Junky

Junky William Burroughs




Resenhas - Junky


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Gustavo Simas 21/08/2022

A seca rápida prosa de um viciado
Junto com Almoço Nu, Junkie é a obra mais conhecida de Burroughs, autor do movimento literário beat, que carrega escritores como Jack Kerouac (o mais mainstream com seu On The Road) e Allen Ginsberg (Howl).

Em busca incansável por inaláveis e injetáveis, a ficção autobiográfica é veloz e faminta. William Burroughs e sua literatura experimental trazem a escatologia urbana como primeiro plano para o cenário sedento dos espectros viciados; a própria prosa revela uma ânsia-vício em avançar e se circular no abismo da divergência social, trafegando no absurdo racional e no problema comum moderno.

Descrito como "homossexual depois da morte acidental da esposa causada por um disparo com arma de fogo" , foi um dos pioneiros no consumo de drogas para produção subjetiva de textos. A arte de William se marcava não apenas com o verbo, mas também com seu rifle, telas e latas de tinta, assim como em parcerias na música com Beatles, The Doors, Frank Zappa, Kurt Cobain e outros.

Talvez pela simplicidade narrativa, pela concretude dos fatos, não há tempo para o leitor se correlacionar com as personagens, despontar empatia profunda ou algo do tipo nessa estrutura. O que sobram são sequências descritivas que, em certos momentos, podem dar náuseas e revelar um pouco da vida de drogados norte-americanos na década de 1940.
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Kirla 11/08/2022

Um excelente livro sobre vícios, principalmente a heroína, morfina e remédios. Um relato cru do dia a dia do viciado, onde não tem vitimíssimo ou exaltação. Só o dia a dia do junky a espera do próximo pico.
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laguito 13/02/2022

Se eu pensar em um bom edito depois...
A leitura me causou, acima de tudo, uma angústia intensa que se manteve durante a maior parte da história - que em muito se confunde com um relato extremamente pessoal e detalhado de cada parte da rotina de um "junky". Fala-se dos desdobramentos para conseguir manter a rotina de vício, os efeitos pré/durante/pós/e na ausência da droga além da relação viciado-sociedade.

O livro permite compreender, mesmo que de forma superficial, o que foi a politica anti-drogas presente nos Estados Unidos (que foi exportada para outros países da América Latina) no período pós-guerra: consistiu basicamente na agressão e marginalização constante do viciado fazendo o máximo para desumanizar sua imagem e pressioná-lo a deixar os espaços de dignidade para trás - e ver essa política da perspectiva de um junky torna tudo mais intenso.

As relações de Bill são uma tradução do que os anos de vício somados à agressão constante da política anti-drogas geram no indivíduo. Listas enormes de nomes vão e vêm durante o desenvolvimento da história, sem profundidade ou maiores explicações - o que não deixa de ser, em si, uma explicação mais do que suficiente. Enquanto junky, o protagonista não consegue estabelecer laços, raízes ou qualquer tipo de relação interpessoal fixa a longo prazo, tomando como exceção seus passadores, que tomam mais tempo da história e diferenciam-se entre si, mesmo que sempre numa perspectiva enevoada sobre o que de fato é a personalidade de cada um e o que é feito apenas para manter um cliente por mais tempo.

A leitura de Junky é rápida, e mesmo que tenha durado algumas poucas horas, foi capaz de ser extremamente incômoda e real, e é por isso que ela vale a pena.
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Mayara1235 03/05/2021

Simples e sem muita emoção.
Um monólogo feito por Bill, um viciado em drogas pesadas, onde relata os anos de sua vida no vício. Mas como ele mesmo diz, um junky não guarda muitas memórias.
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giostavahr 07/04/2021

legal
gostei bastante da narrativa é bem interessante ansiosa pra ler mais livros do autor.
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Marte 29/10/2020

Costumo brincar com os meus amigos dizendo que este livro é um verdadeiro manual de drogas. Bem, eu gostei dele, ele mostra a decadência, sujeira, marginalidade e uma vida com vícios de um modo cru.
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Zeka.Sixx 05/06/2020

Quase um livro didático sobre o que NÃO fazer
Lançado originalmente em 1953, este romance semibiográfico narra um período em que Burroughs viveu tendo como único objetivo sustentar seu vício em drogas, entre meados dos anos 40 e a primeira metade dos anos 50. O uso de diversos entorpecentes é mencionado no livro de forma escancarada, sem rodeios: maconha, cocaína, peiote, codeína, nembutal... O glossário é extenso, mas a grande "estrela" do livro é o famigerado "junk", palavra que, no vocabulário dos drogados, se refere aos opiáceos: morfina, heroína e ópio.

