Amanda3607 25/01/2024
No final, o importante é aprender o que é ternura!
Uma autobiografia corajosa, que retrata a infância, marcada por sofrimento e pobreza, sem deixar de registrar toda a ternura, inocência e capacidade lúdica, características dessa fase da vida.
José Mauro de Vasconcelos, referido no livro como Zezé, na transição dos seus 5 para os 6 anos, foi um menino que sonhou ser poeta, com gravata de laço e tudo, que se encantava com as palavras e com a possibilidade de aprender e descobrir. Era arteiro, mas deixa muito claro sua alma de artista. Pobre em bens materiais, mas rico em imaginação, fez de um pequeno pé de laranja lima um amigo, cheio de acolhimento e acalento. Era uma criança especialista em "colar" ternura em tudo, e talvez, por ser tão peculiar, foi tão mal compreendido e até mesmo, infelizmente, agredido.
Apesar de todas as adversidades, acredito no fato de que o bem atrai o bem, e é consolador saber que Zezé teve uma irmã que o abraçou e defendeu, a valente Glória, a professora Cecília Paim, que enxergou sua essência, e o querido Portuga, o amigo improvável que o ensinou o que é ternura.
Chorei muito ao ler esse livro, que me marcou e me fez transbordar afeto! A vontade era abraçar o Zezé bem apertado e o guardar em um potinho! Como reflexão, é importante lembrar que cada ser carrega suas dores e traumas, mas também pode carregar ternura e mudar o mundo do outro com gestos e ações, teoricamente simples.
O Portuga mudou o mundo do Zezé. O Zezé cresceu, se tornou José Mauro de Vasconcelos, que escrevendo sobre os seus dias infantis, mudou um pouquinho o meu mundo e acredito que também o de muitos que tiveram o prazer de ler, esse clássico, Meu Pé de Laranja Lima.
Recomendo muito! Para todos!
Que todos possam se encantar e enternecer com Minguinho, ou, mais afetuosamente, com Xururuca! ? ?