Talita 03/12/2010
“Márcia levantou-se, procurando controlar as lágrimas.
— Meu querido… ouça… é preciso… é preciso que você acredite em nós…
— Acreditar? Acreditar em quê?
Os seis amigos cercavam Alexandre. Geraldo falou:
— No sobrenatural, meu querido amigo…Os olhos de Alexandre estavam arregalados, procurando, através da iluminação precária da última vela, enxergar cada rosto que o cercava.
— Mas… o que vocês estão tentando me dizer?
— Alexandre. — falou Sílvio, também com suavidade. — Você topa se todos nós formos agora ao cemitério da colina?
Alexandre riu-se novamente, com a mesma franqueza:
— Ao cemitério? É claro! Ou você pensa que eu caí nessas histórias?
Os amigos se entreolharam. Havia concordância entre eles.
— Então vamos, Alexandre… — convidou Sílvio. — Venha conosco…
— É claro que eu vou! Quero acabar de uma vez por todas com essa bobagem de vocês!
Abriram a porta pesada e saíram para a varanda.
A chuva continuava, um pouco mais fraca. Geraldo e Sílvio pegaram duas pás sujas de lama que estavam encostadas na parede externa. Apertando-se dentro dos casacos, para protegerem-se do frio, os sete desceram os poucos degraus da varanda e caminharam pelo jardim, em direção à colina. Um relâmpago distante iluminou a colina por trás, recortando as cruzes contra o horizonte.
Alexandre tremia de raiva.
— Aonde vocês querem chegar? Aonde vai dar toda essa loucura?
Ninguém respondeu.
Na frente do grupo, Sílvio e Geraldo apertaram o passo.
Logo, tinham chegado ao pequeno cemitério abandonado.
Pararam à beira de um monte de terra recém-escavada.
— O que vocês estão pretendendo? Por Deus, o que é isso?
Sem nada a dizer, Sílvio enfiou a pá na terra, forçando-a com o pé. Geraldo o seguiu, cavando com vigor.
— Vocês vão abrir essa cova? Mas… o que é isso?
Ao seu lado, Márcia tocou-lhe o braço.
— Calma, meu amor… Sílvio sabe o que está fazendo…
Em pouco tempo, a pá manejada por Geraldo revelou um saco de lona amarela. Com cuidado, raspou a terra que encobria uma das extremidades.
Alexandre perdera a frieza por completo:
— O que é isso? Meu Deus, o que é isso?
Os dois amigos abriram o invólucro de lona revelando seu interior.
Novo relâmpago, intenso como a eternidade, iluminou tudo e os sete rostos estavam voltados para o fundo da cova. Sílvio apontava para baixo, olhando desesperado para Alexandre. Sua voz ecoava por toda a extensão do cemitério:
— Você tem de acreditar no sobrenatural, Alexandre, meu querido amigo. Porque nós o enterramos há três dias. Veja! Você está nesta cova. É você! Você está morto, Alexandre! Você caiu da escarpa no meio da escalada, quando a tempestade começou. Estamos presos aqui! Não dava para esperar mais. Tivemos de enterrá-lo, Alexandre! Tente entender isso!
— Eu ficarei bem, meu amor! — declarou Márcia de mãos postas.
— Eu te amo. Sempre vou te amar. Pode ir em paz!
No mesmo instante, uma rajada de vento varreu o cemitério. Parecia vir das entranhas da terra, levantando as folhas mortas que cobriam os túmulos. Parou como viera. Em seguida à ventania, uma completa paz tomou conta do cemitério. A chuva diminuiu e uma garoa leve, perfumada, envolveu os corpos molhados daqueles amigos.
Entreolharam-se. O grupo agora era de somente seis. Alexandre não estava mais entre eles.Geraldo pulou para dentro da cova e fechou a mortalha de lona, sem mais olhar para dentro. Pegou a pá e começou a repor a terra retirada, ajudado por Sílvio. Márcia estava calma. Ajoelhou-se à beira do túmulo e sorriu. Beijou ternamente a ponta dos dedos e jogou o beijo na direção do túmulo. Num sussurro, despediu-se, como se orasse:
— Descanse em paz, meu amor…”
Um grupo de amigos resolveram sair para um passeio, mas não imaginam que a caminho iam ter uma terrível surpresa. A viagem era para um lugar longe da cidade, seguia por uma estrada de terra. Neste dia chovia muito e o carro que eles estavam sofreu um terrível acidente; sem ter como pedir socorro, resolveram se abrigar em uma cabana próxima, as margens da estrada: era uma casa velha e sombria! Mas os amigos não se importavam. Algo muito estranho tinha acontecido e todos estavam amedrontados. Resolveram conversar para aliviar o medo, mas o assunto não era agradável a todos, falavam de situações estranhas que acontecera com eles, coisas sobrenaturais, como histórias de terror. De repente ouvem um ronco de porta se abrindo, um vento forte e frio vem de fora e todos imediatamente olham para porta. Era um de seus amigos, Alexandre, mas ao vê-lo o medo surge de forma maior, principalmente uma moça cujo nome era Márcia, olhou para ele como se não acreditasse que ele estava ali. Ele disse oi a todos e perguntou por estavam lhe olhando daquela forma, com cara de assustados, meio sem jeito responderam que não era nada, perguntaram como ele havia chegado lá. Meio confuso o garoto não soube responder; Sentou-se ao lado de Márcia e deu um beijo nela. Continuaram a conversa com o mesmo assunto de antes, só que passaram a prolongar suas histórias. Inconformada Márcia olha para ele e chorando diz que o ama muito e sente muito pelo que aconteceu e que jamais vai esquecê-lo, ele não entende nada, e pergunta a ela do ela está falando. Ela o convida para ir lá fora, e o leva em um lugar afastado da casa e mostra uma pequena cova feita recentemente, e explica a ele que ao acontecer o acidente ele ficou muito ferido e não resistiu, ele ficou confuso e com medo, entendeu que pela forma que ela falara só poderia estar tentando lhe dizer que havia morrido, então ele lhe deu um forte abraço. Os dois lamentavam, pois se amavam muito, ela o beijou e disse: descanse em paz, meu amor!
É um livro muito triste, pois, conta a história de um amor impossível. Isso me comove, acredito que as pessoas deveriam poder se amar e continuar juntos. Mas a história é boa e o enredo prende o leitor do começo ao fim.