O Caso Morel

O Caso Morel Rubem Fonseca




Resenhas - O Caso Morel


52 encontrados | exibindo 46 a 52
1 | 2 | 3 | 4


Clóvis Marcelo 23/07/2014

"Este livro não é para crianças ou mesmo para os jovens, e muito menos as meninas. Ela atende exclusivamente aos casais, pais e mães, pessoas com graves e maduro que se preocupam com as questões sociais e tentar parar o movimento de decadência que nos leva para o abismo. Seu propósito não é entreter, mas para educar e moralizar." Capítulo 2

Lançado em 1973, o primeiro romance de Rubem Fonseca mostra a relação de Paul Morel, um excêntrico artista de vanguarda, com o ex-escritor e policial Vilela. Morel está preso, a princípio não se sabe por qual delito, mas é a partir de sua cela que narra histórias mescladas de sexo e violência, e descobrimos, a medida que conta sua própria história dentro de seu “fictício livro”, que está sendo acusado por assassinar uma de suas antigas companheiras.

Morel reflete sobre a arte, questionando a função da própria literatura. Suas conversas com Vilela são o típico quadro da metalinguagem – um livro dentro de outro; a linguagem que fala da linguagem.

Primeiro vamos acompanhando esse homem preso que escreve um romance. Em seguida observamos a trajetória desse personagem que ele descreve e sentimos precisas semelhanças entre os dois. Enquanto um é escritor, o outro fotógrafo e pintor. Não poderiam ser a mesma pessoa, poderiam?

Pelo confinamento cheguei a pensar que o sexo seria uma forma de reflexão daquilo que ele gostaria de ter feito, já que esse ato está enraizado em sua natureza. Por fim, é interessante desvendar que as duas histórias são as mesmas só que contadas substituindo nomes e características por outros não identificáveis, chegando ao ápice que revela a inocência ou culpa do réu.

Os capítulos são espaçados e divididos em cenas, como uma peça teatral. Para a época a linguagem do autor pode ser considerada ríspida e vívida, sem floreios. Isso ele guarda em suas divagações sobre a arte, a vida e o dom de escrever.

São muitas mulheres na vida desse escritor. Personagens muito bem construídos e toda a caracterização de romance urbano que critica uma sociedade burguesa e hipócrita contemporânea aquele tempo. Até que você monte o quebra-cabeça que compõe O Caso Morel pode levar um certo tempo, mas quando o fizer, encontrará uma leitura maravilhosa com muitas passagens existenciais de rico interesse para qualquer leitor.

“A cidade é um mercado com amplas possibilidades para todos, igualmente”, Vilela soturno, “você prende os criminosos que pode e finge acreditar que na prisão eles serão reabilitados e a sociedade, defendida. Mas você sabe que na verdade os criminosos são degradados e corrompidos na prisão e a sociedade não precisa ser defendida, mas sim destruída.” Pág. 161

Nota 1: Até hoje não entendo porque muitas epígrafes no decorrer dos capítulos e passagens no texto são escritas em francês, sem que haja nenhuma nota de rodapé com tradução para nos guiar. A editora ou o próprio autor deveriam ter pensado nisso para facilitar a vida do leitor.

Nota 2: Atualmente, toda a série de livros do autor está sendo publicada pela Editora Nova Fronteira através do selo Agir. As capas tem uma identidade visual incrível que combinam muito com o estilo de Rubem Fonseca. O melhor de tudo é que ao final das edições vem comentários sobre os respectivos livros pelo olhar de críticos/especialistas literários. O caso Morel conta ainda com os textos "Atrás das grades" de Sérgio Augusto e "O caso Rubem Fonseca" por Antônio Hohlfeldt.

QUOTE / CITAÇÃO

“A trama e a sequência tradicionais não têm mais significação... o escritor tende a uma consciência mais aguda de si mesmo no ato de criar. O exterior torna-se menor e o escritor afasta-se da realidade objetiva, afasta-se da história, da trama, do caráter definido, até que a percepção subjetiva do narrador é o único fato garantido na ficção.” Pág. 82


site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2014/07/resenha-o-caso-morel-rubem-fonseca.html
comentários(0)comente



Roseli 24/09/2013

http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/o-caso-morel.htm
Primeiro romance do escritor, lançado em 1973, o livro mostra o embate de Paul Morel, um excêntrico artista de vanguarda, com o escritor Vilela. Morel está preso e é de sua cela que narra histórias que mesclam sexo, violência e reflexões sobre a arte, questionando a função da própria literatura.

