Renata CCS 24/01/2013EVA, a primeira mulher, a primeira mãe. LUNA, mãe indígena, o poder matriarcal.EVA LUNA é uma comovente biografia, narrada em primeira pessoa, que conta a história de Eva Luna, filha da pobreza e do analfabetismo, que cresce em meio a golpes e ditaduras militares alternados com breves períodos democráticos. Eva é espirituosa, alegre, divertida, filha de uma doméstica e de um jardineiro, nascida nos fundos de uma mansão. Sozinha no meio dos empregados, não teve amigos, não brincou as brincadeiras de criança e perdeu a mãe ainda muito nova. Passou a ser criada pela madrinha, a cozinheira negra na casa do patrão, onde depois ela mesma se tornou uma empregada. Em meio a muito trabalho e poucas alegrias, Eva aprendeu a contar histórias, sempre criando mundos novos, repletos de seres fantásticos e com finais emocionantes. Esse talento conquista a todos ao seu redor, e a pequena Eva, analfabeta e sem grandes perspectivas, vai conseguir, depois de adulta, alfabetizar-se e tornar-se escritora. Sua vida sempre foi preenchida por personagens excêntricos: além da madrinha que enlouquece, ela passa a trabalhar com Riad Halabi, um turco com lábio leporino que lhe ensina sobre o amor, conhece Humberto Naranjo, seu grande amigo de infância com um futuro de guerrilheiro na América do Sul, e finalmente sua grande amiga Mimi, uma mulher presa em um corpo de homem. Em paralelo à história de Eva se desenvolve a história de Rolf Carlé, um jornalista que só conhece Eva mais à frente na história e vivem um grande amor.
Isabel Allende descreve a tragédia, a pobreza, a felicidade em meio a coisas simples, mostrando as inquietações do ser humano sempre de uma maneira magnífica! Sou uma grande fã desta escritora chilena. Eu me apaixonei por Allende após seu romance mais famoso, “A Casa dos Espíritos” e depois dele, não parei mais de procurar seus livros. A narrativa é quente, doce, envolvente e intensa, mostra uma mulher que nunca perdeu a coragem e sempre defendeu com unhas e dentes seus sonhos e sua liberdade. Sua dura realidade mesclada com sua inabalável capacidade de sonhar são transcritas de forma poética. EVA LUNA não é uma história triste ou alegre, eu diria que é, antes de mais nada, uma história de vida e de fé. Desperta nossa força interior, nos faz pensar na vida e na família que temos e agradecer todos os dias por essas dádivas!