Com um relato totalmente cru, o livro é um passo-a-passo de como se tornar um dependente, e de como este vício é extremamente difícil de ser abandonado, marcando para sempre mesmo aqueles que conseguem a façanha de ficarem limpos. Todos os ângulos são mostrados: as diversas falcatruas necessárias para se conseguir o próximo pico; o código de conduta nada firme dos junkies; as desculpas dadas diariamente para se adiar o abandono do vício... O romance é uma espécie de "Trainspotting" antes de "Trainspotting" - e sem as tiradas cômicas, o que o torna ainda mais sombrio.

De quebra, essa edição que li ainda conta com o luxo de ter uma espetacular tradução, adaptando muito bem ao português as gírias do vocabulário junkie, cortesia de Reinaldo Moraes.
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Bru 15/09/2019

Livro mediano
Tenho bastante interesse pela geração Beat e fui para esse livro com a escrita de Kerouac como referência e me decepcionei um pouco. O livro não é de todo ruim, tem varias partes que tratam da história dos EUA, a relação da sociedade com drogas no pós guerra e o estilo de vida dessas pessoas consideradas como "excluídas" da sociedade. Porém é um livro bastante desconexo que parece ser em partes uma auto biografia, mas que não nos traz informações o suficiente para entender o contexto do protagonista ou para criar qualquer simpatia com ele (dado que o próprio escritor matou sua esposa, o que foi omitido do livro como "nos separamos"). Não vi as reflexões profundas que as pessoas dizem ver em seus textos. Sem contar os personagens que vão simplesmente surgindo e desaparecendo do livro sem lógica ou contexto.
Foram varios pontos que fazem desse livro uma decepção... valeu a leitura, mas acho que é melhor ficar com o Kerouac mesmo ao ler esse período da literatura.
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Leofininho 16/12/2017

DROGADO
Um bom livro escrito com as tripas,imagens fortes , pesadas e situações de revirar o estômago. A fissura e os sintomas de abstinência são detalhados quase a ponto de poder sentí-los. Gostei de ler mas ao mesmo tempo fiquei me sentindo um pouco nesse mundo. Livros assim nos acrescentam muito por nos mostrarem realidades pra nós absurdas.
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David.Saraiva 23/10/2017