Síntese
Entre os escritores brasileiros contemporâneos, Rubem Fonseca foi um dos primeiros a encarar sem rodeios a violência urbana em todos os estratos sociais, do traficante ao empresário, da socialite à prostituta, do mendigo ao banqueiro.

Sempre com um estilo direto, coloquial, cortante, Fonseca criou um gênero que teria forte descendência entre os autores mais jovens.

Nesse sentido O Caso Morel - novela publicada há 30 anos, no auge do regime militar - faz nada menos que um pequeno tratado sobre a psicopatologia de nossa vida cotidiana. O livro é visto até hoje, com justiça, como uma de suas melhores ficções.

No centro da trama está o artista Paul Morel, personagem carismática que vive nesta estranha sociedade como um sobrevivente, levando às últimas consequências o que nela há de falso, delirante, destrutivo - e familiar.

Autor de obra numerosa, Rubem Fonseca fez sua estreia literária há exatos 40 anos, com o volume de contos Os Prisioneiros. Pelo conjunto da obra, o escritor foi laureado com o Prêmio Camões de 2003, o mais importante entre os países de língua portuguesa.
comentários(0)comente



Leonardo 27/04/2012

Introdução
Minha introdução ao universo de Rubem Fonseca foi através desse livro. O li em 2 tardes, aturdido com a narrativa. Depois desse vieram Agosto, A Grande Arte, o Cobrador. Mas, definitivamente, esse livro é um dos melhores a se considerar quando o assunto é impressionar alguém; isso se esse alguém não conhecer Rubem Fonseca. Indico. E muito!
comentários(0)comente



Dante 23/12/2010

Muito mais que um romance policial
Rubem Fonseca é de longe meu autor favorito, em se tratando de literatura nacional!
Esse é seu primeiro romanance que leio, e assim como seu contos, me apaixonei por completo. Falando sério mesmo, são poucos os autores que conseguem arrancar de mim um sorriso durante a leitura. Fonseca me faz dar gargalhadas absurdas.

Não sou muito fã de livros com multilinguagem. Mas em "O Caso Morel" tudo é tão apaixonante que tal característica faz da obra uma genialidade, sem exageros.
É um típico livro que você pensa que já se deu por entendido, porém no desfecho você percebe que a coisa vai muito mais além!
Sou muito suspeito para falar de Rubem Fonseca, mas para os que ainda não o conhecem está super recomendado.
comentários(0)comente



Gláucia 13/07/2010

Para fãs
Acho que eu realmente não gosto de Rubem Fonseca. Essa obra é considerada uma das mais importantes do autor e não me prendeu a atenção, não consegui me envolver com a trama nem me familiarizar com os personagens. Achei um pouco exagerada e caricata a linguagem chula do submundo.
comentários(0)comente



Letícia 29/06/2010

Mor(eu) ou Mor(el)
Leitura leve e para diversão, super rápida.
Com diálogos o autor constrói o crime, a cena, os acusados e nos leva pelos cenários.
Nada complexo ou profundo, apenas descontração.
Quem gosta de Rubem Fonseca, vai gostar do livro.
comentários(0)comente



amanda.salander 27/06/2010

uma breve dica sem muita importância:
se alguém for ler esse livro, e não for muito bom com nomes, sugiro que anote num papel o nome das personagens e uma breve descrição. porque o rubem ás vezes cita brevemente alguém e muitas páginas depois cita novamente, como se fosse conhecida.
tive alguma dificuldade por ele falar de várias mulheres e eu cofundi-las ou simplesmente não saber quem é.
Dante 23/12/2010minha estante
Senti a mesma dificuldade.
Mas já é de praxe para mim anotar personagens em um papel e usar o mesmo como marca-texto. rsrs


@bruno_bjc 17/04/2012minha estante
ixi, tenho muito muito muito problema com isso... e essa será minha próxima leitura... medo


Caio Coelho 20/07/2015minha estante
Dica boa, mas só uma observação: Nem o próprio Morel lembra kk Na última página que li hoje, o capítulo terminou da seguinte maneira: "Na rua, já dentro do carro para levá-la em casa, ela me avisou que esquecera o compacto. Voltei, abri portas, acendi luzes, achei o objeto, botei-o no bolso. Quem era mesmo a mulher que me esperava no carro? Eu havia esquecido."




52 encontrados | exibindo 46 a 52
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR