Geovana 15/10/2021
"Sua humanidade lhe foi retirada, toda a responsabilidade colocada em suas costas. Mesmo se culpando, acredita que outras mulheres deveriam ter direito ao aborto seguro. Mesmo carregando essa tristeza, que durante quase quatro anos não pôde dividir com ninguém, ainda se dá ao direito de sonhar. Sabe que não é compreendida por completo por ninguém, talvez, nem por si mesma. A única coisa que sabe é que era uma mulher em desespero e recebeu criminalização, quando precisava, em seu caminho, de flores para continuar seguindo."
Quando um livro toca verdadeiramente é possível se ver dentro dele, cada história relatada nesse livro me fez sentir um misto de emoções. Me senti a Carmim, a Rosa, Líria e a Margarida, consegui sentir toda a agonia, toda sensação de desespero e o sufoco da injustiça. Cada vivência ali demonstra o quanto o sistema é falho e em detrimento disso o quanto os marginalizados conseguem se sobressair ainda mais para as margens. É difícil ser mulher no Brasil, mas isso não é novidade, é um fato já ressaltado muitas vezes. E foi possível constatar como cada uma daquelas mulheres fazem o possível para sobreviver em sua realidade e dessa forma é fácil enxergar como são fortes e como resistem.