Extraordinário, o 1' livro que conta com detalhes a vida de um Junky:
O Beat mais velho e amante de armas William S. Burrougs....
Eu estava numa cantina vagabunda da rua Dolores, na Cidade do México. Eu
vinha bebendo por duas semanas seguidas. Estava sentado num reservado com
mais três mexicanos, bebendo tequila. Os mexicanos estavam muito bemvestidos. Um deles falava inglês. Outro, troncudo e de meia-idade, cara triste e
doce, tocava violão e cantava umas músicas. Ele estava sentado no fundo do
reservado. Eu achava ótimo que a cantoria impossibilitasse a conversa.
Cinco tiras entraram. Achei que poderia levar uma geral, por isso tirei a
cartucheira e o revólver da cintura e joguei debaixo da mesa, junto com uma
pedrinha de ópio escondida num maço de cigarro. Os tiras tomaram uma
cerveja rápida e foram embora.
Quando fui olhar debaixo da mesa, o revólver tinha sumido, mas a cartucheira
estava lá.
Fui pra outro bar e sentei numa mesa com o mexicano que falava inglês. Ocantor e os outros dois mexicanos tinham ido embora. O ambiente estava imerso
em uma luz amarela, baça. Atrás do balcão de mogno, coroando a prateleira de
bebida, havia uma cabeça de touro do tempo do onça. Fotografias de toureiros,
algumas autografadas, decoravam as paredes. A palavra “saloon” aparecia
talhada no vidro fosco da porta de mola. Fiquei lendo e relendo aquela palavra.
Tive a sensação de estar no meio de uma conversa.
Pela cara do sujeito à minha frente, deduzi que eu tinha parado no meio de
uma frase, mas não me lembrava o que eu tinha dito nem o que estava por dizer,
nem do assunto da conversa. Achei que a gente pudesse estar falando sobre o
revólver. “Eu devo estar tentando comprá-lo de volta”, pensei. Notei que o
sujeito segurava a minha pedra de ópio na mão.
— Quer dizer que você acha que eu tenho cara de junky, é? — ele disse.
Olhei pra ele. O sujeito tinha uma cara esquálida, com zigomas salientes, e
olhos castanho-cinzentos, comuns nos mestiços de índio com europeu. Vestia um
terno cinza-claro e gravata. Boca enxuta, retorcida nos cantos. Uma boca junky,
sem dúvida. Tem gente que parece junky sem ser, do mesmo jeito que há falsas
bichas. São tipos que causam problemas.
— Vou chamar um policial — disse ele, dirigindo-se a um telefone preso a
uma coluna.
Arranquei o fone da mão do cara e dei-lhe um tranco tão forte que ele se
estatelou contra o balcão. Sorriu pra mim. Pátina marrom recobria seus dentes.
Virou as costas, chamou o barman e mostrou-lhe a pedrinha de ópio. Dei o fora e
peguei um táxi.
Lembro que fui pra casa pegar outro revólver — um berro de grosso calibre.
Eu estava com uma raiva danada, embora não lembrasse exatamente por quê.
Saí de outro táxi, cruzei a rua e entrei no bar. O homem estava inclinado sobre
o balcão, com seu paletó apertando suas costas e ombros. Virou sua cara anódina
pra mim.
Eu disse: — Vai andando na minha frente.
— Por quê, Bill? — ele perguntou.
— Vamos logo!
Puxei, já engatilhando, o revolvão da cintura e encostei a boca do cano no
estômago do homem. Com a mão esquerda agarrei-o pela lapela e joguei-o de
novo contra o balcão. Só depois me ocorreu que o sujeito me chamara pelo
nome e que o barman provavelmente também sabia quem eu era.
O sujeito estava relaxado, controlando o medo na cara imperturbável. Percebi
alguém se aproximando por trás de mim, pela direita. Virei um pouco o rosto. O
barman vinha chegando com um policial. Me virei pra eles irritado com a
interrupção. Enfiei o revólver na barriga do guarda.
— Quem te mandou vir aqui meter o bedelho? — perguntei em inglês. Eu não
estava falando com um policial palpável, em três dimensões; eu me dirigia aopolicial que frequentava meus sonhos: um sujeito moreno, irritante, indefinido,
que sempre aparecia quando eu estava prestes a tomar um pico ou ir pra cama
com um rapaz.
O barman agarrou meu braço e afastou a arma da barriga do policial. O
policial, impassível, puxou seu velho 45 e o encostou com firmeza no meu corpo.
Senti o frio do metal através da camisa de algodão fino. A barriga do policial,
antes encolhida, saltou pra fora. Relaxei a mão e alguém me tirou o revólver.
Levantei as mãos pro alto, a meio-pau, em atitude de rendição.
— Tudo bem, tudo bem — eu disse em inglês —, bueno.
O guarda abaixou o 45. O barman, encostado no balcão, examinava minha
arma. O homem do terno cinza ficou ali parado com sua cara de nada.
(Leia mais em Junky...)
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Renê 29/09/2015

dependência/cura
fico imaginando como o cara conseguiu sair do vício da "Herô" entre outras drogas,visto q hj ainda é quase impossível com tantas clinicas especializadas...deve ter sido a base de porrada...e no final de tudo o cara sobreviveu bastante tempo.
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Carolina 03/02/2015

