Carla 19/02/2020“À noite eu vejo, às vezes, a silhueta de um homem que, numa estrada vazia e numa paisagem deserta, anda atrás de um carro fúnebre. Eu sou esse homem. É você que esse carro leva”
Tudo menos este pesadelo.
André é um homem apaixonado e real. Apesar de ser uma carta de amor verdadeiro e do reconhecimento do valor que Dorine teve na construção da sua obra, André, em muitos momentos, inclusive na própria construção de sua reputação, subjugou-a sem perceber ou querer. Podemos dizer que foi um príncipe encantado às avessas.
Este texto é testemunho da importância desta mulher na vida deste casal que por quase 60 anos dividiu sentimentos e aprendizados, intensamente. A decisão do encerramento simultâneo de suas histórias mostra o quão forte era a ligação e a dependência.
Viver um amor assim não deve ser nada fácil.
Mas já dizia Camões:
"É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade."