Vanessa 25/05/2024
Real, sem rodeios
Eva Luna é daquelas histórias que você sabe que existe, mas que ninguém conta. Ao mesmo tempo é de uma ficção tão cômica, simples e pitoresca que faz você duvidar do gênero do livro. Não que precise de um.
Eva começa contando o período que nem existia e vai até o seu suposto futuro, narrando revoluções, lutas sociais, períodos políticos e personagens reais, com histórias que se entrelaçam em cenários diversos, com personagens complexos e fortes que, pela nossa imaginação e experiências de cinema, outros livros e novelas, nos são absurdamente comuns, mas ao mesmo tempo únicos, verdadeiros, divertidos e chocantes.
Conta a luta de uma mudança de sexo, do tráfego de pessoas, da brutalidade das ditaduras, das guerrilhas, da censura, do autoritarismo, violência, prostituição, traições, assassinatos, amor, desejo, medo, coragem, escolhas?
São tantos temas descritos de forma tão líquida que temos a impressão de terem se passado 100 anos desde o início da narrativa até o final.
Isabel Allende conseguiu, em Eva Luna, o que poucos conseguem: fazer absolutamente todos os personagens se encontrarem na mesma história, sem forçar absurdos e ficcionar o simples.
Além de tudo, os desfechos são imprevisíveis. Adoro ?