Pedrol 20/03/2022
Thomas Lieven, o ser humano extraordinário
Nem Só de Caviar Vive o Homem foi originalmente publicado em 1960, e sim, é uma história verdadeira.
Como disse a célebre Josephine Baker: Nem só de Caviar Vive o Homem.
Ao título curioso estampado na capa é mostrado uma história fabulosa de um cozinheiro e suas maravilhosas receitas que encantam até os importantes oficiais dos serviços secretos de alguns países. Ou é o que se pensa...
Um cavalheiro, elegante, eloquente, bem humorado e com uma paixão irresistível pela culinária e pela vida. Thomas Lieven é seu nome, dentre vários outros que ele passou a se chamar no decorrer da trama. Um alemão, banqueiro, fluente em inglês e francês, cozinheiro (o que deve sempre ser ressaltado), proeminente no judô e um amante divertidíssimo. Essas são algumas palavras que podem definir Thomas Lieven.
Enganado por seu sócio por falcatruas no banco, acaba indo para a Alemanha e parando nas mãos da Abwehr, o serviço de informação do exército Alemão. Com um bom currículo, a Abwehr "convida" o senhor Thomas a fazer parte. Com boa desenvoltura na língua, Lieven consegue, e isso é só o começo para que ele se juntasse ao Serviço Secreto Britânico e depois ao Deuxième Bureau, o serviço de informações militares franceses. Em plena guerra, para alguém se juntar em três serviços de espionagem dos principais países envolvidos no conflito seria impossível, logo, uma grande aventura...
Simmel construiu uma trama tão empolgante, com um personagem tão incrível que impossibilita perder o interesse no romance.
As receitas culinárias no livro têm um tom cômico tão maravilhoso e combina tão perfeitamente com o bom humor de Lieven que dá gosto em ler!
Os coadjuvantes são fenomenais, bem descritas e com cada personalidade conflitante que é uma maravilha ao paladar do leitor.
As traições, as viradas de mesa, os momentos que se pensa "e agora?!" surgem em tantas ocasiões e as resoluções são ótimas, dignas do bom humor, tanto da narração quanto do bom Lieven.
Jacques Abtey, antigo espião do Deuxième Bureau e dos Serviços Especiais franceses atestou em seu prefácio: Thomas Lieven existe (existiu).
A Thomas Lieven ? agora Roger Thompson ? um pacifista incrível, um aventureiro sensacional, deixou-nos uma boa mensagem para a humanidade com sua história de vida.
"Proporia que, durante algum tempo, nós nos dediquemos menos a acreditar do que a refletir. As consequências seriam miraculosas. Não haveria mais guerras. Porque, como são os homens que fazem as guerras, esses mesmos homens devem ser capazes de evitá-las"