Li Junky, em certa parte, por curiosidade sobre a vida do Bill (se não a do escritor, pelo menos a do narrador). Mesmo que a leitura não tenha respondido várias das minhas perguntas, de alguma maneira eu fiquei presa o suficiente para ler um relato minucioso sobre um assunto que, por si só, não me apetece tanto. Mas, embora o jeito de narrar seja interessante, não existe um enredo e as personagens são pouco mais que uma lista de nomes. Esperei mais algum tipo de reflexão sobre o que ia além do uso das drogas, mas ela nunca chegou. Para piorar um pouco, esse é o tipo de tradução que me causa nada além da vontade de texto original. Ainda assim, gostei o suficiente do livro para me perguntar quando vou conseguir colocar minhas mãos em Naked Lunch.
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Dose Literária 02/03/2014

O velho Junky - William Burroughs
2014 é o ano de Centenário do escritor beat William S. Burroughs, nascido em St. Louis, nos EUA. Mudou-se para Nova York e conheceu Jack Kerouac e Allen Ginsberg, tendo iniciado sua carreira na literatura na década de 1940. Chegou a ser preso por traficar narcóticos, bem como por utilizar drogas pesadas. Em 1951, matou sua esposa por acidente, com uma arma de fogo. A partir desse fato, Burroughs falou que esse fator fez com que ele engrenasse na carreira de escritor. Além de Junky, outros trabalhos notáveis são Almoço nu, O gato por dentro e Cartas do Yage. Era amigo de artistas famosos, como Andy Warhol e Patti Smith. Faleceu em 1997, na cidade de Lawrence, Kansas. Uma particularidade sua é que era apaixonado por gatos.

E para comemorar seu centenário, nada melhor que resenhar uma obra sua. Junky é o segundo livro que leio dele. Sua publicação original data de 1953, depois de ter vários trechos excluídos, e fala sobre a experiência de Burroughs com as drogas. De usuário passou a traficante de morfina. No decorrer da leitura, o autor explica até como os junkies conseguiam receitas médicas para adquirir morfina. Se um local já não tinha mais como fornecer a droga, eles rumavam para outro.

Continue lendo em

site: http://www.doseliteraria.com.br/2014/03/o-velho-junky-william-burroughs.html
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Na Literatura Selvagem 09/02/2014

Junky e Centenário do 'Old Bull Lee' de On the Road...
Hoje seria o aniversário do escritor beat William S. Burroughs, nascido em St. Louis, nos EUA. Mudou-se para Nova York e conheceu Jack Kerouac e Allen Ginsberg, tendo iniciado sua carreira na literatura na década de 1940. Chegou a ser preso por traficar narcóticos, bem como por utilizar drogas pesadas. Em 1951, matou sua esposa por acidente, com uma arma de fogo. A partir desse fato, Burroughs falou que esse fator fez com que ele engrenasse na carreira de escritor. Além de Junky, outros trabalhos notáveis são Almoço nu, O gato por dentro e Cartas do Yage. Era amigo de artistas famosos, como Andy Warhol e Patti Smith. Faleceu em 1997, na cidade de Lawrence, Kansas. Uma particularidade sua é que era apaixonado por gatos.
Para comemorar seu centenário, nada melhor que resenhar uma obra sua. Junky é o segundo livro que leio dele. Sua publicação original data de 1953, depois de ter vários trechos excluídos, e fala sobre a experiência de Burroughs com as drogas. De usuário passou a traficante de morfina. No decorrer da leitura, o autor explica até como os junkies conseguiam receitas médicas para adquirir morfina. Se um local já não tinha mais como fornecer a droga, eles rumavam para outro.

A narrativa se dá em primeira pessoa, e por vezes, é como se Burroughs falasse com você. Ele relata de maneira incisiva sua jornada em busca da droga, retrata sua infância e relações com a família, com seu 'ao redor' e de como conheceu o vício. Nascido em 1914, conheceu o junk durante a guerra, em meados de 1944 ou 45.

Leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2014/02/junky-e-centenario-do-old-bull-lee-de.html
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