é somente eles que estão nessa obra, vários outros autores deixam suas escritas aqui para falar desse quadrinho tenebroso e maravilhoso ao mesmo tempo onde juntam o antigo e o moderno por uma São Paulo que sempre nos devora, em uma história que liga um Pastor corrupto querendo encobrir sua sujeira, seu assassino buscando a redenção, uma meretriz querendo justiça e uma pintora que se prende no seu pecado, mas o que realmente de fato é um pecado não é, e nesse meio ínterim você irá ver o cordão umbilical que une tudo isso que é a obra de Blake mostrada por esses dois gênios como um quebra-cabeças unido, assim como é o símbolo da Avec, uma bela coincidência não é mesmo né?
Casamento de obras entre o antigo e o moderno
Ver e ler essa obra reinterpretada por Enéias e Rubim foi espetacular, e não é somente eles que estão nessa obra, vários outros autores deixam suas escritas aqui para falar desse quadrinho tenebroso e maravilhoso ao mesmo tempo onde juntam o antigo e o moderno por uma São Paulo que sempre nos devora, em uma história que liga um Pastor corrupto querendo encobrir sua sujeira, seu assassino buscando a redenção, uma meretriz querendo justiça e uma pintora que se prende no seu pecado, mas o que realmente de fato é um pecado não é, e nesse meio ínterim você irá ver o cordão umbilical que une tudo isso que é a obra de Blake mostrada por esses dois gênios como um quebra-cabeças unido, assim como é o símbolo da Avec, uma bela coincidência não é mesmo né?
14 encontrados | exibindo 1 a 14
Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a
Política de Privacidade.
ACEITAR